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Madu ✨

Tá um clima pesado do caralho aqui no morro. Desde o lance com a Lu, o Deco tá puto pra caralho.

Dando ordem em todo mundo pra ir atrás do Thiago, que sumiu do mapa. Eu já conversei com a Luiza umas três vezes, e na medida do possível, ela tá se esforçando pra ficar bem.

Continua com as típicas piadas dela, mas se olhar, ce vê, sabe? O tanto que ela ta abalada, por tudo.

Madu : Oi Lulu. -Entrei no quarto dela, que tava deitada olhando pra outro canto. -Vim trazer seu remédio. -Sentei do lado dela que encolheu na cama.

Luiza : Eu tô bem, não preciso. -Falou e eu respirei fundo, deixei o copo do remédio no criado e dei a volta na cama dela, agachando na frente da mesma.

Madu : Tu pode confiar em mim, Lu, eu sei que você ta mal e nada que eu falar vai mudar alguma coisa, mas eu tô aqui por você, sério. Eu te quero bem, se você não quiser falar sobre, tudo bem, só não acha que ta sozinha, nunca que eu vou te deixar na mão.

Ela me olhou e começou a chorar, abracei ela do jeito que deu, enquanto ia falando umas coisas pra ela, acho que é a  primeira vez que ela chora pra valer, com alguém do lado dela.

Madu : Você é capaz de tudo. -Resmunguei e olhei de relance pra porta, o Deco ia entrar, mas saiu assim que viu ela chorando.

Madu : Toma o remédio. -Entreguei ela e esperei ela beber tudo. -Sentei na cama dela encostando na cabeceira e coloquei a cabeça dela no meu colo e fiz carinho até ela dormir.

Tampei ela com a coberta e sai do quarto dela, deixando a porta encostada. Passei pelo Deco na sala, que tava no sofá conversando no radinho e fui direto pra cozinha pegar um pouco de água.

Quando eu voltei ele já tinha acabado a ligação, mas continuava puto pra caralho, pensando longe.

Eu fico cismada de falar alguma coisa e acabar me ferrando, porque nunca sei se a pessoa vai gostar de me ouvir falar.

Madu : Tu precisa de alguma coisa? -Quando eu vi já tinha falado e ele ficou na dele um tempo.

Deco : Tô de boa. -Resmungou e eu apoiei minhas mãos no sofá.

Madu : Não ta, Deco. É que...

Deco : É que eu falhei com ela, Maria Eduarda. -Passou a mão no rosto respirando fundo. -Era meu dever, cuidar dela, proteger ela dos lance. Se dentro do meu morro, eu to sendo traído por vapor, imagina fora. Depois que meu pai morreu, eu fiquei com a responsabilidade dela, eu passeei a ser  por ela, eu errei e pronto.

Ele levantou e saiu da sala, indo direto pra rua. Voltei pro quarto da Lu, que tava sentada na cama, com uns livros.

Madu : O que é isso? -Sentei na cama dela e peguei um dos livros marcados pra ela.

Luiza : Segunda já começa a faculdade, quero adiantar e deixar tudo arrumadinho.

Madu : Você acha que ta bem pra voltar agora? -Perguntei e ela ficou calada, só guardando as coisas na pasta.

Luiza : Bem eu não tô, mas eu vou fazer isso por mim. Meu pai não desistiria, e eu não quero também, vou fazer tudo certinho. -Eu olhei pra ela, que deu de ombros. -Vou ficar bem, Madu, você e o Deco tão comigo, então eu tô caminhando pro bem.

Eu sorri pra ela e terminei de ajudar ela a guardar as coisas, deixando como assunto o Cadu, que ia conversar com meu sobrinho e minha irmã hoje.

Madu : Tu anima ir tomar um sorvete na praça agora? Vai...

Luiza : Eu vou, Madu. Só deixa eu tomar um banho, mas meu braço ainda tá doendo, tu podia lavar meu cabelo pra mim né?

Concordei sorrindo e levantei indo pra trás dela, no banheiro. Coloquei uma musica bem baixa e ajudei ela.

Ela me pediu opinião pra roupa e a gente saiu de casa, tranquei o portão, entreguei a chave dela e a gente foi descendo.

O Deco tava na laje da boca principal fumando, ele bateu o olho na Luiza e ficou encarando, continuei andando nos passos dela e quando eu vi ele já tava descendo, parando na nossa frente.

Deco : Tão indo onde? -Acho que ele ficou um pouco surpreso, porque é a primeira vez que ela sai de casa.

Luiza : A gente só vai tomar um sorvete na praça. -Falou baixo e ele sorriu pra ela. -Quer ir?

Deco : Não nega, tô ocupado agora, se pá depois eu trombo com vocês la.

Ela concordou e continuou descendo, fui atrás dela, falando mal do povo até a gente chegar na sorveteira.

O Cadu, o Rian e o Leozin tavam no outro lado da pracinha, até eu percebi eles olhando pra ela.

Madu : A gente compra o sorvete e senta atrás da igreja. -Falei baixo segurando firme na mão dela.

A gente comprou e eu paguei os sorvetes, indo com ela pra trás da igrejinha.

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Deco : Valeu por ter conseguido tirar ela de casa. (15:54)

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Guardei meu celular de novo e fiquei conversando com ela, que sempre soltava uns sorrisinhos.

Quanto ao Deco, é foda querer ajudar, não tenho liberdade. A gente troca ideia, ficamos e ok, mas não é o mesmo que eu sinto pela Lu, não é o mesmo dever.

E ele tem uma barreira também, então eu prefiro ficar na minha, ajudando a Lu.

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