- Minha cabeça dói tanto... - Nancy soluçou baixinho, sentada na cama de Thomas enquanto passava a mão na testa depois de contar tudo o que tinha acontecido.
- Deve ser a desidratação, olha o quanto você chorou. - Thomas puxou um pedaço da camisa perto do seu ombro, mostrando uma área de tecido molhado do tamanho da mão dele enquanto a fazia rir um pouquinho. - Quer que eu vá buscar água pra você? Acho que vai ajudar a te acalmar também.
Nancy fez que sim com a cabeça, esfregando os olhos. Thomas se levantou e saiu, mas não antes de passar a mão na cabeça dela e murmurar um "já volto".
Depois de um minuto, ele já estava dentro do quarto entregando a garrafa para Nancy. Ela bebeu sem pressa, mas deu um grande gole na água depois que a abriu, soltando uns dois suspiros de alívio enquanto secava o rosto no braço depois que parou. Thomas, sentado na cadeira que estava de frente para Nancy, a observava com tristeza.
- Você contou tudo o que aconteceu - disse ele enquanto a menina bebia mais um pouco de água. - Mas você ainda quer conversar sobre isso?
- E-Eu não sei. - Nancy fez uma expressão que partiu o coração de Thomas. - Você acha que isso vai me ajudar?
- Eu não sei responder isso por você, mas eu tô disposto a te fazer se sentir melhor. De qualquer forma.
Thomas puxou a cadeira mais para frente, colocou a garrafa na mesa de cabeceira e segurou as duas mãos de Nancy, apertando-as com uma delicadeza que trouxe um conforto imediato para ela. E juntando um pouco de coragem, a ruiva respirou fundo e começou a colocar tudo para fora.
- Eu acho que sou covarde, Tom. De verdade. - ela disse sem chorar, o que a surpreendeu. - Eu era a melhor da equipe, mas foi... Foi só eu ver os Cranks que tudo voltou e... Eu parecia ter onze anos de novo, sabe? Principalmente por causa do meu comportamento. Eu fugi de todos eles e me escondi, como uma criança faria, mas eu tenho quinze anos! Eu acho que meu pai... Não, o Janson e o Harry têm razão. Eu sou uma covarde, muito covarde...
- Não! Não, não diga isso. - Thomas arrumou o cabelo de Nancy. - Nancy, não dê ouvidos a eles, ok? Você não é covarde. Aquela situação lá no subsolo vinte e cinco seria completamente traumatizante pra qualquer um que não tivesse ideia do que aquilo era, com você não poderia ser diferente.
- Isso não faz de mim menos covarde.
- Nancy, você não é covarde, tá bom? Esquece isso. - ele insistiu. - Esse pavor todo que você sente de Cranks não é um medo bobo. Eu tava lá também, lembra? E vi tudo, sei que não é bobagem nenhuma.
- Não é o que eles pensam.
- Eu sei, eu sei. - ele saiu da cadeira e se sentou ao lado de Nancy na cama. - Mas quem se importa com o que eles pensam?
- Eu me importo!
- Então, comece a parar.
- Como eu faço isso?
Thomas parou para pensar um pouco, mas não lhe ocorreu nenhuma resposta.
- Eu não sei - ele suspirou, frustrado. - Mas não pense neles, tá bom? Eles não merecem as suas lágrimas, nem o Harry e muito menos o Janson.
Apesar de Thomas realmente não poder dizer o que Nancy poderia fazer, ela havia se sentido melhor com o consolo - ou tentativa de consolo, pensava. Tentando demonstrar isso, a ruiva deitou a cabeça no ombro do rapaz junto com um suspiro alto, da qual a resposta dele foi envolvê-la nos braços e apoiar o seu queixo no topo da cabeça dela, fazendo com que Nancy se sentisse acolhida.
- Pode cantar pra mim? - ela sussurrou depois de um bom tempo em silêncio.
- Eu? Mas a cantora aqui é você. - ele brincou.
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Before I Forget You《 Maze Runner Fanfic 》
Fiksi Penggemar[4/4] ▪ [CONCLUÍDA] Apesar de ter recuperado a memória, Nancy se lembra vagamente da sua vida antes do Labirinto, como se fosse outra encarnação sua, algo tão vago quanto um quarto vazio e tão sombrio quanto um porão sem luz. E ela não gostaria de l...