Cap V

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•Jace Stevens•

- Jace, o café tá na mesa- Mal conseguia abrir o olho, quem me dera tomar café.

- To sem fome Max, não dormi bem essa noite pensando nas dívidas com a Imperial, sem contar os trabalhos e redações da escola, - Entrelaço os dedos no meu cabelo na esperança de relaxar - e o pior, não tenho ideia de onde vou tirar cinco mil dólares.

- Por que não fala pra ele diminuir a dívida, se tivesse mercadorias teria mais compradores, a culpa não é sua Jace. - Por mais certo que Max estivesse, não seria tão simples assim conversar com a Imperial, aqueles caras jogam sujo e fazem tudo por dinheiro.

Olho pro relógio na parede e percebo que já está quase na hora da primeira aula, sei que não vai ser fácil mas preciso tentar nem que custe minha vida.

- Eu já vou indo, avisa o pessoal que talvez eu não vô no bar hoje, tenho que resolver uns assuntos. Não me espere, talvez eu não volto a tempo de me encontrar com vocês.

Peguei minhas chaves e meu carro indo pra escola. A preocupação toma conta de mim, a escola não dá descanso, e eu ainda tenho um monte de dívidas pendentes por todo lado. Estava exausto, até que vejo um rosto psicótico e gentil do outro lado do estacionamento.

- Elliza...

- Olha só, curou a ressaca de ontem? -Fiquei paralisado, como ela não percebeu que aquilo não era só álcool.

- To bem melhor, tomei um remédio pra ficar tranquilo - Minto - e também tirei um bom cochilo - Minto de novo, tecnicamente, a minha vida é mentir.

- Que estranho, o que é isso no seu olho -Ela tenta se aproximar mas eu seguro seu braço antes de encostar no meu rosto.

- Não é nada - Ela fecha o olhar afastando a mão - Melhor a gente ir pra sala antes que o sinal toque.

Não queria ter segurado o pulso da Elliza, mesmo querendo sentir seu toque no meu rosto, mas é melhor manter algumas coisas em segredo.

•Elliza Tompson•

Jace tava estranho comigo. Sei que a gente se conhece a pouco tempo, mas a ausência dele me chateia.

Por mais que eu tentava me concentrar, ver que ele estava do meu lado mas não me dirigia uma palavra era torturante. Eu estava inquieta na esperança de que ele notasse que aquilo tava me agoniando por dentro.

Não aguentei ficar lá então fui pro campo ver o treino do time de footboll, e pra minha surpresa tinha uma menina lá, a mesma menina que eu esbarrei ontem.

- Eai - Ela se assusta quando me vê mas continua no lugar - Por que saiu correndo ontem depois que viu quem eu era? - Ela permanece calada então insisto com o olhar.

- É que...bom... - As palavras não queriam sair, estavam entaladas na garganta da garota. - As amigas da Megan disseram que você tem uma má fama. Desculpa a pergunta mas, porque vocês brigam tanto?

- Na verdade, nem eu sei. É uma richa jovem - Não era bem isso, mas nem eu sabia.

- Bom, eu não quero me intrometer mas... seu amigo tava meio triste hoje, o que aconteceu? Na sala nem se falaram.

- Não sei, e ainda bem que você me lembrou, preciso ir atrás dele perguntar o que aconteceu - Me levantei arrumando minha roupa - foi ótimo conversar com você, e por favor, não cai no papinho da Megan. - Ela me deu um sorriso e eu fui embora.

Andei todos os cantos possíveis da escola e não achei ele, Jace por incrível que pareça tinha desaparecido. Fui até o estacionamento e vi uma fumaça saindo do beco que ele estava ontem.

Como eu sou idiota, meu Deus, eu tenho cérebro e não uso.

- Jace, tá aqui? - Como se ele fosse responder - não acredito que tô falando isso mas... desculpa, não devia ter te ignorado, a gente se conhece a pouco tempo mas tá um tédio do caramba ficar sem conversar com você. A eu não vou falar mais nada, se quiser me perdoe e se não quiser vai se fude.

- Por que não faz uma declaração logo em - aquela voz, aquela respiração no meu pescoço, aquela mão na minha cintura.

- Desgraçado - Ele começa a rir sabendo perfeitamente o que estava fazendo - o que tá fazendo aqui sozinho?

- Ainda pergunta...- Ele joga a fumaça no meu rosto, vendo meu olhar ficar frio- relaxa, é só vaper, eu não fumo.

-Ta mentindo - o rosto dele muda completamente - tá achando que eu sou idiota, vi seu olho hoje de manhã e aquilo não era sono. Eu frequento boates dês de meus 15 anos Jace, acha mesmo que eu não ia reparar na droga que tava no whisky, é por isso que não olhou nos meus olhos e nem falou comigo. Não era só ressaca aquele desânimo todo...

- Cala a boca - ele me interrompe- oque você tem haver com isso em? - Não tive reação até por que não tenho resposta- Exatamente, nada.

- Desculpa Jace, eu só queria cuidar da minha saúde já que ofereceu aquela coisa pra mim, é, tinha razão, não tava bêbado, tava sobre efeito de calmantes e toxinas. Olha, sabe onde eu moro, qualquer coisa só bater na minha porta - Virei as costas indo embora até que Jace me prende contra parede. - Pode me soltar?

- Não, eu te devo desculpas, tô com a cabeça cheia e acabei descontando em você, não quero aceitar que a pessoa mais parecida comigo não tem nada haver com o jeito que eu vivo.

-Jace...- olhei nos seus olhos e ficamos ali durante um tempo - sinto muito.

Aquele tempo foi o suficiente pra sentir toda a tristeza e alegria que saia dele, eu não acreditava mas percebi naquele momento que um olhar vale mais que mil palavras.

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Bulletproof  (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora