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       O silêncio reina na sala de UTI. Somente o barulho dos aparelhos é ouvido. Ele ainda está sentado ao lado de Jimin, mãos segurando o queixo, ainda absorto na história que lhe foi contada.

— Bonita história, menino. Quem disse que você não sabe contar histórias? Quantas palavras, quanto sentimento. Mas acha que com tudo isso terá sua absolvição? — Diz ele se levantando e voltando a andar pela sala.

— Não sei se quero absolvição. — Jimin responde ouvindo os passos do outro e voltando a se irritar com isso.

— O que você quer, então?

— Não sei. Talvez que você pare de andar pela sala. O barulho dos seus pés me irrita.... e tem mais, você fala como se eu o tivesse chamado aqui. Foi você quem apareceu e quase me obrigou a contar a minha vida e...

— Não! Não precisa ficar nervoso. Estamos indo tão bem. Você não está se sentindo melhor ao desnudar a sua vida diante de mim? — Pergunta ele, voltando a se sentar.

— Se pelo menos eu soubesse quem você é.

— Você sabe, apenas não quer admitir. Espera que eu diga, mas não vou dizer. Continuo somente insistindo que sou o seu juiz e juntos vamos determinar o seu futuro.

— Então vamos fazer isso logo, não aguento mais ficar aqui nesta sala fria.

— Ainda é cedo, Park, temos muito que conversar. O dia ainda não amanheceu.

Jimin ouve barulho ao seu redor. Tenta imaginar o que é, não consegue, então pergunta:

— Que barulho é este?

— Tem uma enfermeira checando o equipamento.

— Mas ela não te vê?

— Acho que não, ela deve ser cega, tem olhos só para outras coisas.

Eles ficam em silêncio enquanto a enfermeira vai fazendo o seu serviço. Minutos depois ela sai. Jimin percebe isso ao ouvir a porta se fechar.

— Posso te pedir uma coisa? — Pergunta ele, tentando mudar o rumo da conversa.

— Pode.

— Queria ver o seu rosto de novo.

O outro nada diz, passam alguns segundos e o mesmo aparece na frente de Jimin. Não mais com o rosto que ele vira antes, mas com o rosto de Jungkook, o garoto da sua história.

— Jungkook! — Jimin exclama, fazendo menção de chorar. — Foi tão bom o que aconteceu entre nós. Você foi o meu anjo. Nunca, em toda minha vida, encontrei alguém tão puro e verdadeiro como você. —O rosto some e a porta do quarto sofre um barulho. — O que está acontecendo? Tem alguém chegando?

— Não, tem apenas dois homens te olhando do vidro da entrada.

— Quem são eles? — Pergunta Jimin, ansioso.

— Você sabe.

Na porta estão o delegado e o tio de Jimin. Os dois olham pela pequena abertura de vidro a lúgubre sala onde o jovem está. Tem olhos cansados e parecem sentir falta de uma cama. Passa da meia-noite.

— Ele não pode morrer. — Murmura o tio, encostando a cabeça no vidro e chorando.

— Agora não adianta chorar, senhor Seokjin, se ele morrer, nós jamais saberemos a verdade.

O delegado afasta-se da porta indo em direção as três pessoas sentadas no banco do corredor.  Com um pesado suspiro, ele se senta e ajeita o óculos de grau na face para dirigir-se ao homem de cabelos enrolados.

 Doce Veneno | ʝʝҡ+քʝʍNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ