Eu errei todas as frases ensaiadas na minha cabeça, não consegui completar uma linha de pensamento sequer e pedi desculpas tantas vezes que a gente quase brigou por isso.
Já é madrugada quando ele diz que está me esperando na frente do prédio. Eu levanto do sofá assustada como uma garotinha ansiosa para o seu primeiro encontro. Estou praticamente de pijama, mas essa é a minha última preocupação no mundo.
Cecília, que já tinha subido com Sofia, pergunta onde estou indo no meio da noite.
- Eu preciso dizer? - levanto uma sobrancelha antes de sorrir e receber o mesmo sorriso de volta dela.
Deixo-a parada no meio da sala com o copo d'água na mão, pego o cardigã azul de cima do aparador e sigo porta a fora.
No térreo, vejo o carro dele estacionado e tento segurar a minha vontade de correr.
Quando entro e bato a porta, Hemmings parece diferente pra mim. Não sei explicar. É como se eu o visse pela primeira vez, como se ele fosse novamente um estranho nessa vida, mas eu já o conhecesse de outras.
Aqueles químicos que eu não sei o nome começam a borbulhar dentro de mim. Eu poderia ficar aqui travada, poderia correr ou até mesmo chorar.
Por que ele me olha assim?
- Hey - diz com a mão no voltante.
Há um sorriso tão pequeno no canto de seu rosto que eu sequer consigo interpretar.
- Hey - respondo.
- Para onde quer ir?
Balanço a cabeça.
- Para onde você quer me levar?
Aquela expressão se abre e finalmente eu posso dizer que sim, é definitivamente um sorriso.
Luke dá a partida no carro e começa a dirigir pelas ruas vazias da cidade adormecida.
Eu reparo desde a forma como a sua mão desliza pelo volante até as novas cores que as luzes dos letreiros criam em contraste com o seu rosto. Hemmings não fala nada, já falamos demais pelo telefone e estamos completamente confortáveis no silêncio.
Uma música antiga toca bem baixinho no rádio e a mão dele procura a minha, logo entrelaçando os nossos dedos. Eu não sei para onde Luke está me levando, mas confio nele o suficiente para não ter vontade de perguntar.
[Play]
Chegamos a esse lugar bem alto onde se vê a cidade. Lá de baixo parece que todos dormem, e aqui de cima as luzes acessas parecem estrelas, quase como se observássemos a Terra de um planeta vizinho.
Não saímos do carro. Luke vira o rosto pra mim e eu noto que dividimos a mesma paz. Ele nem precisa perguntar se eu gostei, pois já conhece os meus gostos.
- Vem aqui - ele diz.
Eu demoro um segundo para desviar a atenção do azul de seus olhos e assimilar o som que sai da sua boca.
Eu levanto e vou direto sentar em seu colo, com o meu rosto a centímetros do dele. As mãos dele pousam no meu quadril e Luke passa o olho por todo o meu rosto. Eu o encaro da mesma forma, me demorando em seu lábio inferior ornado pelo piercing.
A respiração dele se mistura com a minha e essa é aquela sensação inigualável de quando ele está prestes a me beijar.
Não há barulho do lado de fora, o único som é a sinfonia entre nossos batimentos e respirações.
Luke acaricia a lateral do meu rosto colocando o meu cabelo pra trás antes de se aproximar do meu pescoço. Quando seus lábios tocam a minha pele, o ponto entre as minhas pernas esquenta e eu me movo devagar em cima dele.
Suas mãos passeiam pela minha coxa e ele avança pra dentro do meu short fino agarrando a minha bunda, intensificando o meu movimento no seu colo.
Ele morde o meu lóbulo e deixa mais um beijo no meu pescoço antes de trazer o rosto para a frente do meu. Seus lábios estão avermelhados e implorando pelos meus, então eu me aproximo em um toque suave que até mesmo me arrepia.
Sinto-o duro entre as minhas pernas e me movo contra ele com um pouco mais de força. Luke respira pesado nos milésimos de segundo em que as nossas bocas se desgrudam, sempre buscando novas formas de se provocar.
Meus dedos, que antes seguravam a gola de sua camisa, agora descem para o botão de sua calça jeans. Abaixo o zíper e agarro na barra de sua boxer exibindo-o pra mim.
Seguro-o pulsando quente na minha mão enquanto Luke se inclina para buscar algo no porta-luvas. Ele me dá a camisinha e eu coloco já me erguendo para encontrá-lo.
Afasto a calcinha e o short para o lado e Luke me encontra molhada. Ele empurra a minha cintura pra baixo quando se encaixa na minha entrada e eu deslizo nele gemendo baixo.
Ele me segura na posição aproveitando a sensação de estar dentro de mim e eu o beijo novamente antes de começar a me movimentar.
Não demora muito para que a minha performance lenta e sensual se transforme em um desespero voraz e barulhento.
O interior do carro fica quente e úmido enquanto eu vou de encontro a ele e ele vem de encontro a mim. Luke me puxa pela cintura com ainda mais força depois que eu gozo a primeira vez.
Meus olhos já não conseguem se manter abertos e meu sons já ultrapassam os vidros do carro quando ele empurra até o limite novamente e a gente goza junto.
À essa altura, já não é mais noite.
Jogo a cabeça pra trás tentando recuperar o ar.
Luke me encara ofegante.
- O que está olhando? - pergunto.
Ele balança a cabeça.
- Eu quero me lembrar de você assim.
- Não - sorrio - Eu quero que você se lembre de mim em um vestido bonito, olhando o pôr do sol.
Luke não contesta, apenas continua me olhando.
Não temos pressa de encerrar esse momento e nem planejamos chegar à lugar algum. Parece que o mundo parou de girar tão rápido e estamos só aqui, no agora.
O tom suave da manhã repousa tranquilamente no rosto dele enquanto eu agradeço silenciosamente ao universo por tudo que deu errado para que isso aqui desse certo.
Acho que finalmente é seguro eu me apaixonar.
[...]
________
Notas da autora
Agora só falta o epílogo :)
- Iza 👽
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Beautiful Stranger | Luke Hemmings
FanficTudo que eu conhecia dele era um mero personagem. Falas de um roteiro venerado por todo o país. Naquele ponto, eu já não sabia mais quem eu era. "Por que você está me olhando assim?" Ele me encarou de volta, completamente alheio à minha queda iminen...