다섯 장

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Abril estava quase se dando início, para o desespero interno de Min Yoongi IV.

O céu está nublado quando o soberano se senta em um dos bancos do jardim extenso de seu palácio, bebericando um gole do chá tão amargo quanto seu coração. O pires sofre um leve impacto quando é repousado no joelho coberto pela calça social ajustada somente para ele e que recai perfeitamente em sua cintura larga, a pequena e luxuosa xícara sendo apoiada bem no centro do prato miúdo enquanto o homem engole e sente o sabor na pontinha da língua.

As últimas semanas têm sido estressantes e extremamente longas. Os dias se passam daquela maneira lenta e inquietante demais que causa calafrios, o sentimento de frustração e cansaço espalhando-se por sua coluna estremecida ao mesmo tempo em que Yoongi volta a pensar sobre todos os assuntos pendentes a respeito da Coroa.

Sua mente nunca está em paz, nunca descansa.

Como prometido, encontrou todos os ministros da bancada de seu Parlamento, desafiando seu pai. As conversas não duraram muito tempo, ocupando somente dez ou quinze minutos de uma tarde cheia de olhares duvidosos e ombros encolhidos em sua direção. É claro que Yoongi sabia que aqueles homens estavam apavorados em sua presença tão prepotente e expressão segura.

Eles apenas visitavam o palácio quando algo mais extremo estava ou estaria para acontecer, e Yoongi conseguia farejar o medo de cada um deles como um maldito caçador fareja sua presa.

Não consegue deixar de se gabar um pouco por ter colocado tudo em ordem e tê-los feitos confessarem, de uma vez por todas, que a ideia de retirar recursos públicos das mãos do povo sempre veio de seu pai.

Ninguém mais, ninguém menos que seu próprio pai.

Quando Yoongi ouviu as simples palavras deixarem a boca de cada um dos ministros – por mais que fosse de uma maneira implícita para não comprometer Youngsun tanto assim –, um sorriso amargo se abriu em seus lábios e sua cicatriz pulsou em decepção.

Naquele dia, faltaram lenços para conter o sangramento abundante no rosto do rei.

Yoongi ainda é capaz de se sentir quente, pulsando em um descontentamento quase palpável. É ultraje que Youngsun esteja tentando sabotar seu trabalho árduo e de anos na saúde pública do país. Ele se sente traído e indignado com aquelas ações tão baixas e imbecis, impensadas e que iriam trazer ruína a Coreia do Sul se fossem colocadas em prática como seu pai tanto sonhava.

No entanto, Youngsun ainda não foi chamado para o escritório do filho. Uma voz baixinha constantemente diz a Yoongi que não haverá paciência o suficiente em seu ser para aquele encontro. Não haverá raciocínio lógico que o tire a vontade de estapear Youngsun.

Não haverá controle algum sobre seus atos e ele teme isso. Teme pra caralho.

Yoongi bebe mais um gole de chá.

Uma sombra esguia cobre a luz que o incomoda nos olhos, e ele ao menos precisa olhar para cima para saber quem é.

Seokjin se sentou ao seu lado e soltou um suspiro enquanto abria os braços no encosto do banco, deixando bem claro seus motivos para estar importunando em um fim de tarde como aquele.

É algo ruim. É algo previsivelmente ruim.

–– O que foi agora? –– o soberano questiona, engolindo mais de seu chá como se o líquido fosse trazê-lo algum tipo de tranquilidade.

É difícil se manter calmo quando seu assessor surge com aquela respiração mais curta, exalando toda a sua tensão acumulada que somente ajuda a piorar qualquer situação que o rei já se encontre.

everything was dark until i met youOnde histórias criam vida. Descubra agora