The Stripper - ADAPTAÇÃO {Beauany}

I See Red

Você realmente pensou
Que eu apenas perdoaria e esqueceria? Não
Depois de pegar você com ela
Seu sangue deve correr tão frio, tão frio
Eu vejo vermelho, vermelho, oh, vermelho
Agora tudo o que vejo é vermelho, vermelho, vermelho

JOSH

- Minha nossa! Graças a Deus você chegou! – Jô exclamou e se levantou rápido de sua cadeira, vindo até mim com uma pressa exagerada.

- Graças ao meu motorista. – Ela franziu o cenho – O que aconteceu?

- Eu achei melhor falar com você do que falar com o meu pai. – Foi até a estante e de lá puxou uma pasta – Senta aí.

- Não. – Dei de ombros – Fala logo o que aconteceu, Joalin. – Ela revirou os olhos para mim.

- Odeio quando faz isso. – Jogou a pasta na mesa e esparramou alguns papéis sobre ela, me inclinei para ver melhor do que se tratava – Tem uma nova associação no bairro. – Ela apontou para uma entrevista de jornal – É algo como os direitos da família e as boas tradições. – Soltou uma bufada de ar – Uma barbaridade. Estão entrando com uma petição para interditar o Victrola.

Não evitei a risada sarcástica.

- Você me chamou aqui para isso?

- É sério, Joshua! No começo eu também achei graça, mas isso está tomando uma proporção gigantesca. Está saindo em vários jornais, olha só!

- Não vão conseguir interditar o Victrola. – Li rapidamente sobre a última "manifestação pacifica" desse bando de idiotas – Mas tem razão, estão fazendo muitas distorções e esse foco negativo na boate não é nada bom. – Ela assentiu – Vou falar com o meu advogado e ver o que podemos fazer.

- Ótimo. – Jô soltou um suspiro aliviado e voltou a juntar os papéis – Alguns funcionários ficaram sabendo e já estão morrendo de medo de perder o emprego. Estão, literalmente, me deixando maluca. Eu sei que poderia ter ligado, mas era muito importante.

Eu apenas concordei, seu rosto se franziu em desconfiança para mim.

- Você está estranho hoje... Vai ficar para assistir as apresentações? – Dei de costas e me aproximei das paredes do escritório.

- Achei interessante dar pseudônimos para elas. Meche com a imaginação do público. – Respondi olhando a cheia boate pela parede de vidro, o palco estava com pouca iluminação e daqui a pouco alguém abriria a noite – De onde veio essa ideia?

- Hã... Eu vi em uma novela. Meche mesmo, não é? – Assenti – Hoje teremos a Devil, Angel, Greenish e Mistery. – Me virei para ela.

- Devil e Angel?

Antes que Jô respondesse, a porta se abriu e uma morena com os cabelos em ondas e os olhos verdes apareceu.

- Oh, eu não sabia que... – Ela olhou para Jô e depois para mim – Josh Beauchamp! – Deu um sorriso de reconhecimento – Você voltou!

Quem era essa?

- Greenish, o que está fazendo aqui? – Jô falou entredentes, andando até a mulher e a empurrando para fora furiosamente – Estou conversando com um cliente e você entra sem nem bater. – A morena se desviou de Jô e parou na minha frente.

- Eu já o conheço. – Deu um outro sorriso malicioso e eu estava tentando me lembrar de onde raios ela surgiu – Naquela noite você foi embora sem nem avisar. Eu fiquei maluca sem ter notícias ou um número de telefone. – Sussurrou.