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       "Minha rua é bonita. Minha casa também. Minha rua tem árvores floridas e calçadas coloridas. Minha casa tem piscina e um quintal só para mim. Minha rua tem sossego e poucas casas. Minha casa é solitária e tem pouca gente..."

— Anda, Jimin, fecha esse caderno e vem pra piscina. A água está uma delícia. — Gritou minha irmã, dando pulos dentro d'água.

Eu não estava a fim. Por mim, eu estaria no meu quarto lendo ou escrevendo no meu diário, mas ela insistiu tanto para que eu fosse para a piscina com ela que agora estava ali, metido em uma sunga azul e vermelha sem a mínima vontade de entrar na água.

— Daqui a pouco eu entro, Momo. Deixa só eu terminar de escrever.

— Anda logo, eu tenho que te contar uma coisa!

— Já vou! — Falei fechando o caderno a contragosto para atender o chamado. Ainda era cedo, passava um pouco das dez horas da manhã e a água ainda estava um pouco fria.

Fui nadando até ela, que estava no meio da piscina. Ia preguiçosamente. Na verdade, não estava nem um pouco curioso em saber o que ela queria me falar. Estava fazendo aquilo apenas para que ela me dissesse logo o que queria e me deixasse em paz.

— Anda logo, seu lerdo. — Disse ela, jogando água no meu rosto.

Aproximei-me o mais que pude. Naquele lugar a piscina era funda e quase me encobria. Ela segurou minhas mãos entre as suas e, enquanto tentava conter um sorriso, falou:

— Aconteceu.

— Aconteceu o quê? — Perguntei, achando a minha irmã naquele dia mais chata do que de costume.

— Aquilo, seu burro! Aquilo que acontece com pessoas na cama. — Ela colocou uma mão próxima da boca e sussurrou: — Sexo.

— Com você? Você e o Seung Ho? Você deu pra ele? — Perguntei, quase gritando.

— Fala baixo! Olha a mãe lá na sala.

Virei o rosto e olhei para o meu lado esquerdo. Através dos vidros transparentes da sala, a mulher mais velha estava sentada em um sofá lendo revistas de fofocas, coisa que a mesma adorava.

— Você é louca! Se o nosso pai souber, ele mata você, mata o Seung Ho... depois de casar vocês dois, é claro.

— Pois é, aconteceu ontem. — Contou, enquanto brincava com nossas mãos dentro d'água.

— Por isso você matou aula?

— Foi. — Respondeu Momo, com cara de santa.

— Acho que você está precipitando as coisas. Ele usou camisinha, pelo menos?

— Não, foi tão rápido.

— E se você engravidar?

— Então acho que o nosso pai mata três e não dois.

Park Momo era a minha irmã mais velha. Tinha 17 anos, alta, usava franja com os cabelos negros abaixo dos ombros, e tinha um corpo de dar inveja a qualquer garota. Para os meus pais, era um orgulho de filha. Ela sabia fazer o jogo deles, então posava sempre de boa menina. Mas de boa menina ela não tinha nada. Na verdade, ela era uma garota como outra qualquer. Só meus pais é que não enxergavam isso. Vira e mexe usavam Momo como modelo para eu seguir. Naquela casa eu era o garoto-problema, o patinho feio, o estranho no ninho.

— Você gostou? — Perguntei por perguntar. Aquele assunto não me dizia respeito, mas os olhos dela pareciam pedir por isso.

— Adorei. Não sei como pude ter esperado tanto tempo, Jimin. É muito bom!

 Doce Veneno | ʝʝҡ+քʝʍNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ