"À Medida Em Que a Chuva Caí"

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     O seu nome era esquecido, suas lembranças, seus sentimentos eram frágeis e inseguros. Seus olhos carregavam cicatrizes de uma vida inteira de sofrimento e chacotas, até o ponto de fugir, e cair em meio à uma avenida deserta enquanto raios iluminavam os céus.
     Não existia tal sofrimento que superasse qualquer outro, sua maneira de pensar era única. Suas decisões para um futuro próspero era único. Na realidade, Kay não sabia exatamente o motivo de estar fugindo, era como se os problemas fossem amenizar com tal decisão precipitada. Caindo na própria cova, se afogando no mar de suas próprias lágrimas, manchando sua vida, uma metade de sua história.
    Com sua voz totalmente diferente, rouca e seca, soluçando, ele estendeu uma das mão para o alto, um sinal que gritava "Socorro!!" Para quem não estava disposto à ouvir. Samm e Jess estavam dispostos a ajudá-lo, por mais que não o conhecessem precisamente, por mais que nunca tenham visto na vida. Então, sem pensar duas vezes, Samm correu em rumo ao desconhecido, e logo atrás de Samm correu Jess.
    Chegando ao local, se depararam com um jovem, fisicamente era da idade deles, vestido com uma calça jeans rasgada, uma camisa preta, e uma bolsa que parecia estar cheia de coisas. Exatamente naquele minuto, Jess olhou para Samm, que logo olhou da mesma forma; uma forma vazia e meio preocupada de se olhar ao oposto, um clima de tensão logo consome o local - É um jovem. - falou Samm. Jess olhou para o rosto de Samm e em seguida encarou Kay.
    - Será o que aconteceu com ele para estar nesse estado de humilhante? - perguntou Jess para si mesma.
  Samm, disposto a ajudar Kay, teve uma ideia o tanto que óbvia - Vamos levar ele até o ponto de ônibus.
  Jess, colocou as mãos sobre o rosto de Kay, enquanto tentava organizar o cabelo dele no rosto, dizia um pouco preocupada com a situação - Ele perece estar muito debilitado.
    - Fazer o quê, não é? Jess. Me ajuda a carregar ele até o ponto de ônibus, lá a chuva não tá tão avassaladora.
    - Certo.

   Assim era a vida desses pobres jovens, que pareciam tão indefesos, mas, apesar dos momentos difíceis e dos nervos a flor da pele; eles eram unidos por um só sentimento. Nessa terra de pessoas nobres de nariz empinado, só vence quem for humilde e capaz, deveras humilde.
    Enquanto Jess e Samm cuidavam de Kay, outras vidas se conectava, íam e viam. Como se estivéssemos em uma série de acontecimentos que se passavam no passado, outros no futuro e alguns que sufocava o presente. Mas doeu muito ter deixado o passado ir, de uma maneira tão óbvia e fria. Mas, que tal conhecermos melhor o futuro? E se pudéssemos viajar para uma época não vivida?
     Essa época era a viagem, que marcaria um pouco dos últimos sentimentos do nono ano, daquela saudosa aventura.

                       "A Viagem"

    Era os melhores dias das nossas vidas, não tínhamos preocupações e nem problemas tão sérios, estávamos nos preparando para uma viagem inesperada. Na realidade, essa viagem era uma "aula a passeio" da escola. Iríamos visitar várias montanhas com desenhos pré-históricos, foi uma idéia emocionante, e, ao mesmo tempo a ansiedade batia nas portas dos nossos cérebros. Não nos média esforços para a vontade de entrar no ônibus. Mas, como nada é perfeito, alguém tinha um probleminha a encarar naquele não tão glorioso dia, e para o nosso espanto, e para o espanto de vocês, Jess e Juan haviam voltado a namorar.  Novamente Samm ardia de ódio, porque ele estava presente, até o ponto de fingir que não sentia mais nada por Jess, e que estava tudo bem, mas, sabemos muito bem que não estava.
      Então, vamos aos detalhes últimos dias do ensino fundamental; era, manhã de uma segunda feira qualquer, que dizer; não de uma segunda feira qualquer, era uma especial, era a véspera na nossa viagem, sairíamos as quatro horas da manhã.
    Antes disso estava tudo perfeito, fazíamos planos, era uma emoção. Uma emoção trágica e difícil, pois estávamos em reta final.
      Focando um pouco nos personagens, Carly e Thall estavam unidos, e conversavam sobre tudo, como sempre. Grazy estava sentada no fundo do ônibus, Samm, Juan e Jess estavam sentados nas cadeiras da esquerda, onde tinha uma janela ampla e corria um pouco de vento.
       Carly e Thall estavam bem interessados em uma conversa profunda sobre a vida, e o quanto ela mudava repentinamente, que chegava a assustar, era incrédulo. As conversas eram complexas entre os dois, coisas que são importantes para citar.
      Thall, que estava do lado da janela do ônibus pensava em um mundo melhor, pessoas melhores e um futuro próspero, sem depender de ninguém por tal liberdade.
     - Carly, já pensou alguma vez na vida?
     - Como assim, Thall? - Perguntou Carly.
      - Bem... É que tudo é tão complexo, e exige complexidade. Os dias, as noites, as nossas amizades, a nossa vida em si. Nascemos condenados a trabalhar para sobreviver, e se o nosso futuro reservar um tapa na nossa cara? E se tudo sair errado e, a gente se ferrar no futuro?
      - Thall, eu acho que; os dias são como presentes, o dia te pega despercebido, te embala em um papel de presente e te dar de presente para o outro dia. Ou seja, nós somos entregues de bandeja na porta do outro dia, sem necessariamente pertencermos à ele. E somos reféns.
      - Entendo, é como se tudo fosse superficial, existente só para te manipular e ter escolhas erradas?
      - Não exatamente isso. Mas pensa, a vida é tão similar a morte - Falou Carly.
       - A morte é tão obscura, é o limite de tudo que conhecemos, é o nosso limite. Não sabemos para onde vamos, nem o nosso destino depois dela.
     - Bem, a morte é algo insano, no mesmo tempo que você quer descobrir o que acontece depois dela, você tem a sua sanidade mental que não te deixa fazer isso. Não quero descobrir o que acontece agora.
      - Mas, tem pessoas que não merecem morrer, por exemplo; os bebês. - Disse Thall, enquanto olhava para um carro que estava do lado do ônibus, tentando ultrapassar, onde no banco de trás estava um bebê.
      - Somos seres humanos, Thall, estamos em uma caixinha de surpresa. Aliás, ninguém merece morrer.
      - Tenho medo de perder alguém da minha família para a morte. Iria morrer com o coração partido.
     - Temos que aceitar a morte, Thall. É o nossos destino.
     - Espero que um dia, as pessoas pensem nas merdas que fazem. Pois, qualquer dia desses, iremos ser encontrados no meio de uma estrada vazia, no meio de uma tempestade de angústia, e nela, poderemos se agarrar na solidão e na esperança.
      - Temos que ter cuidado, Thall. Olhos abertos.
      Ainda tinha uma viagem inteira para pensar sobre as maiores coisas da vida, conversar, e imaginar um futuro melhor. Mas não podemos nos esquecer do passado, que é o resultado do presente e é as pernas do nosso futuro.

                 "Samm, Jess e Kay"

     A tempestade estava ficando cada vez pior, tanto por dentro, quanto por fora. Kay, estava sem forças, Jess precisava voltar para casa urgentemente, e Samm era um fugitivo da sua própria história.
    - E agora, o que iremos fazer? - Perguntou Jess.
    - Eu não sei...Estou pensando. Porra Max! Por que foi embora? - Falou Samm, agoniado.
     - Não é hora de pensar no Max, Samm. Temos um problemão real aqui. - Disse Jess, enquanto cobria Kay com seu casaco.
    - E você rapaz, não fala? Conte, por que está aqui? - Perguntou Samm.
     - Sirene... - Falava Kay, bem baixinho, quase sussurrando.
     - Sirene? Que sirene? - Perguntou Samm, novamente.
     - Sammuell, temos outro problema! - Disse Jess - Olha... É a polícia.
      - Droga! Vão acusar a gente de sequestro, e eu não posso ir para delegacia de novo. Vem Jess, corre!
       - O que a gente faz? - Gritou Jess, angustiada.
       - Corre, me ajuda a pegar ele pelos ombros, rápido!.

     As tragédias seguia cada passo deles, há cada dia, a cada tempestade. Até eles acordarem desse coma e perceberem que o caos estava presente em cada um deles.

    
    
   

     

  
 
   

YoungS  - PrimaveraOnde histórias criam vida. Descubra agora