Mãe e irmã

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oie. esse capítulo é gigantesco, foi mal aí quem não gosta


Camila tinha acabado de abrir os olhos quando alguém bateu na porta de seu quarto.

- Entra. – Camila gritou sentando na cama.

Dona Eduarda entrou e, em silêncio, fechou a porta e sentou ao lado de Camila na cama.

- Eu tenho uma coisa pra te contar.

- Tá tudo bem?

- Sim. Eu preciso te falar uma coisa que eu venho guardando e esperava guardar por mais tempo, mas a verdade vai acabar chegando em você uma hora ou outra.

- Verdade sobre o quê, dona Eduarda?

- Aquela mulher que você esbarrou aquele dia no bar da Juliana, lembra dela?

- Lembro, ela estava com uma criança até.

- Isso, essa mesma. Aquela mulher é a sua mãe.

Camila ficou um minuto ou dois – ou talvez dez – encarando dona Eduarda sem saber o que dizer.

- Minha mãe?

- Ela se chama Sinu. Aquele dia em que viajei com o Francisco, fui encontrar com ela.

- Como?

- Eu vi no jornal um anúncio da abertura de um mercado com o sobrenome que a família dela costumava usar. Que sua família costumava usar. Eu vi o anúncio e achei que deveria pelo menos verificar, saber se tinha alguma chance de ser mesmo a sua mãe.

- Ela confirmou?

- Ela não precisou. Eu a vi e reconheci imediatamente.

- A senhora conheceu a minha mãe? Antes de ela ir embora?

- Ela não foi embora, Camila. O seu pai foi embora e te levou junto.

Camila ficou em silêncio alguns segundos, tentando absorver as informações.

- Existe... existe uma história? Eu posso falar com ela?

- É claro que sim, Camila.

- Por que ela nunca foi me procurar?

Dona Eduarda fez um carinho no rosto de Camila.

- Por que não pergunta a ela?

Camila tomou um banho rápido e se arrumou para ir ao encontro de sua mãe. Agradeceu a dona Eduarda e Ava por terem encontrado sua mãe, e, com as mãos suando de nervoso, foi até a estalagem.

- Oi, Ju.

- Camila! Bom dia.

- Bom dia. A dona Sinu ainda tá hospedada aqui?

- Tá sim, ela tá tomando café da manhã com a filha ali dentro.

Camila assentiu, mas não se moveu. Estava nervosa demais.

- Camila? Tudo bem? Como está suas costelas?

- Tudo bem, sim, Ju. Eu só estou meio distraída.

Camila sorriu desconfortável e caminhou até a parte de trás do bar, onde ficava o restaurante da estalagem. Viu de longe sua mãe e a menina que possivelmente era sua irmã conversando enquanto comiam.

Camila não sabia direito o que fazer. Quando já tinha desistido e ia saindo, a garota a viu.

- Mãe, olha.

Ele chamou a atenção da mulher, que virou os olhos na direção de Camila. As duas ficaram imóveis por um tempo, estudando uma a outra.

- A dona Eduarda me falou... me contou a verdade. – Camila falou hesitante.

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