The Stripper - ADAPTAÇÃO {Beauany}

Can't get you out of my head

I just can't get you out of my head
Boy your love is all I think about
I just can't get you out of my head
Boy it's more than I dare to think about
Every night, every day
Just to be there in your arms
Won't you stay
Won't you lay
stay forever and ever and ever and ever.
...

Eu simplesmente não consigo tirar você da minha cabeça
Garoto, seu amor é tudo o que penso
Eu simplesmente não consigo tirar você da minha cabeça
Garoto, é mais do que eu ousaria pensar
Toda noite, Todo dia
Só estar lá, em seus braços
Não vai ficar?
Não vai deitar?
Fique pra sempre e sempre e sempre

[...]

Any

Uma onda de corrente elétrica percorreu todo o meu corpo, essa era a sensação, como se houvesse levado um choque de alta tensão e todos os elétrons salpicavam minhas células.

Naquela hora, no Victrola, muitos homens, e até mesmo mulheres, me olhavam, famintos, deleitosos, com devoção, com prazer..., mas assim que meu campo de visão encontrou o olhar daquele homem estranho sobre mim, eu não sei porque, paralisei.

Eu paralisei por todos os segundos que aqueles olhos azuis me sustentaram com tanta intensidade. Tinha a impressão de que só existissem nós dois ali. Eu não ouvia mais ninguém, nem a música que tocava, não via a fumaça ou os jogos de luzes, nem raciocinar eu era capaz. O ar ficou denso e foi como se a gravidade aplicasse dez vezes mais força sobre mim, me puxando para o chão.

O que aconteceu ali eu não sei. Gostaria muito de compreender. Havia ensaiado por muitas semanas arduamente para aquela apresentação, e, depois de tanto esforço, apenas uma troca de olhares conseguiu me desestruturar de tal modo. Como era possível?

Não que fosse só um simples olhar. Era como se o dono dele conhecesse o mais íntimo que existia dentro de mim, tão concreto e penetrante que chegava a queimar. Me deu até medo de suspeitar que ele poderia ler os meus pensamentos. O meu peito pulava pra fora e doía só de encara-lo por alguns poucos segundo.

MEU DEUS!

Aquilo não era normal, nunca, em hipótese nenhuma, havia me acontecido um episódio como esse.

Ele era lindo demais e todos os sinônimos que isso representava. De longe o homem mais bonito que já havia cruzado comigo, talvez fosse esse o motivo de ficar tão abalada. Os cabelos loiros e sedosos perfeitamente despenteados, a barba por fazer, o rosto que se fundia entre um anjo e um demônio, aquele maxilar que parecia ter sido esculpido por um artista grego, as sobrancelhas grossas, o nariz perfeito, as costas largas e o corpo... Meu Deus! Ele vestia uma jaqueta de couro e uma blusa social escura por debaixo, jeans na mesma tonalidade. Estava extremamente sexy.

Era como o próprio demônio me encarando. Esse homem exalava virilidade e luxúria. Como você consegue respirar perto de um ser desses? Talvez nem humano ele fosse, talvez só um delírio da minha cabeça pasmada.

Senti meu sangue fugir do rosto.

Ele ergueu um copo com o que parecia whisky para mim. Foi aí que eu percebi que estava prendendo todo o ar dentro de meus pulmões, e que talvez ele fosse mesmo real. Balancei a cabeça de forma imperceptível para quebrar aquela conexão violenta e me esforcei em continuar a dança.

Não foi nada fácil, demorei para voltar ao meu ritmo. Minhas pernas não me obedeciam e eu só queria vê-lo outra vez. Que droga! Era a minha chance única e eu estava desperdiçando-a. Fiz o meu possível enquanto ainda todo meu corpo formigava, eu não podia fita-lo de novo ou não iria conseguir acabar minha apresentação.