Bônus 1/2
Luiza 🪐
Sai da academia e liguei pro Deco, falando que já havia acabado, ele mandou eu esperar, que já tava quase chegando.
Madu dormiu la em casa de ontem pra hoje, até agora a tarde nós ficamos juntas, mas foi eu falar de academia que a gata sumiu.
Quanto ao meu pai, é complicado pra caralho, sabe? O Deco me explicou a situação, falou que ia ficar inerte, em relação a mim e a ele, mas não dá, não rola.
Foi um pai top, até o dia que resolveu forjar tudo. Meu pai é o Luan, que sempre teve comigo, quem me encheu a paciência, puxou a orelha, mas tava la comigo.
Vi ele subir a pé, tirando a camisa e eu já levantei do ressalto onde eu estava sentada.
Luiza : Se eu soubesse que tu ia vir a pé não ia pedir pra me buscar, se for pra andar eu vou sozinha, tem moto pra que?
Deco : Deixa de ser folgada garota, ta achando que eu tô por tua conta, né? Agradece por eu ter vindo. -Respirei fundo e a gente foi subindo pra casa. -Já decidiu o que vai fazer mês que vem?
Luiza : Enquanto você passeia pelas praias do Caribe? -Perguntei no deboche. -Ah, vou ta apresentando seminário na faculdade.
Deco : Para de falar assim, sabe que eu te chamei e ta nessa, fazer o que, se sua vida é ocupada.
Luiza : Eu tô brincando, sabe que eu não me importo, eu vou ficar mesmo, resolver umas coisas, mas relaxa, eu vou ficar bem.
Ele concordou e rápido a gente chegou em casa, fui direto pro banho, tava a noite mas eu lavei meu cabelo e já organizei meu planejamento.
Coloquei água de café pra ferver e voltei pro meu quarto, sentando na bancada. Abri minhas apostilas e comecei a estudar, fazendo minhas anotações e meus mapas.
Me chamar de feia? Impossível. De burra? Também, graças a Deus a mãe amassa em tudo o que faz.
Deco : Tô indo buscar churrasquinho? Vai comigo ou vai ficar ai? -Perguntou da porta do quarto, colocando a blusa.
Pensei um pouquinho e decidir ir, levantei apagando minha luminária e fui direto pra cozinha, apagando o fogo da caneca.
A gente saiu de casa e eu peguei o capacete, colocando ele. Nós subimos e paramos na barraquinha. Eu puxei um banquinho e o Deco foi la pegar os espetinhos.
Eu vi o Cadu, do outro lado da esquina, com o Henrique, conversando com a Lorena, mas fiquei na minha, ele me viu e ficou me encarando, voltando a atenção pra eles logo em seguida.
É complicado, cara, eu sinto falta dele, mas sinto raiva, muita raiva, eu odeio me submeter a algumas situações, onde eu sempre garantir, não aceitar passar.
O Deco voltou, com a bandejinha e duas latinhas de coca. Eu abri a minha e comecei a comer, tacando maionese temperada.
Deco : Ta achando mesmo que disfarça alguma coisa com essa tua cara? Ta é deixando mais nítido, da pelo menos um sorrisinho minha filha, finge que ta feliz.
Luiza : Nossa, muito engraçado você né anjão, e eu tô normal, e eu em. -Ele negou com a cabeça e eu continuei calada.
Deco : Tão falando por ai bagulho sério não se esqueça, chifre é uma coisa que coloca na cabeça. -Ele cantou baixinho e eu olhei de cara fechada pra ele.
Luiza : Ele não me traiu, Deco. -Falei e ele deu de ombros e continuou comendo.
Deco : Não falei que traiu, tu que ta ai tirando ideia errada da cabeça. Se não teve traição, ta se doendo assim por que?
Luiza : Porque eu fiquei magoada, difícil entender? -Perguntei meio grossa e ele cortou o assunto, nós terminamos de comer e depois fomos direto pra casa.
Eu escovei meus dentes, vesti meu pijama, mas sentei na bancada, pra continuar estudando.
Deco tava passando de um lado pro outro, acordado, tava ficando impaciente já com ele fumando.
Luiza : Ô caralho, quer fumar, vai pro teu quarto. Ta achando que eu sou obrigada a sentir?
Deco : Mi mi mi, pô, pô, pô. -Bati a porta do quarto e ele riu, depois ele voltou, sem o cigarro e deitou la na minha cama.
Luiza : O que você quer hein? -Perguntei e ele me olhou com aquela carinha de triste. -Fala peste.
Deco : Pô, sabe que eu te amo né pretinha? -Olhei pra ele desconfiada na hora. -Faz um favor pra mim.
Luiza : Qual, Deco? -Tava nervosa já, odeio quando ele faz isso.
Deco : Mata a barata la pra eu poder dormir, por favor Lu. -Eu ri, como eu ri, sem aguentar, e ele lá, igual criança.
Luiza : Vai se fuder. -Gargalhei. -Por causa de uma barata, Deco?
Deco : Para, Luiza, mata o caralho daquele inseto pra mim.
Luiza : Se eu matar, ganho o que? Meu celular ta tão...
Deco : Nossa Luiza eu te dou a porra do celular, só mata, vai. -Eu levantei rindo e peguei o chinelo, quarto dele tava imundo também. Uma eternidade, achei ela no meio da roupa, aí eu matei. -Nossa ridícula, precisava matar aí também?
Eu fingi jogar nele, que saiu gritando igual um louco dentro de casa. Eu voltei pro meu quarto, aí ele parou de me encher a paciência.
vou postar outro daqui meia hora.