13. I just wanted... I think she'd like you knew.

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Depois daquele tormento no vigésimo quinto subsolo, Thomas e Nancy foram levados para o segundo subsolo para uma bateria extensa de exames, pois apesar de serem supostamente imunes, eles tiveram contato direto com um infectado nos primeiros estágios. E Nancy tinha feito pior: mordido o braço de Bert.

Thomas teve o braço engessado, pois o raio-x mostrava dois ossos trincados e se Nancy não tivesse dado uma dentada no homem antes, seriam dois ossos esmagados. Ele não conseguiu parar de pensar nisso até os seus exames terminarem, mostrando que não havia rastro de Fulgor no seu corpo. Os médicos nem pensaram no quê aquilo podia significar, apenas acreditaram que Thomas foi sortudo o suficiente para não contrair uma molécula de vírus sequer.

Um guarda o acompanhou até o quarto subsolo, onde ficava o setor da segurança. O lugar era agitado, como se fosse plena manhã. Havia homens para lá e para cá, todos armados, mas apenas alguns com máscaras lisas que cobriam seu rosto todo. Os uniformes variavam entre roupas totalmente pretas e camisas vermelhas, como aqueles que tinham tirado ele e Nancy daquele subsolo esquisito.

- Entre aqui e espere um pouco. - o Camisa Vermelha que acompanhava o menino pediu ao chegar na porta de uma sala, tirando Thomas dos seus devaneios.

Ele o obedeceu e entrou, percebendo como a sala era a coisa mais sem graça que já tinha visto. As paredes e o chão eram cinzas e só havia uma mesa entre duas cadeiras perto de uma vitrine escura, da qual era impossível ver o que tinha do outro lado. A porta pesada de ferro foi fechada e o ranger das suas grandes dobradiças assustou Thomas por um momento, mas ele logo se acalmou, sentou em uma das cadeiras e esperou pacientemente.

Thomas pensava em um milhão de coisas, mas a principal delas era Nancy. Apesar de ter salvado o seu braço, ele não queria que a menina tivesse mordido o braço de Bert. E se Nancy também ficasse doente? E se ela acabasse por se tornar um daqueles monstros presos no subsolo vinte e cinco? Não, ela não iria. Ela não podia.

Depois de um bom tempo, a porta foi aberta e um homem entrou. Era Janson, mas Thomas já não tinha mais tanto medo dele, pois sabia que não ia ser levado para lugar nenhum.

- Isso vai ser bem rápido, depois você pode voltar pros dormitórios. - o homem anunciou, segurando uma prancheta com algumas folhas.

- E a Nancy? Ela vai voltar também? - Thomas indagou, sem saber o que esperar.

- Não sei. Ela tá muito mal. - Janson respondeu sem empatia.

- O quê? - ele já rompia em lágrimas. - O que ela tem? Ela não vai virar um daqueles monstros, né? Tem jeito de curar ela?

- Ei, calma! Calma. - Janson ergueu as mãos, como se tentasse acalmar um bicho. - Eu faço as perguntas primeiro. Não fui eu que foi aprontar no último subsolo.

A forma rude e impaciente que ele havia respondido tinha feito Thomas se calar, mas o nó na sua garganta só tinha aumentado.

- Como vocês foram parar lá? - Janson perguntou ao garoto.

Thomas soltou um suspiro entrecortado, mais abalado pela notícia vaga sobre a amiga do que pela situação no geral, e contou tudo aos mínimos detalhes. Os únicos empecilhos nas suas falas era o gaguejo e alguns soluços. Ele não queria que Nancy ficasse doente de jeito nenhum.

- Certo. É tudo o que eu preciso. - Janson suspirou enquanto se levantava, cansado.

- Espera! Você não me disse nada sobre a Nancy. - Thomas saltou da cadeira, limpando o rosto na manga da camisa cinza.

- Olha, garoto, eu não sei o que tá acontecendo com ela.

- Mas você é o pai dela! - ele retrucou, deixando o homem surpreso. - Você deveria saber. E o Newt? Você falou com ele?

Before I Forget You《 Maze Runner Fanfic 》Onde histórias criam vida. Descubra agora