25.

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Ouvimos gritos na rua de repente. Olhei pra Kelly e ela deu de ombros. Ótimo. Mais uma confusão.

Saímos do quarto e eu desci as escadas correndo.

Gabriella: Mãe, o que foi?

Melinna: Vem ver uma coisa — chamou.

Saímos de casa e lá estava ele, parado no meio da rua. Jogou as armas no chão, levantou as mãos pro alto e se rendeu. 

Ele voltou. Mateus voltou. Abri um sorriso que achei que nunca tinha dado na minha vida. 

Pietro levantou a arma e eu gritei.

Gabriella: Não! — berrei e ele me olhou assustado. — Não mata ele! - pedi.

Polegar: Ele é um traidor!

Gabriella: Mas ainda é seu primo — saí de casa e fui até o Matheus. — O que tá fazendo?

Menor: Eu me rendo, eu voltei 

Olhei pro Pietro.

Gabriella: Ouviu isso?

Polegar: Não...

Interrompi.

Gabriella: Pietro, ele voltou

Polegar: Pode ser um truque

Gabriella: Não acho que seja

Menor: Não é, juro que não é. Voltei por você Pietro, somos só nós dois, somos uma família. Ou fomos algum dia

Gabriella: É o Matheus. É ele. Por favor. Aceita ele de volta, Pietro. Por mim — implorei. Era o Matheus. Ele tinha que aceitá-lo. 

Pietro respirou fundo.

Polegar: Eu aceito 

Respirei fundo, aliviada. 

Peguei as armas do Menor e entreguei pra ele.

Menor: Será que... ?

Gabriella: Ele aceitou, pode pegar — incentivei. Ele pegou as armas e guardou. Fomos até o Pietro.

Menor: Me desculpa, ta? Eu errei, eu sei. Não devia ter ido embora

Polegar: Não devia mesmo, você nos traiu. Traiu à mim, sua unica família 

Eu estava com dó dos dois. De verdade.

Gabriella: Acho que vocês têm muito o que conversar, por que não entram? Hum? — sugeri. Eles me olharam. — E precisam de um tempo sozinhos, eu vou pra casa. E vocês deviam fazer o mesmo, fofoqueiros - saí de lá deixando os dois sozinhos enquanto a multidão se dispersava.

Entrei em casa e me joguei no sofá.

Manu: Menor voltou? — sentou do meu lado. Deitei a cabeça no colo dela e ela começou a mexer no meu cabelo.

Gabriella: Pois é, ele percebeu o erro. E que devia estar aqui, o tempo todo

Manu: Fico feliz que ele tenha voltado, e percebido. Ele até que fez falta

Gabriella: É, ele fez. Fez muita falta

Manu: O que, na verdade, você sente por ele?
Gabriella: Não sei o que sinto por ele, meus sentimentos por ele começaram quando Pietro foi embora, mas depois, foi tudo tão estranho. E depois que ele mesmo foi embora, os sentimentos se dispersaram. Gosto dele, isso é óbvio, mas não acho que seja de uma forma de casal, entende? 

Ela fez que sim com a cabeça. 

— É como se... não pudesse ficar sem ele. Mas não da forma como não posso ficar sem o Pietro. Ele faz parte da minha vida, mas, não o amo como um namorado. Só não sei da forma como o amo, mas, não é como um amigo, como eu amo o Guga e o Pixote.

Manu: Já ama o Pixote? 

Rimos.

Gabriella: Ele é um bom cara, merece uma boa garota, tipo a Agatha. E ele merece todo tipo de sentimento, eu seria uma idiota se não o amasse mesmo depois de tudo. Ele é um bom amigo, e o Guga também

Manu: Entendo você, e acho que finalmente as coisas estão se acertando

Gabriella: Nem todas as coisas — nos encaramos.

Ficamos ali um tempo e a porta abriu. Pietro.

Manu: Vou deixar vocês dois sozinhos — disse. Assenti, me sentei, ela levantou e subiu. Ele sentou do meu lado e passou os braços em volta de mim.

Gabriella: Viu o que eu disse? Ele voltou, não porque me ama, mas porque ama você

Polegar: É, você tinha razão quando disse

Gabriella: O que conversaram? Se quiser me falar...

Polegar: Claro.. Ele disse que sente muito, nunca devia ter ido embora. Se arrepende de ter atirado em você, de ter ajudado o Carlos com as maluquices dele. E que não vai mais disputar e nem brigar comigo, ele entende que você me ama

Gabriella: Ele entende?

Polegar: Sim, ele disse que entende. Que depois de um tempo quando você faz certas burradas você aprende a parar de insistir em algo que sabe que não vai dar certo 

Balancei a cabeça. Ainda não sabia bem o que pensar daquilo.

A porta abriu novamente. Matheus.

Matheus: Eu vim só me despedir

Gabriella: Despedir? Por que?

Menor: Vou passar um tempo fora, vai ser bom

Polegar: Já disse que pode repensar

Menor: Não, vai ser bom 

Fiz uma cara triste. 

Gabriella: Você acabou de voltar e já vai embora de novo?

Menor: Prometo que volto, Gabi - garantiu. Me levantei e abracei ele.

Gabriella: Você sabe que te amo, né? 

Ele riu.

Menor: Eu também te amo. E por favor, não deixa isso acabar. Ah, e cuida desse desajuizado do meu primo

Polegar: Falou o super ajuizado — ironizou e eles se abraçaram. — Manda notícias
Menor: Claro que mando — sorriu pra gente e saiu.

Polegar: Ele volta

Gabriella: Eu sei... - suspirei.

Matheus mal tinha voltado e já estava indo outra vez, mas pelo menos ele estava de volta de vez. Pra nós. Pra mim.


Mulher de Traficante (TEMP 3) COMPLETAOnde histórias criam vida. Descubra agora