Cap XXI

63 2 5
                                    

°Elliza Tompson°

Minha cabeça estava doendo, e eu mal sabia se estava viva, ou se tinha morrido. Meu corpo estava dolorido, e eu encostada na parede do beco com os pulsos sangrando, minhas pernas estavam amarradas assim como minhas mãos, e meus olhos pesados. Provavelmente eu tinha sido drogada.

A luz da manhã que atravessava o beco começou a bater em meus olhos, o gerador que sustentava o OPEN já estava ligado, mas eu não conseguia o escutar, provavelmente por conta da nicotina que estava correndo em meu sangue. A essa hora os guardas já devem estar recolhendo as pessoas caiadas na rua; normalmente as pessoas vão para os bares e não voltam pra casa, então elas ficam jogadas no meio das ruas durante a noite, de manhã a policia manda guardas para rondar os quarteirões recolhendo as pessoas.

Se passaram algumas horas, e nada de me acharem, mas eu tinha que aguentar querendo ou não.

°Jace Stevens°

Mal consegui pregar os olhos pensando no estado em que Jackson deixou a Elliza, tentei o convencer de deixar ela mais exposta, mas ele insistiu em manter ela no beco. Fui até o escritório dele pra resolver alguns assuntos, e avisar a Lisa de que eu estava bem.

- Você não acha que pegou pesado deixando ela lá naquele lugar? - Pergunto a Jack enquanto entro no escritório.

- Pra falar a verdade, estou com a consciência um pouco pesada . - que milagre, normalmente ele taca o foda-se pra todo mundo. - Mas acho que ela entendeu o recado. - ele sorri

- Acha?! Jackson, você cortou os pulsos dela e amarrou os braços e as pernas. Quem em sã consciência faz isso?

- Como meu irmão, deveria saber que pra mim isso é super normal. - ela tinha razão, o Jackson é doente - A! Você não vai convidar a Elliza pro baile, ela tem que achar que eu te matei. Vai pega-la de surpresa no dia.

- Tá né, só não inventa de tacar fogo na escola de novo, eu ainda quero ir pra faculdade irmãozinho. - saio da sala o deixando lá trabalhando.

Não dei a mínima pro que Jackson tinha falado, então fui até o OPEN ver se Mike sabia alguma coisa sobre a Elliza. Tecnicamente foi uma estratégia meio doentio ter feito aquilo com ela, mas de qualquer forma não pretendo voltar atrás com minha decisão, eu estava com cede de vingança, apenas isso que eu queria. Entro no bar fazendo com que Max olhasse pra mim com sangue nos olhos , era duro e entediante, mas teria que receber um sermão.

- Jon! - ele me chama mas eu o ignoro. - JONATHA STEVENS - paro em frente o balcão enquanto ele se aproxima de mim - Qual o seu problema cara?

- Desculpa? - pergunto desentendido

- Sabe o que fez, sabe que fez errado, E SABE QUE ESSA VINGANÇA INFANTIL NÃO TE LEVARÁ A LUGAR NENHUM - errado. - SABE QUE ISSO TE PREJUDICARÁ NO FUTURO, E PRINCIPALMENTE, SABE QUE NÃO VAI TRAZER SUA FAMÍLIA DE VOLTA MATANDO A GAROTA QUE VOCÊ AMA. Se isso tudo é só por que o Josh tá no orfanato, eu já disse que vou ajudar, mas deixar ela preocupada atoa, destruindo o psicológico dela por conta de uma birra insignificante, por favor, vamos ser um pouco mais realistas.

- Não sei onde quer chegar Max, mas eu não vou ficar aqui enquanto você joga todas as coisas podres em cima de mim, eu não fiz nada tá legal, não encostei na Elliza, a ideia de amarrar ela foi do Jackson...

- Como é? - ele pergunta desacreditado - Jace, o que fez com ela?- não respondo - Jace, o que fez com a Elliza?

- Jackson cortou os pulsos e amarrou ela no beco atrás do Open.

- E você deixou ele fazer isso?

- Eu não tive escolha, a ideia foi dele, mas ela tá bem agora, os guardas já devem ter achado ela e a levado pra casa . - Max vira as costas saindo do bar.

Por conta dessa merda toda, resolvi ir para minha casa espairecer um pouco a mente. Jackson deve ter ido pra Imperial cuidar de alguns assuntos pendentes, e a Elliza, bom...espero que ela esteja viva.

***

Eu estava preso em um mar de reviravoltas, não tenho noticias do meu pai a meses, um de meu irmão está preso e o outro é um completo psicopata, a garota que depositava todas as confianças em mim não me mandou uma mensagem, e meu melhor amigo nem olha na minha cara por conta de uma burrice. Estou começando a achar que essa ''vingança infantil '' realmente não vai me levar a lugar nenhum.

- NÃO JACE - grito comigo mesmo - o que foi já foi, não tem como voltar atrás.

Me levanto do sofá e vou até a geladeira pegar uma garrafa de whisky, o álcool desce pela minha língua queimando como se tivesse pegando fogo, o suco amargo que molhava minha garganta era o suficiente para manter todos os problemas afastados da minha cabeça. Fico um tempo do lado de fora da casa sentado na pequena escadaria que tinha. Por um estante me deixei levar pela brisa fria que batia em meu rosto. Pego minhas chaves e entro no carro, começo a dirigir sem rumo pelas ruas, até que entro no Centro e as luzes dos prédios refletidas no retrovisor sustentam minha cede de mais álcool. Estou em completo êxtase, em um completo delírio, um completo descontrole, apenas me mantive ali, dirigindo, com o álcool prestes a tomar conta do meu corpo por inteiro. Não interessa se vou bater o carro a qualquer momento, só me mantive ali.

Agora é eu e a solidão, apenas...

***

Instagram: juhfranc0

Bulletproof  (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora