Capítulo 15

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- As vezes eu me pergunto, por que sou tão lindo assim, mas percebo que minha beleza é inexplicável. - Ethan faz a citação de "sua" frase como se tivesse atuando em uma peça de teatro. - Gostou?

- Nossa, Ethan. Eu amei, muito inspiradora. - Eu fingo falso entusiasmo.

- Então, você ficou sabendo da fofoca de onte- - Ele começa a falar, mas acaba sendo interrompido pelo toque de seu celular.

"Só um minuto." Ethan pede e então eu me afasto para lhe dar privacidade. Ele atende o celular e eu volto a caminhar.

Eu estava saindo de casa, quando me deparei com Ethan me esperando na porta, sozinho.

Ele me disse que o Miguel saiu sem avisar e ele teve que caminhar até aqui só. Ele estava um poço de carência. Nunca vi igual.

O Miguel sair sem o Ethan e não avisou? Me pareceu muito estranho, mas Ethan garantiu o motivo tem que ser dos bons, ou ele ia bater no Miguel. Ethan não estava tranquilo como sempre, hoje ele estava em uma "graça forçada". Tem como perceber como ele é agindo naturalmente e como ele está agora. Ele com certeza está preocupado.

Nós estamos caminhando pelo lado da praça hoje. Era muito bom sentir o cheiro da natureza, ver as crianças correndo, junto com suas famílias e seus cachorros brincando pela praça. O andar das pessoas que iam trabalhar era apressados, mas ainda sim diferente de Nova York, as pessoas de lá são muito centradas no que fazem, não que as daqui não sejam, mas eles as vezes parecem uns robôs.

- Emily, lamento, mas você vai ter que ir sozinha até o Slush. - Ethan chega por trás, me assustando. - Eu vou correr, aconteceu uma coisa, mas não se preocupe, te vejo a noite.

Antes de correr, ele me olhou um pouco apreensivo. Ele estava inquieto.

Que merdas aconteceu? Como ele me pede para ficar despreocupada, me preocupando ao mesmo tempo?

Depois de alguns minutos, que eu quase bati a cabeça em um poste de tanto pensar sobre o que deve ter acontecido, finalmente chego no Slush.

Comprimento alguns funcionários que já estavam fazendo as preparações para abrir. Passo ao lado de Pedro, que estava conversando ao telefone então só me deu um aceno de mão.

Meu celular começa a vibrar em meu bolso traseiro da mochila e eu pego para atender, mas antes que eu possa fazer isso, o celular para subitamente de tocar. Vejo que é um número desconhecido. Quando vou atender, o celular desliga.

Estranho.

Quardo o celular na mochila e a coloco em cima da prateleira, onde nós deixamos nossas coisas.

Hoje o dia tinha tudo para ser dia de paz, porém, a cólica que chegou parecendo que ia me matar não queria me ver feliz. Que ódio.

- Vem. - Renata me chama. Ela era garçonete também, mas tinha chegado um pouco depois de mim.

Nós começamos a arrumar algumas mesas e cadeiras.

Como assim eu já estava cansada?

Hoje eu estava com vontade de fazer nada. Só deitar.

Sinto que esse dia não vai ser dos melhores.



Eu tenho que me segurar mais na hora de comer. Deu o horário de almoço e eu comi mais do que os outros dias, agora meu corpo e alma não querem continuar a se movimentar.

Fire - Em ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora