Jeon Jeongguk. Um garoto de 17 anos. Já conhece perfeitamente como o mundo pode ser cruel e impiedoso.
Quando se passa por certas situações, é impossível sair ileso.
Ao longo de sua infância e início da adolescência, passou por coisas que não deseja...
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Calor. A sensação quente e aconchegante fazia o moreninho querer apenas se afundar cada vez mais no mundo dos sonhos. Porém, uma vez que fora captada uma risada baixa, próxima de seu ouvido, o garotinho se fez consciente, totalmente alerta.
Os grandes e brilhantes olhos negros se abriram – como quem por alguns instantes espera pelo pior. Sua postura tornou-se tensa. Rapidamente sentando-se no colchão de ar.
— Ei, garoto. Está tudo bem, somos nós. — é Yoongi quem diz, tentando de alguma forma tranquilizar o mais novo.
Jeongguk leva alguns instantes para assimilar o que acontecia ao seu redor, afirmando mentalmente para si mesmo que estava tudo bem. Analisou os rostos familiares ao seu redor, tendo o ruivo sentado ao seu lado.
— Bom dia, coelho!
A compreensão tomou conta do moreninho, juntamente com uma pequena sensação de pavor que se alojava em seu coração.
Quanto tempo estava fora!?
Não respondeu a saudação do Park, apenas buscou pelo seu celular de maneira desesperada, precisava saber que horas eram. Precisava voltar para casa.
A palidez que tomara conta do de madeixas negras chamou a atenção de todos, especialmente do casal que trocava olhares significativos.
As pequenas e trêmulas mãos seguravam o aparelho com força. O coração ameaçou parar por alguns instantes, haviam centenas de notificações e chamadas perdidas, todas sendo de um único remetente. Todas enviadas do inferno pelo próprio diabo. Todas do seu pai.
— Jeongguk? — havia uma mão em seu ombro; Taehyung o observava com certa preocupação.
Notando o certo nervosismo do garoto, Hoseok e Jimin apressaram-se para abrir a barraca, um pouco de ar fresco poderia ajudar – embora fosse mais eficiente levar o moreninho para fora, sabiam que não seria viável no momento.
Foi Yoongi quem retirou o celular de suas mãos, uma carranca se formou ao entender os motivos que levaram Jeongguk ao estado de pânico. Desligou o aparelho. Chamou pelo garoto, forçando-o a sair do transe que se encontrava.
— H-hyungs! — chamou em desespero, como quem busca algo para se agarrar quando está afundando.
— Está tudo bem, garoto. Você está seguro, está conosco. Ninguém vai ferir você. — o ruivo parou por alguns instantes, olhou nos olhos negros como a noite — Ele não vai ferir você.
O de olhinhos cor de ônix negou enquanto se afastava de maneira bruta dos demais.
— Na-não... ele... eu... — não conseguia formular uma frase coerente, fechou os olhos, as mãos trêmulas agarraram a barra do moletom, procurando algum alívio para a tensão.
— Eu preciso voltar. — pronunciou por fim.
Houve um silêncio. Não era uma ideia que agradava os outros presentes. Jimin estava sério, Hoseok vez ou outra apertava sua mão em conforto. Taehyung travou o maxilar e Yoongi levara as mãos até seu cabelo, puxando para trás, descontando o estresse nos fios ruivos.
