A verdade é que: eu estava de ressaca, pois é. Me deixaram beber a vontade ontem porque meu aniversário de 18 anos é hoje. Meu pai disse: aproveite sua pré-festa de maioridade.
Bárbara: Como está a sua cabeça amiga?
Gabriella: Péssima — disse massageando as têmporas. — Nem remédio adiantou — tropecei e a Kelly me segurou. — Obrigada
Kelly: De nada, pega no meu braço
Grudei no braço dela e continuamos descendo as ruas.
Larissa: Toma meu óculos
Tateei até encontrar as mãos dela e peguei os óculos de sol. Coloquei e abri os olhos devagar, melhorou. Suspirei.
Larissa: Melhor?
Gabriella: Muito, obrigada
Larissa: De nada amiga, tem certeza que ainda quer ir?
Agatha: Ah Larissa, a boca tá ali na esquina oh!
Larissa: Ta bom — deu de ombros. — Opa!
Parei de andar quando a Kelly também parou.
Kelly: Ele é meio maluco né?
Gabriella: Quem gente?
Bárbara: O Menor — apontou.
Manuella: Alguém disse Menor? — perguntou parando atrás de mim.
Kelly: Ele está aqui
Gabriella: O que ele tá fazendo aqui?
Manuella: Isso com certeza é fácil, está atrás de você
Encarei ela, séria.
Gabriella: E por que ele estaria?
Era uma pergunta idiota. Eu sabia muito bem porque ele estaria atrás de mim, só não queria admitir.
Manuella: Fazendo a sonsa? Não combina com você, Gabriella.
Larissa: Larga de coisa, Manuella!
Manuella: Eu com coisa? Não sou eu que tô fingindo demência aqui não, Larissa.
Ergui as sobrancelhas.
Kelly: Ok. Chega. — Ela cortou a briga. — Você vai falar com ele, Gabi?
Manuella: É claro que ela não vai! — Cruzou os braços, encarando a Kelly como se ela fosse doida. — Ficou maluca, Kelly? É o Matheus. O Matheus que transou com ela bêbada, que sequestrou, que empurrou ela na parede. Lembra? Aquele Matheus que faz uma cagada atrás da outra.
Kelly: Eu sempre estive aqui, não precisa me lembrar do que ele fez, Manuella — Usou um tom de voz debochado.
Gabriella: Obrigada — resmunguei, revirando os olhos.
Bárbara: Se a Gabi quiser ir falar com ele, ela vai
Manuella: De jeito nenhum!
Larissa: O controle acabou, Manuella — Lari lembrou-a.
Manu semicerrou os olhos e eu previ a briga.
Gabriella: Ok. Eu vou falar com ele, sim.
Por que eu ia mesmo? Ah é, porque eu era estupida e gostava do perigo.
Depois de muita relutância Manuella parou de implicar e eu fui atrás do Matheus. Ele se distanciou e entrou numa rua, fui atrás e ele estava encostado na parede.
Gabriella: Você é doido de vir aqui? O Pietro te mata
Menor: Queria falar com você
Gabriella: Então fala
Menor: Acho que vou largar do BT e ir embora
Gabriella: Embora pra onde?
Menor: Outro estado talvez
Gabriella: Matheus, você pode voltar, pode mudar, eu acredito em você! Pietro te aceitaria de volta.
Menor: Você tá brincando comigo, né?
Ergui as sobrancelhas.
Gabriella: Não! — disse séria.
Menor: Eu não quero fazer isso, Gabi. Eu não sou um bom cara, se lembra? Eu sou egoísta. Eu pego o que eu quero. Eu sei o que eu quero. Eu faço tudo o que eu quero fazer. Eu minto pro meu primo, eu me apaixono pela namorada dele. Eu não faço a coisa certa. — parou de falar e respirou fundo.
Gabriella: Que seja. A vida é sua e as decisões também! — dei as costas deixando ele sozinho ali. Virei de volta pra rua principal. Respirei fundo, passando a mão pelo rosto.
O que ele faz comigo? Droga.
Eu conhecia muito bem os sentimentos do Matheus por mim. Só que eu não queria falar sobre eles, porque não eram recíprocos. Pelos menos não da forma que ele esperava que fosse. Eu o amava, mas não como amava o Pietro.
Quando Pietro foi embora aquilo ficou confuso na minha mente, porque Matheus esteve comigo durante aqueles meses, todo aquele verão. E eu acho que gostei dele ali, naquele momento. Mas, quando Pietro voltou, aqueles pareciam sentimentos de outra Gabriella e não meus.
Mas eu não podia negar que sempre existiu algo, mas nunca evoluiu, porque Matheus pisou na bola feio comigo e porque não era pra ser. Eu era do Pietro desde que ouvi a voz dele pela primeira vez. Não foi amor à primeira vista, foi amor à primeira voz.
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Mulher de Traficante (TEMP 3) COMPLETA
Teen FictionCOMPLETA PARA SEMPRE ❣ "O amor leva a gente a fazer coisas estranhas." Não me arrependo de amar o Pietro ou da decisão de escolher ficar com ele. Só não imaginava que nos apaixonar causaria uma verdadeira guerra... Mas uma guerra que jamais vai nos...