Beautiful Stranger | Luke Hemmings

27. Sem Planos, Só Improviso

"Alguns dos melhores momentos na vida são aqueles que você não pode contar pra ninguém"

- Quer voltar pra lá? - ele pergunta quando a música chega ao fim.

Nego.

- Só quero ficar sozinha com você por um tempo, tudo bem?

Luke assente e eu nos guio até a sala do meu último ano. Pra nossa sorte, todas as portas estão abertas.

Sento no lugar que era meu, bem no início da fileira central e ele se senta no lugar ao lado.

- Eles não vão dar falta da gente? - Hemmings questiona.

- Não vamos demorar - prometo.

Conto à ele sobre como eu era no colégio em poucas frases e Luke apenas escuta, confortável no próprio silêncio. Quando termino, me recordo que não sei nada sobre ele, apenas o que já vi com meus próprios olhos. Todas as histórias que ele já me contou foram rasas e tinham o simples objetivo de me fazer rir, não me fazer conhecê-lo.

Eu saberia dizer qual a comida favorita dele ou a hora que ele acorda, mas nada além disso. Ao mesmo tempo, ele sabe tanto sobre mim que me espanta que ainda esteja aqui.

Eu sou uma bomba prestes a explodir e ele é o único que ouve o barulho do relógio. Só ele vê a verdade inteira, mas não parece se importar em ser ferido pelos estilhaços.

É um erro muito grande deixá-lo ficar perto. Eu preciso encontrar tempo e coragem para decidir o que fazer com isso.

Aviso a ele que é hora de voltarmos para a mesa. Vou na frente para que não suspeitem de nada e Luke fica com a desculpa de que foi abordado por um grupo de pessoas.

Quando sento à mesa, Cecília me dá um sorrisinho de apoio e Sofia pisca para mim. Depois eu me explico pra elas, só quero que as outras pessoas não notem.

Luke volta acompanhado de um cara que se formou no mesmo ano que eu, mas o loiro logo encerra a conversa depois de tirarem uma foto. Ele se senta à mesa e entra na conversa.

Anunciamos que vamos embora cerca de duas horas depois. Para disfarçar, levamos Ceci e Sofi em suas respectivas casas também.

Depois de já estarmos sozinhos de novo, percebo que estou um pouco cansada. Luke também. Partimos de volta para Los Angeles em algumas horas e eu mal posso acreditar que o final de semana já acabou.

Foi rápido demais.

Entramos em casa andando de fininho para não acordar meus pais. Seguro a mão de Luke para guiá-lo escada acima no ambiente escuro.

Na porta do quarto dele, aceno silenciosamente me despedindo, mas Luke faz que não com a cabeça.

- O que? - sussurro.

Ele revira os olhos e coloca o indicador sobre os lábios, indicando para eu fazer silêncio. Em seguida, me beija sem cerimônia alguma. Eu relaxo encostando meu corpo no dele sentindo meu estômago formigar.

Eu gosto disso. É desesperador, mas também é bom.

- Coloque o celular para despertar - aviso baixinho.

Luke morde o lábio.

- Coloque o seu e nós dois podemos acordar com ele se você dormir comigo.

- Eu...

Ele me interrompe:

- Só dormir.

A possibilidade me inquieta, mas eu tomo a decisão rapidamente. Aviso que vou tomar um banho e me trocar antes de ir me deitar com ele.