I'm In Here

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Eu estou aqui, alguém pode me ver?
Alguém pode me ajudar?
Eu estou aqui, uma prisioneira da história
Alguém pode me ajudar?
...
Você pode ouvir meu chamado?
Você vem me buscar agora?
Eu estive esperando
Você vir me resgatar
Eu preciso que você segure
Toda a tristeza
Com a qual eu não consigo viver

Any

Entrei em depressão depois que minha mãe foi embora.

Os dias seguintes se arrastaram. Precisava repetir para mim mesma o tempo todo que não deveria esperar nenhum tipo de contato com Josh, mas quando ia para a cama chorava sozinha até cair no sono por mais um dia ter se passado sem notícias dele.

As pessoas mais próximas de mim pareciam preocupadas. Sabina e Savannah me levaram a um restaurante mexicano, e as duas se esforçaram o máximo possível para que eu me divertisse. Deu certo, porque eu adorava sair com elas e não queria vê-las preocupadas, mas havia um vazio dentro de mim impossível de preencher.

Minha mãe ligava todos os dias, ela parecia eufórica desde que aceitei a proposta de tomar frente da Soares Designs. Eu ia logo após o casamento de Sina.

Na quinta-feira, no sexto dia pós-Josh, versão 2.0, fui até o prédio dele e deixei o anel que tinha me dado e a chave de seu apartamento em um envelope lacrado na recepção. Não deixei um bilhete porque já havia falado tudo o que tinha a dizer.

Eu fui até a Cartier para conseguir abrir a chave da pulseira que ele havia me dado de Natal e poder tira-la do meu braço, por alguma razão eu não consegui devolve-la também e agora esta se encontrava no fundo de uma gaveta, bem longe do alcance dos meus olhos.

Eu tinha pegado um resfriado e isso me deixou de cama. A dor de garganta nem me deixava comer. Sabi chamou um médico e, depois de alguns antibióticos, eu estava melhor.

Quando chegou o sábado, Sabina reuniu uma verdadeira equipe de beleza no nosso apartamento — três mulheres de avental branco que tomaram conta da sala. Savannah estava no paraíso. Desfrutava de tudo sem o menor pudor.

Quanto a mim, era ótimo poder estar com duas pessoas que me amavam e me conheciam bem a ponto de saber que não deveriam dizer o nome de Josh, nem ficar pegando no meu pé por eu estar deprimida.

Savannah trouxe uma caixa das minhas trufas Knipschildt preferidas, que eu saboreei aos poucos.

- O que você vai querer fazer? – Sabina perguntou, olhando-me com o rosto todo lambuzado. Ela ia cortar os cabelos no estilo de sempre, nem muito curto nem muito comprido, e fazer as unhas do pé com as pontas bem quadradas.

Lambi o chocolate dos dedos e pensei na minha resposta e no atual momento da minha vida. Em certo sentido, era uma chance para recomeçar. E era também uma chance para abraçar por alguns últimos dias o estilo de vida de Nova York de uma maneira diferente daquela como eu vinha fazendo até ali.

Quem seria a Any Gabrielly Soares diretora de moda? Eu ainda não sabia.

Até então, tinha sido uma recém-chegada de Los Angeles atraída para a órbita de um homem enigmático e inacreditavelmente poderoso. Aquela Any estava em seu décimo dia pós-Josh, versão 2.0, encolhida em um canto lambendo suas feridas e por lá ficaria um bom tempo.

Talvez para sempre, porque eu não conseguia imaginar que algum dia fosse me apaixonar de novo daquela maneira. Para o bem ou para o mal, Josh era minha alma gêmea. Minha cara-metade. Em certo sentido, um reflexo de mim.

The Stripper - ADAPTAÇÃO {Beauany}Onde histórias criam vida. Descubra agora