Capitulo 13 - Festival dos Mortos

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Depois da entrevista eu voltei para o hotel, já era tardezinha e encontrei o Isaac e a Dorothea me esperando com uma porção de nachos e refrigerante. Nós jantamos e rimos muito, como sempre, fomos dormir e na manhã seguinte finalmente conhecemos a companhia Folklórica Del México.

Diferente de qualquer lugar que eu já tenha visto, aquele estúdio era imenso e majestoso, como se fosse feito especialmente para uma rainha. Espelhos em todas as paredes, prateleiras com troféus e fotos de antigos dançarinos e artistas, vários suportes para ballet aéreo e várias outras coisas do tipo.

Como eu suspeitei Alejandra era da companhia, ela era atriz e roteirista das peças, o que explica a maneira como ela falou comigo no dia anterior. Fomos apresentados aos outros alunos do lugar, todos pediram fotos comigo e a maioria das garotas com o Isaac, e é claro os professores com a Dorothea.

Nosso ensaio começou às sete da manhã e foi assim por quatro dias, treinamos nossa coreografia, a mesma que criamos ainda em Chicago, tínhamos tudo para arrasar no festival.

No quarto dia de ensaio fomos interrompidos pelo organizador geral do festival, ele nos levou para conhecer o palco onde nós dançariamos. Era um palco normal, mas não deixando em momento algum de ser elegante. Fizemos um último ensaio lá, apenas para nos acostumarmos com o espaço, depois fomos almoçar e decidir qual dentre as cem roupas que a Madame Dorothea comprou iríamos usar amanhã.

Para combinar com a nossa dança, eu usaria um vestido branco e Isaac uma camisa da mesma cor e uma calça cinza. À tarde enquanto Dorothea discutia com os músicos sobre a música eu finalmente tive uma chance de ligar para o meu irmão. Nós havíamos nos falado muito pouco durante a semana, eu estava ocupada com o ballet e ele com o Miyagi.

— Eu não tô mais aguentando de saudades — Falei quando ele terminou de contar sobre o treino — Passei quatro anos longe e agora mais que tudo eu quero te abraçar

— Eu também, é só mais um dia, linda, depois vamos nos abraçar até não conseguir respirar — Ele disse rindo, assim como eu — Você tem falado com o Miguel?

— Não muito, mesmo querendo não tenho tempo para mais nada. Mas por que?

— O senhor LaRusso me contou que John Kreese é de novo o sensei do Cobra Kai.— Eu fiz uma careta.

— Como assim? Ele não morreu? E por que diabos o Johnny deixou ele voltar pro dojo? — Quase gritei.

— Eu não sei o que aconteceu, mas ele tá de volta e o Falcão, bom, ele está estranho.

— Como assim estranho? — Perguntei rouca e fiquei com medo do que iria ouvir.

— Ele tá violento mana, muito violento. Outro dia eu estava com a Sam e o Demetri no shopping. Demetri saiu para comprar uma revista em quadrinhos ou sei lá o que, quando nós vimos o Falcão e mais alguns caras estavam cercando ele. A Sam tentou fazer eles pararem, mas… — Ele parou de falar.

— Mas o que Robby? O que ele fez? Droga, eu não tô acreditando! — Eu queria chorar, correr do estúdio e chorar até não aguentar mais.

— Nós brigamos feio, eu sei que você gosta dele, não queria machucar ninguém, mas eles pediram, eles vieram atrás da gente, nós apenas nos defendemos — Ele disse já meio irritado.

— Foda-se. Eles estão passando dos limites e eu aposto que tem um dedo do Kreese no meio disso. Se eles vierem atrás de vocês de novo me promete que não vai lutar apenas para defesa própria. Eu odeio isso, mas eles precisam de uma lição. Ele precisa de uma lição. Ninguém bate no meu irmão, na minha melhor amiga e no meu amigo e sai imune — Eu já tava cansada dessa briga idiota do Miyagi e do Cobra e já estava cansada das atitudes do Falcão.

Entre ballet e karatê | CONCLUÍDO |Onde histórias criam vida. Descubra agora