Before I Forget You《 Maze Runner Fanfic 》

39. I thought you needed to hear something like this.

Nancy corria como se isso fosse mais importante que respirar e bombear sangue para o seu coração.

Ela corria sem parar entre as árvores secas que haviam aos arredores do acampamento do Braço Direito. E era para lá que a ruiva estava indo, pois seus amigos e todos os outros corriam perigo, mas já era tarde.

Ao chegar no topo de uma colina bem íngreme, Nancy teve a visão mais horrível de todas, pior do que os Cranks no shopping abandonado, um Verdugo ou mesmo a Clareira depois da invasão daqueles monstros: todos estavam mortos. Todos, sem exceção.

Inconformada e aterrorizada, a ruiva desceu a colina na direção do acampamento massacrado, reconhecendo alguns corpos. E os joelhos de Nancy cederam quando a mesma viu os seus dois irmãos sem vida por causa de alguns tiros no peito. Era quase surreal, mas nem os seus amigos tinham escapado dessa. Minho e Teresa não se encontravam ali por alguma razão, mas isso era uma pontada de alívio diante daquela visão devastadora, até que ela ouviu uma tosse sofrida a poucos metros à sua frente.

Nancy ergueu o olhar e viu alguém deitado no chão e de costas para ela, mas que tinha se deitado de barriga para cima depois. E a ruiva reconheceria aquela pessoa de qualquer jeito.

- Tom! - ela exclamou enquanto se arrastava até o rapaz que continuava a tossir, mas cuspia sangue agora. - Ai, meu Deus... Tom...

- Nancy... - Thomas tossiu mais um pouco enquanto Nancy o acomodava no colo. - Você tá... Bem? Você tá bem?

- Sim, eu tô bem, mas você... - Nancy viu uma grande mancha vermelha na camiseta dele, sujando a sua mão ao fazer pressão para estancar a hemorragia como se ainda pudesse salvá-lo. - Ah, Tom...

- Tá doendo... - ele tossiu, chorando e deixando as lágrimas limparem o seu rosto. - Nancy, tá doendo... Eu não vou... Não aguento...

- Não, não! Shh... - Nancy passou a mão na cabeça de Thomas enquanto ele a encarava com tristeza, ofegando desesperadamente pela falta de ar que sentia enquanto um pouco mais de sangue escorria pelos seus lábios. - Você é forte, tá bom? Você aguenta, sim.

- Não, não... - ele negou, mesmo querendo que o que Nancy dizia fosse verdade. - Me desculpa... Tá? Me desculpa...

Nancy soltou um soluço, pois nunca imaginava que as coisas terminariam daquele jeito. E ela nunca tinha dito o que sentia por ele de verdade, o que fez com que a ruiva se sentisse pior. Nancy, inclusive, tinha brigado com Thomas por conta do que tinha acontecido na festa na casa do Marcos, sentindo-se injusta e impiedosa com o rapaz que segurava nos braços, à beira da morte.

- Você... Pode me... Pode me... Me abraçar? - ele indagou, engasgando cada vez mais com o próprio sangue.

Nancy nem pensou duas vezes para realizar o desejo de Thomas, pois era o mínimo que ela poderia fazer por ele naquele momento tão agoniante. Ela o puxou para perto, sentindo a pele gelada da testa de Thomas encostar no fim da sua bochecha enquanto ele segurava o braço dela com fraqueza, fazendo um carinho com os dedos com toda a energia do seu corpo.

- Não se esquece de mim, tá bom? - ele sussurrou depois de alguns segundos assim, sentindo o carinho amoroso que Nancy fazia com os dedos que ia da sua têmpora para a sua bochecha. - E-Eu... Eu te amo.

Um arrepio se espalhou pelo corpo da ruiva ao ouvi-lo sussurrar aquelas palavras antes de dar um último suspiro, o que a fez chorar mais ainda. Thomas não fazia mais carinho no seu braço e tinha deixado a sua mão escorregar lentamente até o seu tronco ensanguentado e Nancy não teve coragem de olhar no rosto dele, fechando os olhos com força e tentando fingir que Thomas ainda estava ali com ela.