6.

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Acordei com uma forte dor de cabeça, eu estava em um quarto. Será que tudo não passou de um sonho? Mas quando olhei em volta vi que não era o meu quarto. Respirei fundo. Aonde estou? Me senti e vi a ultima pessoa que eu esperava ver: Menor.

Menor: Como você está? - perguntou. Me subiu um ódio.

Gabriella: Onde eu estou Matheus?

Menor: Meu quarto

Gabriella: Esse não é o seu quarto

Menor: É meu novo quarto

Gabriella: Eu to no morro do BT? - perguntei. Ele fez que sim com a cabeça. - Por que eu to aqui?

Menor: Não sei, Carlos te trouxe

Gabriella: O Carlos me trouxe?

Carlos: É, eu trouxe - disse entrando no quarto. Me encolhi na cama. - Tá na hora, vamos levar ela pra lá

Gabriella: Me levar pra onde?

Carlos: Um lugar! Traz ela Menor - saiu. Olhei pro Menor.

Menor: Não vou deixar ele te machucar - levantou e veio me puxar pelas mãos. Me afastei dele.

Gabriella: Fica longe de mim, eu odeio você - senti lágrimas escorrendo pela minha bochecha. - Você é um traidor. Traiu seu primo, sua única família.

Menor: Não vamos falar disso agora, ta?  

Gabriella: Não vamos falar disso em momento nenhum. Se prepara pro Pietro - alertei. Matheus apenas assentiu e me tirou da casa.

Não olhei em nada, não tava nem um pouco interessada. A boca daqui não era no começo do morro como onde eu moro. É no meio do morro, no meio de tudo. Parei assustada com a movimentação.

Menor: Não fica com medo, isso é normal - foi me guiando. Entramos em uma salinha e estava o BT lá sentado com um cara. Ele me olhou. Carlos gesticulou que queria falar com ele.

BT: Você já pode ir César, foi muito útil - disse. O cara levantou e saiu. - O que foi Carlos?

Carlos: Peguei a filha do Bobby - falou como se tivesse com um prêmio nas mãos.

BT: Pra que?

Carlos: Como assim pra que? Pra ele se entregar
BT: Você sabe que isso não vai acontecer. Agora liga pro Polegar vir buscar ela

Carlos: Ainda não, ela não sofreu

BT: E nem vai, agora liga pro Polegar, anda! - mandou. Carlos bufou e saiu. - Então, você é a famosa Gabriella? - contornou a mesa e veio andando na minha direção. Dei um passo pra trás. - Não vou te machucar, por mais que eu queria seu pai morto não envolvo filhos

Gabriella: Não acredito em você

BT: Que seja. Sei que você e meu filho ficaram muito amigos depois que ele te sequestrou. Tem notícias dele? - perguntou. Achei ter visto preocupação nos olhos dele. Suspirei.

Gabriella: Ele tá bem, não precisa se preocupar

BT: Tá bem mesmo? - pressionou. Fiz que sim com a cabeça. - Bom... então, onde seu pai guarda as bombas? - se inclinou pra mim.

Gabriella: Não interessa - rosnei. Ele riu.

BT: Ah! Achei que diria isso - debochou. Eu tava com tanta raiva que não pensei, apenas fiz. Meti um tapa na cara dele. Ele foi virando a cabeça, fechei a cara. Ele riu. - Ela tá achando que sou os caras do morro dela que ela dá na cara de brincadeira - disse pro Menor e depois me olhou feio.

Menor: Não vai acontecer de novo, vou tirar ela daqui - me puxou e saímos da salinha. - Você é doida, não é? - não respondi e ele balançou a cabeça em sinal negativo.

Carlos: Vem comigo, tá na hora de se divertir - falou pro Menor.

Menor: Divertir tipo?

Carlos: Vem logo cara! - Entramos em um carro e ele subiu umas cinco ladeiras e parou no meio do mato, legal. Menor abriu a porta do carro e eu sai. - Seguinte, Polegar tá chegando, mas vamos assustar um pouquinho - deu um sorriso diabólico. - Você fica aqui e distrai ele um pouco, quando eu assoviar você diz o nome dela entendeu? - perguntou pro Menor.

Menor: Por que?

Carlos: Ahá! - sorriu. - Agora vem a melhor parte. Vou estar com ela ali em cima naquela viga - apontou. Levantei a cabeça e tinha uma viga de ferro acima. Fiquei assustada. Voltei a olhar pra eles.

Menor: E aí?

Carlos: E aí que se o Polegar fizer besteira eu jogo ela, genial né? - deu gargalhadas.

Menor: Não vejo nada engraçado, e muito menos genial. Não tem outro plano?

Carlos: Não, não tem! - ele olhou pra baixo, ouvi uns murmúrios. - Ele chegou, só deixa ele subir quando eu já tiver lá em cima com ela. Vai! - me puxou pelo braço e andamos até uma árvore grande. - Escala - apontou pra árvore. 

Gabriella: O que? Mas eu não sei escalar árvores  

Ele revirou os olhos e me colocou nas costas dele, soltei um grito.

Carlos: Já falei que seus gritos me irritam as vezes? - disse enquanto escalava a árvore comigo nas costas. Não me dei ao trabalho de responder. Quando chegamos ao topo ele me colocou em cima de uma madeira. - Agora anda! - mandou. Sem opções, pisei firme na madeira e passei pra viga. Fui andando. - Para na ponta - disse atrás de mim, cheguei na ponta e parei. Respirei fundo. Era alto pra caramba. - Alto né? São 5 metros. Aposto que você gostou - parou atrás de mim e riu. Tentei me manter calma e não me desesperar. Vi o Pietro chegar e parar há dois metros do Menor.

Polegar: Olha se não é o traidor! - debochou. Cruzou os braços e ficou encarando o Menor.

Menor: Posso ser, mas garanto que você vai adorar o que vem a seguir

Pietro fez cara de confuso.

Menor: Gabriella você ainda está aí? - perguntou alto. Não ia responder, mas Carlos apertou meu braço.

Gabriella: Pietro! - gritei. Ele olhou pra cima e me viu, depois olhou pro Menor. 

Polegar: Que feio priminho! - foi avançando na direção dele.

Menor: Ah Ah! Mais um passo e ela cai

Polegar: Você não é louco Matheus

Carlos: É, mas eu sou - rosnou. Senti as mãos dele nas minhas costas enquanto o Pietro voltava a me olhar. Então, fui lançada pra frente. Senti o vento no meu rosto e fechei os olhos esperando o final do percurso, mas cinco metros não terminam em segundos.

Polegar: NÃO! - ouvi ele gritar e cai de lado, minha jaqueta amorteceu a queda, assim como as minhas botas. Não bati a cabeça no chão o que foi uma sorte, mas senti dor da minha cintura até meu braço. Pietro veio avançando pra mim. Balancei a mão.

Gabriella: To bem - sussurrei. Não ia distrair ele.

Mulher de Traficante (TEMP 3) COMPLETAOnde histórias criam vida. Descubra agora