65. Expectativas Infundadas

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"Não durma cedo hoje" diz a mensagem de Ash.

"Quê?" mando de volta.

"Vamos lançar uma música"

Franzo a testa e olho a hora depois de Ashton me dizer que o lançamento é à meia noite. Tento entender a urgência do baterista, mas deixo pra lá.

Se for tão boa quanto Want You Back eu faço questão de ficar acordada a noite toda, mas não entendo o por quê do aviso.

Dou play na Netflix de novo.

Hoje é o meu quarto dia à toa em casa desde o fim das gravações. Tenho programas de TV e YouTube marcados para a próxima semana, então me reservo no direito de ficar no sofá vendo comédia romântica quando não estou com meus amigos.

Especialmente nessa sexta-feira que chove demais do lado de fora, eu realmente acho que o universo me quer em casa.

Subo mais a manta felpuda até ela cobrir todo o meu corpo e tento não comparar o mocinho do filme com Luke. Não nos falamos desde a festa de encerramento e acho que esse é o maior período de tempo que eu já passei sem vê-lo. Brigando ou não, nos víamos sempre no estúdio, então, esse aqui não é um teste para quando a banda estiver fora da cidade: a largada já foi dada.

Eu poderia ter mandado uma mensagem? Sim, mas a troco de quê? Meia dúzia de palavras e mais uma despedida? Eu não sou sadomasoquista assim, e Luke também não.

A gente precisa de um tempo pra esfriar a cabeça e aceitar o que está por vir.

Mesmo se Jenna não estivesse no caminho, ele ainda está saindo em turnê. Somos adultos, essa é a hora de agir de acordo com a nossa idade.

Olho a hora mais uma vez e decido abrir as redes sociais da banda para aguardar o lançamento, já que faltam três minutos.

Segurando o celular, levanto para buscar uma água. Abro a geladeira e fico feliz de Ash ter me obrigado à ir no mercado com ele, assim eu pude fazer compras. Talvez amanhã eu cozinhe um risoto e o chame para aproveitar os últimos dias da banda em L.A.

É, talvez eu chame Mike e Cal também. Talvez eu chame Luke.

Ou talvez eu esteja arrumando uma desculpa para ver Hemmings.

Supera, Lola!

Merda.

Guardo a garrafa de volta na geladeira e vou carregando o copo cheio para a sala. Vejo a página atualizar quando estou quase chegando no sofá, mas algo faz a estabilidade da minha mão falhar.

Que?

Não.

Acho que os meus olhos estão me traindo.

Estremeço assustada com o som do copo atingindo o chão. A água se espalha formando uma pequena poça e o vidro se parte em mínimos pedacinhos.

Não sei se me movo e corro o risco de me cortar com o vidro ou se olho novamente para a tela do celular e corro o risco de me quebrar com o que leio.

Parada no mesmo lugar, levanto o celular para ver a imagem estampada no Instagram.

Não pode ser.

Dou um passo para o lado sem me importar com os cacos no chão e me apoio no braço do sofá. Esfrego os olhos forçando a miragem a se dissipar, mas ela não vai embora. É real.

 É real

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Beautiful Stranger | Luke HemmingsOnde histórias criam vida. Descubra agora