Capítulo dois

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               O sino feito de abridores de latinhas de refrigerante soavam ao redor de Ji-Hoon. Ele olhava para a xamã, com seu traje coreano espalhafatoso e cheirando a guardado, balançar e andar ao redor dele recitando algumas palavras que ele não entendia. Depois, ela pegou um defumador de metal na mesa e passou ao redor dele. Ele fechou os olhos e a fumaça quase o matou quando alcançou suas narinas. A xamã balbuciou algumas coisas, travou, depois voltou a falar, e ao abrir os olhos viu que ela se dirigia até a mesa. Ela se sentou no chão em frente a ele, atrás desta mesa, e bateu forte as palmas da mão, fazendo Ji-hoon dar um pulinho.

- Ah meu querido, aigoo, tanta coisa que você está passando não é mesmo? - ela começou e Ji-hoon pigarreou

- Sim. Eu vim aqui porque preciso de ajuda - ele tirou de dentro da bolsa o desenho e entregou a ela - É isto o que fazem comigo - a xamã pegou o desenho e segurou uma risada 

- Aigoo que covardia - ela devolveu o desenho virando o rosto para o lado para suprimir a risada e então escondeu a boca com um de seus selos mágicos - eu deveria ir atrás de quem fez isto?

- Não, não. Não quero isto. Eu só quero liberdade - Ji-hoon levanta um pouco a bunda para se aproximar dela e cochichar - Será que as coisas podem mudar se eu deixar você ir atrás deles? 

- Eles não parecem ser boas pessoas. É capaz dos espíritos fazerem amizade com eles - ela ri abanando a mão e então pega algumas pedras dentro de um saquinho e joga na mesa. Sua cara de sorriso muda para espanto - Oh! O que é isto?

- O que? Me conta!

- Eu vejo - Ji-hoon abriu mais os olhos e se aproximou - eu vejo uma coisa nova em sua vida.

- Que coisa?

- Não sei dizer, uma pessoa?

- Uma pessoa? - Ji-hoon olha para ela desconfiado - Não está vendo nada não é mesmo?

- Estou sim, uma pessoa. Uma pessoa bonita em sua vida - Ji-hoon ri

- Impossível

- Silêncio - ela gritou. ji-hoon pulou em seu lugar e a xamã estendeu a mão para ele - Música? Café? Não, música sobre café? Está tão confuso.

- É porque não está vendo nada. Ah fala sério - cochichou para si

- Não!

- Não o que? 

- É um chá gelado - Ji-hoon ri mas esperou ouvir a xamã que estava de olhos fechados - Vocês se apaixonarão por conta de um chá gelado.

- Sério isso? - Ji-hoon perguntou cruzando o braço

- Será um relacionamento muuuuuuito difícil. Aigoo, como tudo em sua vida. Mas esta pessoa vai te amar com todos os seus defeitos. Te ajudará, irá correr ao seu lado várias vezes e vai até mesmo aceitar perder as coisas por você

- Olhe para mim, porque alguém faria isto

- Por que você só não é especial para você, Ji-hoon. Você ainda não se ama. Tem que encontrar alguém que irá fazer isso para você - Ji-hoon engole seco e levanta o queixo

- Quem disse que eu não me amo

- Você não precisa dizer.

               Ji-hoon saiu da casa da xamã segurando um amuleto rosa para o amor que ela deu para ele de brinde por ter vindo fazer a consulta. Ele andou algumas quadras pensativo e depois riu. Como ele poderia ter tido esta ideia? Só ele para ter ideias tão loucas assim.

- Eu mereço. Chá gelado? - ele amassou e jogou o amuleto em uma lixeira - Vou da escola para casa, de casa para os jogos, e depois para a escola de novo. Como iria encontrar alguém assim? - ele se vira em direção da casa da xamã - Charlatã

HEDGEHOG BOYOnde histórias criam vida. Descubra agora