Sentia meu corpo frio e uma mão quente passando no meu rosto. Ainda estava escuro. Abri os olhos e Momo estava agachada ao meu lado.
— Vamos entrar.
— Que horas são? — Perguntei me levantando e olhando para San Ho que passara a noite ao meu lado e que agora estava de olhos abertos, mas enrolado nele mesmo, como se fosse uma minhoca.
— E ele? — Questionei sobre Yoochun.
— Acabou de dormir. Ficou andando pela casa altas horas. Bebeu uma garrafa de uísque e só agora deitou com a nossa mãe e está roncando.
Fui dar um passo e senti meu corpo reclamar. Meu nariz ainda latejava e onde ele batera com o cinto estava ardendo.
— Viu o problema que você me meteu colocando aquela porra de cigarro nas minhas roupas?
— Mas o que o nosso pai foi fazer no seu quarto?
— Me incomodar.
— E você precisava pegar a cueca na frente dele? — Reclamou ela me acompanhando enquanto eu entrava em casa pela porta de vidro.
— Não fui eu que peguei, foi ele que abriu a gaveta e achou.
Ela parou no meio da sala, intrigada, curiosa ou qualquer coisa assim e indagou:
— Mas o que ele queria com a sua...
— Adivinha. — Falei, subindo a escada e descendo o cós da calça para lhe mostrar estar sem nada por baixo.
Nem esperei para ver a sua reação e corri para entrar no meu quarto e senti um arrepio. Ele violou a minha privacidade. Não podia mais ficar ali. Tranquei a porta e me certifiquei depois se, de fato, havia fechado mesmo. Tirei o pijama e joguei-o pela janela. Ele repousou tranquilamente no jardim perto da piscina. Entrei no banheiro e deixei a água lavar o meu corpo, já que a alma, esta não conseguia limpar, nem retirar as marcas de ódio que estavam impregnadas nela.
Saí do banho, vesti uma roupa bem sóbria, penteei o cabelo, olhei meu nariz vermelho e fui tomar o café da manhã. Na cozinha minha mãe já o preparava. Entrei e beijei-lhe o rosto.
— Madrugou? — Perguntou e eu apenas neguei a verdade com um balançar de cabeça.
— Vou à missa com a senhora.
— Que bom. — Falou ela, analisando meu rosto. — O que foi isso no seu nariz?
— O quê? — Indaguei, dando uma de desentendido.
— Parece que está inchado.
— Não sei. — Disse, enquanto pegava um copo e me dirigia à copa. — Acho que dormi dimais ou então é uma espinha chata que vai nascer.
Na mesa tinha ovos mechidos com legumes, algumas frutas e suco. Meu estômago embrulhava só de pensar em comer. Minha mãe veio atrás com sua xicará de chá, sentou-se do outro lado da mesa, de frente para mim.
— Seu pai e sua irmã ainda dormem. Nem vi quando vocês foram para a cama. Vou pedir ao seu pai para parar de ficar me dando tranquilizantes. Qualquer dia a casa cai e eu nem vejo.
"Acho que ela já caiu" Penso com a minha língua coçando de vontade de contar tudo para ela.
— Mas sem eles a senhora não dorme bem. — Comentei, tentando mudar o rumo da conversa.
E ela mudou mesmo, minha mãe voltou a me olhar de cima a baixo, chegou a erguer a cabeça para ver a parte que se escondia por baixo da mesa.
— Você está bem, meu filho?
BẠN ĐANG ĐỌC
Doce Veneno | ʝʝҡ+քʝʍ
FanfictionNo ímpeto de seus 15 anos, Jimin amou e foi traído. Está vivo, mas prefere não estar. Como se não bastasse, o veneno que matara sua família se espalha em seu corpo. Por onde for, a morte o acompanha. E em meio as tentativas para fugir de seu próprio...