5.2 MOÇO

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Passei o restante do dia olhando para o lírio a cada 2 segundos. Se fosse Alek mesmo e ele soubesse que aquilo estava prejudicando minha produtividade, talvez parasse de me enviar aquelas coisas.

Olhei o relógio e vi que já dava a hora de ir encerrar o expediente. Dez para as seis. Comecei a salvar minhas abas e o texto para desligar o computador. Victor saiu de sua mesa com o celular para matar os últimos minutos na cozinha, com certeza. Adhara estava retocando o batom e Mirzan estava tão concentrada em seu computador que só poderia estar jogando The Sims.

A pasta de Caio estava me chamando na minha mesa e quando eu a peguei e me levantei, acenando para os meus amigos em despedida, ninguém estranhou que eu estivesse saindo cinco minutos antes do horário. Afinal, eu sempre fazia hora extra; hoje eu só estava cansada.

O trânsito, como sempre, estava horrível. Mas como eu morava perto do trabalho, não foi tão demorado. Subi no elevador, franzindo minha testa para as informações desconexas escritas na pasta. Caio não estava fazendo sentido algum para mim.

Quando desci no meu andar, fui saudada.

— Boa noite, vizinha! — Levantei meu olhar num susto para dar de cara com Bernardo com um sorriso fofo. — Problemas?

Concordei com a cabeça e caminhei até o espaço onde nossas portas se encontravam. Ele estava parado com a porta aberta, de bermuda e descalço, com o aspirador atrás de si, provavelmente passando na entrada de casa.

— Só mais um desses moços que eu tenho que conhecer. — Dei de ombros. — Não consigo entender esse.

Bernardo sorriu mais ainda.

— Bom, eu sou um moço. Quer ajuda?

Eu tomei uma lufada de ar, agradecida pela sempre disposição de Bernardo em ajudar qualquer pessoa desesperada. Murmurei um "Claro!" e logo estava descalça e despenteada, no meio de seu apartamento, com um copo de vinho em minhas mãos e os olhos afundados em papeladas sem sentido, que Bernardo tentava, sem muito sucesso, traduzir para mim.

Após pouco mais de uma hora, acabamos desistindo e ficando só no vinho mesmo. 

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