YoungS - Primavera

"Rastreável"

       O passado sempre nos manteve próximos uns dos outros, apesar das variadas mudanças e diferenças que tivéssemos. O passado é algo que queremos esquecer de qualquer forma, mas, que um certo momento da vida, as lembranças que continham nele sempre voltam, te fazendo acreditar quê; por mais que você fuja, de todos os problemas, um amor não correspondido. Você nunca estará salvo verdadeiramente. O passado é inesquecível, o futuro é imprevisível, e o presente, bem, esse não sabemos explicar.
      Jess, após ter desligado o celular, deu o alerta de ajuda, que algo estava errado, então, Thall começou a enviar mensagens para todos, e pediu que não espalhasse o suposto reencontro da turma. Thall, mandava mensagem para Carly, Carly mandava para Grazy e ia como um telefone sem fio, mas, o que eles não perceberam é quê; a polícia estava atrás deles, e supostamente, a polícia conseguirá hackear o chip de Jess, e encontrar sua localização.
      Suponho que isso seja uma verdadeira cena de filme. Mas, um novo reencontro? Onde tudo pode dar errado de novo. Então, cada passo dado corretamente, era uma forma mais fácil de lidar com os desafios, e dessa vez era os desafios do futuro.
      Thall, pegou algumas coisas que ele precisariam, se comunicou com Carly, Grazy e Deb e supostamente mandaram de se encontrar no ponto de ônibus, sim, o mesmo em que Jess e Samm se beijaram. O plano estava indo corretamente, sem brigas ou qualquer desavenças, até se encontrarem. E quando finalmente se encontraram, a surpresa chegou.
     Juan estava presente, mas como ele sabia do reencontro? Ninguém avisou para ele. Como dito anteriormente; estava em sigilo total. Mas Juan chegou cheio das melhores intenções, e dizia que tinha se tornado uma pessoa melhor, e estava disposto a mudar por qualquer defeito. Deb, por não ter muito contato com Juan, e ser nova nos reencontros, já estava entediada. Enquanto tirava o suor do rosto com uma das mãos, ela falava intensamente.
      - Gente, essa é minha primeira vez me envolvendo em assassinatos e guerras, então, já peço desculpas.
      Thall, estava ciente de que àquela não era a primeira vez de Deb se envolvendo em brigas, e entrou em uma discussão, enquanto caminhavam para a o velho píer. As lembranças do passado de Thall e Deb, logo vieram átona e tomaram suas mentes. Naquele instante, eles se imaginavam no quinto ano novamente, com as brigas de infância e brigas sem nexo.
             
                   "Deb - de - Débora"

     Era reta final do quinto ano do ensino fundamental, Deb estava bem feliz, estava com seus amigos e a professora que mais admirava, até o bullying tomar conta da vida dela, e ela para não poder ficar de fora, entrou na onda, com uma prancha bem tecnológica e linguaruda.
      Naquela época, Deb e Thall tinham uma rincha, uma rincha que todos sabiam, mas não se metiam, e nem davam conselhos para eles pararem com tal birra. Mas sabemos que essa rincha começou desde que Thall ficou com ciúmes do relacionamento da professora de português com ela, alguém que Thall sempre mostrava carinho.
       Thall, ficou com tanto ciúmes, que começou a provocar Deb, que logo revidou com as mais deveras linguagens ofensivas. Se é que podemos falar assim. Os palavrões eram assustadores e engraçados, era como "Dumbo" ou "Orelhuda" no caso de Deb. Já no caso de Thall era "Tampinha" e "Toco de amarrar jegue" .
     Os xingamentos foram tantos, que Thall, em plena aula; se irritou, pegou um lápis e rasgou violentamente o rosto de Deb, que chorando e se fingindo de vítima chamou a professora, que quando viu, colocou Thall para fora da sala.
     Thall, por não enxergar seu suposto erro, começou a xingar a professora, mas dessa vez foi sussurrando. Os xingamentos variavam, mas todos tinha um significado óbvio, quê era comparar a professora como uma meretriz.
    Depois desse dia, Deb e Thall só se falaram na despedida do quinto ano, e uma amizade melhor no 6° ano do fundamental, até o 2° ano do ensino médio. Bons tempos aqueles.
     Voltando para o presente, que nessa altura, já estava mesclando com o passado. Deb estava totalmente nervosa, pois não sabia no que estava se metendo, Thall e Carly, ao contrário de Deb, já sabia do que se tratava, e o quão era arriscado. Até aquele momento estava tudo correndo bem. Mas, não esperavam que a polícia estava rastreando o chip de Jess, que dizia as coordenadas atuais. No auge do momento, A mãe de Jess e Samm estavam desesperadas, e solicitou para a polícia procurarem por eles. Um resgate, e a ambulância foram imediatamente chamadas para fazer o resgate, das pessoas que não precisavam,necessariamente serem resgatadas.
     Thall, Grazy e Deb, seguiram a trilha que levaria até o píer. A estrada era de difícil acesso, por se tratar de uma floresta, e o lugar parecia assustador e dava um clima melancólico. Originalmente, ninguém andava alí a um pouco tempo.
     Ao chegar no lugar onde estava marcado o reencontro, eles encontraram Jess, Samm e Kay. Aos olhos de Thall, aquilo era muito estranho. Carly, ao reparar Kay, ficou em estado de choque. Todos olharam para o rosto de Carly, e perguntava pra ela o que se passava. Carly, imediatamente correu e abraçou Kay, até então, mais um mistério.
     Carly, logo disse para todos alí presentes que ela conhecia Kay.
    - Meu Deus, Kay! Você tá bem? - Perguntou Carly, surpresa.
    - Sim Carly, eu estou bem.
    - O quê aconteceu? Quando imaginei um reencontro, não passou pela minha cabeça que ia ser isso.
    - Então...Eu fugi, e o Samm e a Jess me ajudaram.
     - Fugiu? Como assim?.
     - É quê aqui perto mora o meu tio, e ele pediu que eu levasse umas heroínas para ele. - Disse Kay.
     - Opa! Opa! Como assim heroínas menino? - Perguntou Jess.
     - Meio que drogas... Maconha... - Respondeu Kay.
     - Mano, eu não acredito! Você mentiu? Então você não queria se libertar da sua mãe homofóbica? - Perguntou Samm, meio nervoso.
     - Não! Eu não menti! Eu realmente fugi, e realmente sou Gay. Mas eu preciso me sustentar.
     Thall, logo viu que a situação se tratava de um crime, e notou algo quê ninguém havia notado antes; o Chip de Jess.
     - Jess...Quebra seu chip, agora!
     - Não! Porquê?
     - Você foi dada como desaparecida a alguns dias, a polícia está atrás de você, e sua mãe solicitou o rastreamento pelo seu chip, eles sabem a sua localização agora, e o Kay está com maconha. Vocês precisam se livrar disso agora!
     - Aí meu Deus! Porquê eu não pensei nisso antes? - Disse Samm.
     - Espera! Vocês estão ouvindo?  - Perguntou Grazy, para todos.
     - Ouvindo o quê? - Perguntou Carly.
     - Barulho de galhas quebrando e uma respiração ofegante. - Respondeu Grazy.
      Samm, saiu até a estrada para ver no quê se tratava, e para a surpresa deles.
      - Gente! É a polícia! - Samm correu desesperadamente para avisar a todos.
      - E agora? O que vamos fazer?