35. I wish you were here... Why aren't you here?

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Depois daquele dia fatídico na sala da cadeira com os estimuladores de dor, Thomas ficou uma semana na mesma solitária que Nancy tinha ficado - a porta tinha sido consertada e reforçada, depois daquela demonstração de força de vontade que a ruiva tinha em ajudar o seu amigo.

O pobre rapaz já tinha o chip aplicado na nuca, sentindo uma pontada de dor de vez em quando, principalmente quando se esforçava demais. Por isso, Thomas passava o dia todo na cama, levantando-se apenas quando sentia fome e quando sentia necessidade de tomar um banho. Seu maior passatempo era encarar a parede, fingindo que Nancy estava ali atrás, vigiando-o o tempo todo.

Certo dia, a porta foi aberta, o que surpreendeu Thomas, pois já tinham lhe entregado o almoço, não estava na hora do lanche da tarde e visitas passavam muito longe da rotina dele. Porém, aquele dia era uma exceção.

Thomas levantou a cabeça enquanto ouvia a porta ranger, revelando Teresa, sorrindo de forma desconsertada enquanto segurava uma bandeja com um lanche, acompanhada por um guarda.

- Oi, Thomas. - Teresa cumprimentou, um pouco sem graça quando ele bufou e voltou a encarar a parede.

- Engraçado. - ele suspirou, de costas para a menina. - Te deixaram descer aqui pra me ver, mas eu não podia nem ver a sombra da Nancy enquanto ela tava aqui.

- É diferente. - Teresa colocou a bandeja na mesa que Thomas usava para comer. - Pode ser difícil ouvir, mas eles confiam mais em mim do que em você.

- Novidade nenhuma. - ele resmungou. - O que você quer, Teresa?

Ela se sentou na cadeira ao contrário, apoiando os braços no encosto dela.

- Dizer eu sinto muito. - a menina disse em meio a um suspiro. - E dizer que... Tudo o que eu fiz foi pensando em você e especialmente na Nancy.

- Ah, é? - Thomas se virou para Teresa, aborrecido. - Eu não acredito em você.

- Thomas...

- Você pode dizer o que quiser, mas eu não consigo acreditar em nada do que você diz! - ele se levantou devagar por causa da nuca dolorida, alarmando o guarda que colocou o dedo do gatilho do Lança-Granadas no mesmo segundo, mas o rapaz nem se importou. - Eu sabia que as coisas não seriam mais as mesmas depois que brigamos, mas eu não imaginava que chegariam a esse ponto. - Thomas gesticulou, apontando para o quarto todo.

- Eu... - Teresa tentava se explicar, mas ele não dava nenhuma brecha para isso.

- Vocês mandaram a Nancy pro Labirinto e eu nem tive a chance de me despedir! Muito pelo contrário, vocês vivem me castigando por me importar com ela. Isso vai contra as normas do CRUEL? Se importar com alguém ou algo que não seja uma maldita cura?

- Mas trair o CRUEL foi errado! - Teresa o interrompeu. - Isso foi um erro, por isso você está aqui.

- Bom, eu me senti traído por você em vários momentos.

- Eu sei, mas...

- Eu não me despedi, Teresa. - ele insistiu, começando a chorar. - Tudo o que eu fiz foi segurá-la no colo enquanto prometia que nunca ia esquecê-la. E eu vou esquecê-la. Sei disso e me dói saber que não vou cumprir a minha promessa por causa de um bem maior. - falando disso, Thomas se lembrou que a cura era o sangue de Nancy, fazendo-o chorar mais. - Você entende o que vão fazer comigo e com a Nancy? A gente não vai se reconhecer!

- Eu não acredito nisso. - Teresa murmurou, muito triste também.

- Pois acredite, Teresa. Acredite porque é isso o que o CRUEL faz. - Thomas retrucou, soltando um soluço em seguida. - Vocês tiram tudo das pessoas... Tiram tudo o que crianças têm nesse fim de mundo! Só para poderem dizer no futuro que vocês salvaram o mundo, mas esse dia nunca vai chegar porque o mundo não tem mais salvação! E tudo o que vocês tiraram dessas crianças, incluindo a mim e a Nancy, nunca, nunca poderão ser devolvidas!

Before I Forget You《 Maze Runner Fanfic 》Onde histórias criam vida. Descubra agora