16. It doesn't answer anything I asked.

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Três dias haviam se passado desde aquela visita e Nancy ainda não compreendia por quê Thomas havia pedido desculpas. Até onde ela sabia, ele não tinha feito absolutamente nada além de sumir abruptamente, mas isso não era culpa do menino.

A rotina de Nancy naquela solitária era maçante, mas não deixava de ser higiênica e saudável. Um guarda e um enfermeiro traziam refeições completas quatro vezes ao dia e havia um banheiro pequeno ali, mas perfeito para uma garota de treze anos. E toda vez que ela dormia, acordava com uma muda de roupa limpa na cadeira. A única coisa que atormentava Nancy além de não poder ver nenhum amigo era não saber o horário. E por mais insignificante que fosse isso, não saber quando era dia e quando era noite a deixava absurdamente frustrada.

Quando não estava comendo, dormindo ou tomando banho, Nancy estava na sua cama, pensando em tudo o que tinha acontecido até ali, desde o seu primeiro dia de aula até o dia em que Newt havia sido levado - ela já nem tinha mais ideia de quando tinha sido isso de tão confusa com o tempo. Muitas vezes, ela chorava, pensando na sua família, em Thomas e em quando os veria novamente. E no dia que recebera a sua segunda visita, Nancy estava fazendo exatamente isso.

Aquele ranger metálico da porta ecoou pela solitária como não tinha ecoado fazia muito tempo, revelando dois guardas e a senhora loira que Nancy tinha visto fazia três anos, mas ela ainda conseguia se lembrar da senhora o suficiente para reconhecê-la. E a garota não estava nem um pouco feliz em recebê-la, sem nem se importar em secar as lágrimas.

- Boa noite, Nancy. - ela cumprimentou enquanto entrava no quarto, dando certa sensação de alívio para a menina ao dá-la a simples informação de que era noite. - Sou a Doutora Paige. Se lembra de mim?

- Você me enganou. - foi o que Nancy respondeu. - Você mentiu pra mim!

A exclamação da garota deixou os dois guardas do lado de fora alarmados, mas Paige fez um sinal para que eles não se mexessem.

- Eu sei como se sente e sinto muito por isso. - a senhora respondeu cordialmente. - Sabemos que você não queria se separar do seu irmão...

- Vocês não só sabiam como disseram que não iam fazer isso porque não são monstros.

- As circunstâncias mudaram, Nancy, e tivemos que fazer isso.

- Por quê?! - ela começou a chorar ainda mais. - Que circunstâncias? Onde os meus irmãos estão? Onde tá a minha mãe? Onde tá o meu pai?

Paige soltou um suspiro pesado, tentando manter a paciência. E isso era o mínimo que ela podia fazer.

- Onde estamos agora é como se fosse um prédio de cabeça para baixo, há andares apenas debaixo da terra. Lá fora, no mundo que você conhece, há uma doença que chamamos de Fulgor. Você e as outras crianças, por alguma razão, são imunes e nós, o CRUEL, estamos tentando achar uma cura. E vocês são a resposta.

- Isso não responde a nada do que eu perguntei. - Nancy retrucou, apesar de demonstrar terror com a ideia da doença.

- Eu não posso responder às suas perguntas agora, Nancy, apenas lhe dizer o que está acontecendo.

- E quando você vai poder me responder?

- Quando chegar a hora. E você vai saber quando vai ser.

- Clássico. - Nancy murmurou, mas Paige nem ouviu. Ou pelo menos fingiu que não.

- O seu pai, como você bem sabe, é o chefe de segurança do CRUEL, assim como eu sou a diretora de operações. E você vai poder nos ajudar escolhendo entre...

- Eu quero segurança. - ela interrompeu, como se previsse a pergunta e deixando a mulher confusa. - O Thomas e a Teresa... Eles... Eles me contaram sobre essa parte. E eu quero segurança.

Before I Forget You《 Maze Runner Fanfic 》Onde histórias criam vida. Descubra agora