Deco 💥
2 anos depois
Bolei meu beck e puxei a cadeira, conferindo os dados do malote do mês. Muita pica pra resolver e ta complicado pra caralho ficar em casa.
-Patrão, código meia cinco aqui na barreira, ta complicado, tu vem conferir ou eu despacho? -Neto falou no radinho e eu suspirei fundo, pegando o rádio, que tava na mesa.
Deco : Tô colando ai, marca cinco. -Levantei e tranquei minha porta, pegando o capacete e subindo na moto.
Esse mês ta tendo supervisão de tudo que chega, invadiram a Maré e eu tô atento, porque quem invade lá, invade aqui também. Parei na barreira e tinha um augi estacionado.
Deco : Qual foi? -Perguntei e o Neto apontou com o queixo pro carro. O vidro abaixou e eu vi a Maria Eduarda no banco do carona.
Tava gata, gata mesmo, cabelo tava maior, tinha mudado um pouco, não envelheceu não, mas tava diferente, mais séria, sei la pô, tava gostosa.
Cruzei meus braços e ela me ignorou. Tinha um outro homem com ela, no banco do motorista, não prestei muita atenção.
Deco : Pode liberar, é moradora, mas o carro não sobe. -Falei e ela saiu do carro, batendo a porta forte.
Madu : Ô pai, é tranquilo pra subir agora, é sério, vai pro hotel fazer companhia pra Marcela. -Prestei atenção nela, que só pegou uma mochila, no banco de trás.
Deco : Fala Marcelo. -Cheguei perto da janela do carro e cumprimentei ele com um toque de mão. -Não te reconheci, cara, deixa de ser bobo, sobe ai pra gente tomar uma breja.
Marcelo : Rapaz, deixei minha mulher no hotel, querer eu queria, mas é complicado. -Neguei com a cabeça e olhei pro lado, vendo a Maria Eduarda de cara fechada.
Deco : Um dia só não faz mal não, sobe ai que eu vou ta te esperando la no Zé, a gente troca uma ideia, papo de uma horinha. -Ele ficou pensando um pouco, mas fechou de boa.
Marcelo : Vou virar o carro e encontro com tu lá. -Fiz beleza e voltei pra minha moto, ela entrou no carro de novo e ele ligou o carro.
Deco : Avisa os cara que pra ele la em cima também ta liberado. -Falei com o Neto e ele concordou.
Neto : Qual o nome da loira? -Ele perguntou e eu liguei a moto, suspirando.
Deco : Não te interessa. -Passei por ele e acelerei, passando pela viela mais rápida.
Papo reto, curto o pai da Maria Eduarda pra caralho, gente fina demais, quando eu era menor, a gente soltava pipa, conversava demais com meu pai. As questões que eu tenho com ela, é completamente diferente da afinidade que eu tenho com ele.
Demorou cerca de cinco minutos pra ele estacionar o carro, sem a Maria Eduarda, deve ter deixado ela em casa. Levantei da mesa e dei um abraço nele, que puxou o banco e sentou também.
Marcelo : Rapaz, as coisas mudaram demais aqui né, tanto tempo que eu não vinha, nem lembrava direito. -Eu pedi uma garrafa de skol e uma bandeja de tira gosto.
Deco : Mudou mesmo, muita coisa diferente, mas é assim mesmo, não tem muito o que fazer. Mas me conta, veio pra ficar?
Marcelo : Nada, vou passar uma temporada só. A Marcela e as meninas quiseram tirar umas férias, ai eu aproveitei, pra curtir um pouco com a Lorena e o Henrique também. Mas o principal motivo mesmo, foi a Duda ter se apegado muito no Heitor e ele nela, não queria acabar com a relação deles, ai eu resolvi vim.
Deco : Ah, entendi. -Falei enchendo nossos copos e ele pegou o dele. -E eles tão juntos a quanto tempo?
Marcelo : O Heitor? -Concordei e ele negou. -Ele é meu filho, tem 1 ano e 6 meses, não ta sabendo?
Deco : Filho? Puta que pariu em. -Ele riu e tirou o celular do bolso, me mostrando a foto de tela dele, que era ele e a Maria Eduarda. -Caralho, merma coisa de um o outro.
Marcelo : Parece mesmo, desde que ele nasceu. Mas mudando o assunto, você e a Eduarda não conversamos porque em? Não imaginei, que hoje os dois estariam de cara fechada pro outro, assim.
Deco : A gente é de boa, só não tem assunto. Brigamo também, antes dela viajar, mas o que passou passou, não guardo ressentimento, tô tranquilo com isso, desejo só coisas boas pra ela.
Marcelo : Não vou me intrometer em um assunto que compete a vocês, mas tenta resolver isso. É chato, ela como minha filha, e eu gostando muito de você, entende? Então não vai rolar da gente fazer um churrasco, ou um jantar em conjunto, por coisa besta, tentar resolver isso talvez seja a melhor opção.
Fiquei pensando na minha, sem falar nada. Eu sei que eu errei, mas já por isso me afastei, pra não insistir no erro, mas isso é coisa que só o tempo vai decidir também.
Senti falta pra caralho dela, isso eu sei, as vezes vinha ela na minha cabeça, sendo toda lerda, mas fazer o que, foi a melhor opção pra ela.
Marcelo : E a Luiza em? Ta como? Lembro dela comendo terra na rua.
Deco : Só cresceu, porque continua a mesma bobada de sempre. Mas graças a Deus, ta tudo dando certo pra ela. Oitavo período de medicina já, inteligente demais.
Marcelo : Eu fico feliz por vocês, lembro do seu pai, falando sobre o futuro de vocês. Brincava sempre, que ia ter uma filha médica.
Deco : Lembro também, por isso eu não meço esforço, pra fazer as coisas por ela, é um sonho dela e um dia foi o dele.
Fiquei trocando ideia com ele um tempo bom, até ele ter que ir embora, dei tchau ele e peguei minha moto, subindo pra minha casa.
Andressa tava na porta de casa, e eu fui passando reto, ignorando a presença dela.
Andressa : A gente tem que conversar sobre isso, você sabe. -Ela agarrou meu braço e eu soltei dela.
Deco : Pro meu filho não vai faltar nada, mas não me força, a falar com tu não, que vai ser pior.
Entrei em casa e tranquei o portão, deixando ela la. Muita fita, uma delas, meu filho, Avdtessa tá de três meses, difícil po, mas é a realidade, tomei no cu bonito.
(…)
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