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       A festa até que estava animada. Na beira da piscina ficavam algumas pessoas da escola e outros que eu não conhecia. Olhei para os lados e não vi Momo. Simplesmente sumira e nem me dera satisfação. Com certeza encontrara o Seung Ho e deviam estar indo para o motel naquele momento. Cumprimentei a dona da festa, os pais dela e fiquei andando à procura de um canto onde pudesse me esconder, como fazem os furões quando querem paz e tranquilidade.

Olhava para um, para outro, não me sentia animado para conversar com ninguém. É triste assumir o fato de não se ter amigos. Eu não tenho. Não há na minha vida alguém de quem eu possa dizer: este é meu amigo, minha confidente ou coisa parecida.

Finalmente achei um lugar discreto do outro lado da piscina, com um banquinho entre duas trepadeiras cheias de espinhos. Sentei-me ali e fiquei olhando o movimento colorido das garotas da festa, todas rebuscadas, pairando sobre os rapazes como gaivotas em busca dos peixes. Senti um cheiro de maconha no ar. Olhei e vi um grupo reunido na edícula ao lado do tanque de lavar roupa. So Hyun, a criadora da festa, estava lá. Momo e Sung Ho também. E mais alguns que eu conhecia só de vista da escola. Fiquei com vontade de ir até eles, mas seria um intruso. Mesmo porque Momo e seu namorado se preparavam para sair. Ela olhou para os lados e me viu sentado no banquinho. Logo veio falar comigo.

— Aqui está o número do celular do Seung Ho. Se der alguma merda e os nossos pais aparecerem por aqui, você me liga, certo?

Não respondi. Peguei o papel de suas mãos e fiquei olhando para o Seung Ho, que chegou por trás, beijou-lhe o pescoço, enquanto suas mãos apertavam os seios dela.

Na festa só tocava música chata. Nada que eu gostasse. Queria ouvir as vozes dos meus ídolos, mas só tocavam música estrangeira, com gritos, berros e muito som eletrônico. Já estava com a bunda quadrada quando ouvi um barulho do meu lado.

— Posso me sentar? — Falou um garoto com o cabelo caindo sobre a testa e dono de um olhar e jeito meio desengonçado.

Afastei-me um pouco e ele se sentou. Olhei para seu rosto e vi que ele olhava para um grupo de meninos do outro lado da piscina. Eles faziam gestos e acenavam. Então haviam me apostado. Menos mal, pelo menos eu fui notado.

— Qual o seu nome? — Perguntou ele, como se tivesse ensaiado durante horas essa fala.

— Jimin. — Respondi, não querendo dar muita atenção a ele.

— Como aquele cantor do grupo...

— Sim, mas não é pra levar como se ele fosse o motivo de me chamar assim.

Achei ridículo a colocação dele. A maioria dos garotos são bobos e superficiais, por que não tentam ser um pouco mais simples e singelos?

— E o seu? — Perguntei, dando uma chance para que ele pudesse ser um pouco mais original.

— Baekhyun. — Respondeu secamente, como se fosse essa a sua última palavra.

E ficamos os dois ali, parados um ao lado do outro, sem assunto, sem ter o que dizer. A festa continuava, o pessoal dançava, conversavam alegremente e eu ali, do lado de um garoto imbecil, e de frente para seus acompanhantes fazendo torcida. Resolvi dar um basta naquilo.

— Quanto tempo? — Questionei sem olhar para ele.

— Quanto tempo o quê?

— Quanto tempo vamos ficar aqui sem dizer uma palavra?

— Não sei. Você quer falar sobre o quê?

Fiquei com vontade de mandá-lo para aquele lugar. Tive que me controlar. Nunca tive paciência com esses garotos tolos que mal sabem conversar.

 Doce Veneno | ʝʝҡ+քʝʍNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ