Before I Forget You《 Maze Runner Fanfic 》

21. You're anything, except my family.

Tremendo e chorando baixinho, Nancy enfrentou a escuridão daquele laboratório, tentando ser otimista ao pensar que tinha uma arma para se defender e que determinados ruídos eram causados pelos meninos que ela deixou para trás. Muitas vezes, lhe ocorria que se separar do grupo tinha sido a maior idiotice já feita por ela antes, mas Nancy não conseguiria suportar os olhares de desprezo e muito menos as palavras de Harry, caso continuasse com os outros.

De uma coisa, a ruiva tinha certeza: seu senso de direção era excelente. Nancy não queria enfrentar Cranks, então não precisava procurá-los e se perder no labirinto escuro que aquilo tinha se tornado. Ela precisava apenas procurar uma saída.

Um desejo frequente que lhe ocorria naquela situação, além de querer sair logo dali, era pelo menos ter Thomas ao seu lado. De alguma forma, enfrentar problemas e monstros ficava muito mais fácil para Nancy quando ele estava por perto. E da última vez que isso aconteceu, ele estava lá para abraçá-la e dizer que tudo já tinha passado, mas agora, ela estava sozinha. E isso fazia com que Nancy não conseguisse segurar o choro por muito tempo.

Em determinado momento, Nancy tinha se deparado com uma porta no fim de um corredor em formato de T, que tinha uma plaquinha verde escrito "saída". Aquilo tinha sido um alívio enorme para ela, mas esse sentimento virou fumaça antes mesmo da garota dar um suspiro, pois um uivo horripilante veio do corredor esquerdo. Nancy sabia que se fosse correndo para a porta, as chances eram quase zero de sair sem enfrentar aquele Crank, mas a sua salvação foi uma mesa de escritório abandonada na lateral esquerda do corredor, onde a menina se escondeu e desligou a lanterna, tentando controlar a respiração para não ser ouvida.

Nancy sabia que tinha sido pelo menos detectada, pois o Crank não deveria ser tão burro para não imaginar que aquele facho de luz vinha de uma lanterna que o seu próximo jantar segurava, mas se ela continuasse ali debaixo da mesa, quieta o bastante para que o Crank pensasse que a sua presa tinha sumido, Nancy tinha alguma chance.

- Rose levou meu nariz, eu acho. Rose levou o meu nariz, eu acho. - o Crank repetia sem parar com uma voz engasgada, provavelmente mancando por uma fratura horrenda na perna que era possível saber da sua existência apenas ouvindo os ossos se deteriorando mais e mais a cada passo que ele dava. - Rose levou meu nariz, eu acho. Você sabe onde está o meu nariz? Rose levou meu nariz, eu acho...

Nancy se arrepiou como nunca tinha se arrepiado antes ao ouvir a pergunta do Crank, deixando um soluço baixinho escapar, causando a si mesma um calafrio terrível. E o pior de tudo era que ela tinha ouvido o Crank parar de andar, o que com certeza não era nada bom.

- Você sabe onde está meu nariz? - ele perguntou de novo, a voz um pouco firme e severa, como se Nancy tivesse levado o nariz dele ao invés de Rose (quem quer que fosse).

Depois de ouvir isso, Nancy escondeu o rosto atrás dos joelhos tentando fazer o mínimo de barulho possível, deixando as lágrimas correrem soltas pelo seu rosto. Mais do que nunca, ela queria que Thomas estivesse ali.

O Crank ainda não tinha voltado a andar, mas o silêncio era tanto que parecia que ele tinha evaporado do ambiente. Nancy não confiava nem um pouco naquilo, pois imaginava que ele estava à espreita, esperando a menina sair dali apenas para poder substituir o seu antigo nariz com o dela. Ou coisas até piores, como a mesma tinha visto na sala de Cranks.

Quase um minuto se tinha se passada - uma eternidade para Nancy - quando luzes surgiram de onde ela tinha vindo, revelando o Crank imóvel no meio do corredor, uma imagem mais aterrorizante e grotesca do que a imaginação de Nancy tinha criado.

- Cara, Harry, acho que você pegou muito pesado com ela. Eu não entendo como você pode dizer que gosta dela mesmo depois de tudo que você... Meu Deus, olha aquele ali! - Daniel exclamou, aterrorizado, mas nem tanto quanto a menina debaixo da mesa de escritório.