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Deco 🥂


Eu tava pilhadão, sem caô nenhum. Não esperava nada disso. Eu fiz o acordo sim, mas desde o início deixei claro, que eu teria um prazo, queria conversar com o Xt, explicar da melhor maneira, pra ele entender e depois que a poeira a baixasse, conversar com a Maria Eduarda.

Meu plano era ficar preso, até conseguirem pegar meu pai, e depois, eu ia ter o plano esquematizado, pra meter o pé e viver com a Maria e a Cecília, mas jogaram no sujo.

Atiraram em mim, três disparos, jurando que era pra Maria Eduarda acreditar que eu havia morrido, e me quebrava demais, pensar em como ela poderia estar agora.

Eu sei que não vão me deixar no Rio, não são malucos, só o tempo dessas feridas acabarem, pra me mandarem pra longe, e sem caô, ta doendo demais.

Eu daria de tudo, pra conseguir uma ligação, só pra falar pra ela, que eu tô bem e que por mais que eu esteja longe, não precisa dela carregar um peso na consciência.

O que me conforta, é saber que pelo menos pela segurança dela, eu consegui prezar.

R7 era um dos frentes da bope sim, mas o que pouca gente sabe, é que ele sempre foi infiltrante la dentro, todas as informações necessárias que eu tive, foi ele quem me disse.

Mas isso, tem uns quatro anos já, ele saiu de lá pelos motivos dele, mas continuou fazendo parte da atividade do morro, porém inerte, quando eu decidi isso tudo, sobre o acordo, acionei ele, só não falei completamente sobre tudo.

Espero que ninguém invente história errada pra ela, só isso que eu desejo. Ela é esperta, tenho fé que ela vai se ligar que eu não ia pedir ela em casamento, sem ter certeza que faria o máximo possível pra voltar pra ela.

Madu 🥂

O R7 me trouxe pra casa dele, ainda em Angra, assim que eu recebi alta do hospital. E sinceramente, tava uma tristeza sem fim.

Eu só conseguia ficar sentada ou deitada, sem comer muita coisa, já tem dois dias, desde o acontecimento, e por mais que eu lutasse pela Cecília, não era a mesma coisa, mesma sensação.

R7 : Maria Eduarda, tu precisa de comer. -Parou na porta do quarto e eu continuei olhando pra frente.

Madu : Tem alguma notícia dele? -Perguntei e ele ficou calado, me dando uma resposta. -Por que eu não posso ir pra casa?

R7 : Eu tô dando o meu máximo pra tentar descobrir qualquer coisa, mas a questão é que eu tô aqui pela ordem que eu recebi, cuidar de tu e da menina ai, se você não comer, eu não tô cumprindo com meu serviço, e se ele não tá feito, eu não tenho cabeça pra descobrir o que aconteceu com ele. Vai tomar um banho, sai desse quarto e come alguma coisa, a vida continua, tenta entender isso.

Ele saiu de novo e minha garganta fechou, com vontade de chorar de novo, passou um tempo e eu levantei, prendi meu cabelo e peguei a minha bolsa de roupas, que ele tinha ido pegar na casa que eu estava em Angra.

Demorou um tempinho ainda, pra eu fazer tudo e sair do quarto, desci as escadas e devagar e fui passando pela sala.

R7 : Ia te chamar de novo. -Falou sentado do sofá. -Teu lanche tá na mesa, come e depois bebe o remédio, ta quase na hora.

Madu : Ta bom. -Respondi e fui andando direto pra cozinha. Abri a geladeira e peguei o copo de suco pra beber com o misto que tava na mesa tampado com o prato.

Comi, quase que forçada e terminei de beber o suco por cima. Logo em seguida eu peguei a aspirina no armário, e coloquei em baixo da língua, pro remédio poder dissolver, igual a receita pedia.

Eu virei pra voltar pro meu quarto e o R7 tava vindo em direção a cozinha, enrolei um pouquinho, pra ele poder entrar e eu sair.

R7 : Ou, na moral, foi mal ter falado com você daquele jeito, sou meio sem jeito com essas coisas, e as vezes falo o que não devo.

Madu : Ta ok, relaxa. Você não tem culpa de nada né. -Falei pra acabar com aquilo logo, e fui passando, mas ele segurou meu braço e eu respirei fundo.

R7 : Tô falando sério, tu merece sentir as parada que quer, ta no seu momento. -Falou e eu olhei pra ele.

Madu : Ta me confirmando que ele morreu? -Perguntei até trêmula e ele negou, mas meio assim né.

R7 : Não sei de nada ainda, mas é bom tu se preparar. -Falou e tirou a mão do meu braço, eu continuei andando de volta, mas assim que eu cheguei na sala, ouvi diversos barulhos de carros e motos, estacionando e acelerando.

R7 veio correndo pra sala e eu olhei pra ele, vendo a arma na mão dele sendo destravada na mesma hora.

R7 : Vai pra trás do sofá, não sai de lá. -Eu concordei tremendo e voltei, ouvindo muito barulho vindo de fora.

(…)

Devo postar mais um hoje hihi



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