— E como vai a escola, brotinho ?
A voz doce e suave da mulher do outro lado da linha conseguira acalmar de uma maneira absurda qualquer ansiedade do menor."Brotinho" , era como o adolescente era chamado carinhosamente pela sua tia, Mina. Segundo a mulher, este era o apelido cujo sua falecida mãe o chamava antes de o mesmo nascer.
Mina havia telefonado para o garoto alegando sentir saudades de ouvir a voz encantadora – segundo ela – de seu único sobrinho. E bem, não era a única. Jeongguk sentira falta da mais velha.
Somente pelo significado de seu nome,qualquer um poderia ter uma vasta noção de tamanha elegância e beleza que a mesma apresentava. Era doce, gentil e amava o moreninho como seu filho.
Jeongguk respirou fundo antes de continuar a conversa. Se limitara à apenas responder o necessário, poupando a mais velha de qualquer detalhe desnecessário.
— A escola vai bem, tia. — respondeu tentando passar algum ânimo ou segurança em suas palavras proferidas.
— Oh ! Que bom, meu menino ! — era notável sua animação ao ouvir a resposta dada pelo adolescente — E seu pai, como anda aquele cabeça de vento ?
Seu mundo congelara no instante em que a última frase chegou em bom som aos seus ouvidos. Uma batalha interna fora travada em seu consciente.
Queria poder gritar, chorar e desabafar para a voz do outro lado da linha que estava tudo péssimo. Que seu progenitor era o diabo de seu próprio inferno particular. Sentira vontade de dizer sobre como o homem na frente dos outros vestia uma máscara de "bom pai" e quando a porta daquela residência se fechava ele assumia uma postura fria, horrível e monstruosa. Contaria também sobre o álcool e as drogas – estas que davam ainda mais coragem para Sr. Jeon cometer os abusos mais absurdos contra o próprio filho.
Quando a malditada portava se fechava e já não tinha como espiar pelas cortinas, todos os seus demônios saiam para brincar.Mas o moreninho não fez nada disso.
Apenas se perdera em seus próprios devaneios, somente voltando à realidade quando ouviu a mais velha chamar seu nome enquanto perguntava se ele ainda estava ali.
— Ah, sim tia... o papai está bem. — o garotinho poderia jurar que seu estômago embrulhou ao ter que chamar o Sr. Jeon de tal maneira.
— Que bom ! Mande lembranças à ele por mim. — estava enjoado com o rumo que aquela conversa tomara, se forçando à apenas concordar como a mulher, como se realmente fosse dizer ao seu progenitor sobre Mina. — Mas e você, brotinho ? Você está bem ?
Sua alma parecia querer gritar com tal pergunta – assim como sua mente fazia no momento – um barulho alto demais na opinião do menino."Não ! Não está nada bem ! Está muito longe de estar bem ! Por favor, me tire desse pesadelo. "
E por mais uma vez Gguk respirou fundo, suas mãos tremiam e sua pele se encontrara mais pálida do que o normal. Estava entrando em mais uma de suas crises, tinha total consciência disso.
— S-sim, eu estou bem. — a ardência em sua garganta ficara insuportável — Tia, e-eu vou ter que desligar agora. Tenhos algumas tarefas para fazer. Conversamos outra hora ?
— Oh ! Tudo bem, conversamos outra hora. — Jeongguk sentiu o coração apertar, era evidente que sua tia ficara chateada por ter que encerrar a ligação — Bom, vá fazer suas atividades. Te amo, meu menino.
O de olhinhos de jabuticaba se limitou a apenas responder um "também te amo" antes de desligar rapidamente o telefonema.Seu coraçãozinho batia rapidamente em sua caixa torácica, os olhinhos banhados em lágrimas e seu corpo todo tremendo. Mentalmente, xingamentos e mais xingamentos eram proferidos à si mesmo.
Poderia ter contado tudo para a mais velha.
Mas sua insegurança, culpa e medo não deixavam. Seus demônios internos o acorrentaram e usavam seu corpo como uma marionete – não tinha nenhum controle sobre suas ações. E sua alma a cada dia que passava, se encontrara mais e mais machucada – marcas profundas e dolorosas.A verdade é que em seu psicológico totalmente destruído pelo homem cujo chama de pai, se comentasse sobre os horrores vivenciados naquela casa, sua tia iria ficar ao lado do pai. Porque na cabecinha totalmente bagunçada do moreninho, a mulher também lhe culpava pela morte de sua irmã.
Oh sim !
Mina era a irmã mais velha de sua mãe. Algumas pessoas às vezes até as confundiam quando mais novas, por serem parecidas – tanto na beleza quanto no caráter. Inseparáveis, uma sempre apoiando a outra. Viveram belas memórias, de fato.
E mais uma vez, o garotinho se encontrava sentado no chão, abraçando as próprias pernas – sem controle algum das lágrimas cristalinas que caiam.
Estava cada vez mais próximo de uma destruição total de si mesmo.
:) :) :)
Oiie, meus anjinhos <3
Tudo bem ?
Este capítulo ia demorar um pouquinho mais para sair, mas resolvi dar um mimo para vocês, em compensação do tempo que fiquei ausente.
Espero que gostem. Se cuidem, se alimentem e bebam água direitinho <3Nos vemos em breve.
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мαякє∂ ѕσυℓ ~ kth + jjk + myg
FanfictionJeon Jeongguk. Um garoto de 17 anos. Já conhece perfeitamente como o mundo pode ser cruel e impiedoso. Quando se passa por certas situações, é impossível sair ileso. Ao longo de sua infância e início da adolescência, passou por coisas que não deseja...