Thomas só acordou no dia seguinte, na cama do seu quarto, sentindo dor pelo corpo todo, mas principalmente na cabeça por ter chorado tanto no dia anterior. E antes que ele começasse a chorar de novo, Doutora Crowfford bateu na porta, pedindo por trás dela que ele se preparasse para o primeiro dia de trabalho no subsolo seis.
Sem pressa por conta do desânimo, Thomas fez suas necessidades básicas e nem se esforçou para dar um sorriso ao cumprimentar a doutora, mas ela era gentil demais para levar isso para o lado pessoal.
- Querido, não fique assim. - ela apertou o ombro dele. - A Nancy vai ficar bem. Ela é uma menina forte e você sabe disso.
- Não é essa a questão, Doutora Crowfford. - Thomas respondeu, nem um pouco animado. - Eu só queria estar com ela. Por que ela tem que ficar presa? Sozinha?
A Doutora Crowfford o encarou por um segundo enquanto andavam e soltou um suspiro pesado, como se soubesse a resposta que não parecia nem um pouco confortável.
- Talvez seja melhor assim.
- Por que? - ele insistiu.
- Sabe, a vida nem sempre é justa, Thomas. - ela respondeu, parecendo menos tensa, apesar de ainda aparentar estar escondendo algo. - E temos que lidar com isso.
Aquela resposta um tanto clássica não tinha satisfeito a curiosidade de Thomas, muito menos a tristeza sufocante de não poder ver Nancy. E apesar disso, ele decidiu não insistir mais.
Os dois permaneceram em silêncio até que chegassem na nova área de trabalho de Thomas, do qual era um quarto de hospital misturado com um consultório. A Doutora Crowfford contou que aquilo era o setor de tratamento e de testes de vacinas que o CRUEL fabricava, a área de trabalho mais simples que a organização tinha, mas ao mesmo tempo, uma das mais cruciais.
Thomas não precisou de explicação para saber o que fazer ali, pois aquilo parecia mais um teste do seu primeiro ano de medicina do que um castigo por ter causado um estardalhaço desnecessário. E depois de ter feito todas as suas obrigações - limpar e organizar o lugar no geral -, Thomas não tinha absolutamente mais nada para fazer, a não ser pensar em Nancy e no quanto sentia falta dela.
Porém, no fim das contas, ele encontrou algo para fazer, mesmo que não fosse muito interessante.
Na mesa que havia na sala, tinha umas duas telas de computador e um rádio. O rádio ficava na esquerda e poderia ser usado para se comunicar com outras bases do CRUEL, provavelmente muito usado caso faltasse suprimentos farmacêuticos e coisas do tipo. Uma das telas ficava no meio e tinha tudo o que Thomas precisava para fazer relatórios e notas, caso recebesse um paciente. E outra tela, que ficava à direita, era dominada por um mapa com todas as coordenadas de todas as bases, laboratórios e experimentos do CRUEL, inclusive os Labirintos. Havia também as coordenadas dos helicópteros que iam e viam dos lugares. E uma das bases do CRUEL piscava, indo de azul para vermelho o tempo todo, talvez indicando algum tipo de emergência.
Depois de um tempo observando aquele pontinho piscante, imaginando o que poderia estar acontecendo lá, a sala foi invadida por uma maca que carregava uma mulher tão ruiva quanto Nancy e três guardas de camisa vermelha - muito conhecidos por esse nome: Camisa Vermelha. Thomas tirou os pés da mesa no mesmo instante, um tanto assustado com a entrada repentina.
- Boa tarde. - um dos guardas o cumprimentou enquanto tirava a máscara, mostrando um rosto suado e cansado. - A fase dois do Grupo B foi invadida. Tivemos que evacuar as cobaias do Grupo B para a fase dois do Grupo A.
- Ah, ok. - foi a resposta de Thomas, um tanto confuso com a agitação. - Bom... E ela?
- Ah, ela é a Megan. - o guarda respondeu, pegando a prancheta que estava presa ao pé da cama. - Ela está fazendo um tratamento exclusivo contra o Fulgor há seis anos. Ela não parece muito bem, mas não tivemos tempo de tratá-la e foi a primeira a sair da base.
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Before I Forget You《 Maze Runner Fanfic 》
Fanfiction[4/4] ▪ [CONCLUÍDA] Apesar de ter recuperado a memória, Nancy se lembra vagamente da sua vida antes do Labirinto, como se fosse outra encarnação sua, algo tão vago quanto um quarto vazio e tão sombrio quanto um porão sem luz. E ela não gostaria de l...