Capítulo 23 - Muita merda pra uma pessoa só

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— Quer me contar o que aconteceu? — Moose perguntou pela segunda vez.

Quando ele chegou e me viu aos prantos no meio fio, se ofereceu para pagar um lanche. Eu neguei, pois queria ir pra casa e logo teria que ir trabalhar, mas ele insistiu.

Ele me levou numa lanchonete bem longe de Encino, ficamos comendo batata frita e bebendo Coca por uns trinta minutos até ele quebrar o silêncio, eu pude ver que além de estar preocupado ele estava curioso.

— Seu namorado mora em Encino né? Ele te fez alguma coisa? — Perguntou enquanto eu brincava com o ketchup no prato.

— Ele é um babaca e eu sou uma idiota por confiar nele — Respondi seca.

— Ah, entendi — Ele suspirou pensando em alguma coisa para dizer.

— Desculpa te ligar desse jeito, eu só não tinha outra pessoa — Falei antes dele.

— Que isso, me salvou de assistir novela mexicana com a minha vó — Ele riu e me roubou um sorriso de canto.

— Quando você for para Miami, ainda vamos nos ver? — Perguntei finalmente olhando nos seus olhos, ele sorriu.

— Claro, somos amigos e mesmo que você quisesse eu não ia desgrudar do seu pé — Eu ri e ele pareceu contente com isso.

— Já foi pra Beacon Hill? — Ele negou — Vou me mudar pra lá, até terminar o ensino médio.

— E depois? — Eu dei de ombros — Sabe, Miami é tipo um passatempo, eu vou lá pra dançar com alguns amigos. Eu estou morando com a minha avó porque o meu apartamento em Nova York ainda não está pronto, mas quando começar as aulas da faculdade você pode ir pra lá.

— Eu não sei, Nova York parece tão impossível pra mim. Não dei conta nem de Chicago — Nós rimos — Você faz faculdade de dança?

— Engenharia — Eu fiz uma careta — Coisa de família — Ele riu.

— Então você é tipo um engenheiro dançarino, soa legal — Ele riu. O celular dele começou a tocar e ele saiu pedindo desculpas.

Eu ia pegar o meu quando me lembrei que ele estava em pedaços, torci o lábio e comecei a brincar com o enfeite de plástico da mesa. Moose voltou apressado depois de alguns minutos.

—.Era a minha vó, tem uma Amanda batendo na porta do seu apartamento a uns vinte minutos — Eu revirei os olhos.

— Isso não pode ser bom — Falei suspirando e me levantando.

Voltamos de moto para o prédio, não demorou muito e quando chegamos vimos o carro de luxo da LaRusso estacionado em frente ao portão. Eu nem desci da moto direito que ela já veio na minha direção.

— O que aconteceu? — Perguntei confusa.

— O Robby, ele foi ver a sua mãe e ela me ligou, eu avisei o Daniel e... — Ela parou de falar aumentando a minha curiosidade.

— E?... — Gesticulei com as mãos.

— Ele foi preso, está no reformatório e disse que só vai falar com você — Eu suspirei e revirei os olhos.

— Então diz que ele não vai falar com ninguém tão cedo — Fui andando para o portão onde Moose esperava com a cabeça baixa, mas ele estava ouvindo tudo e eu sabia.

— Luna, ele é seu irmão e precisa de você — Amanda insistiu.

— Meu irmão é o garoto doce e bobo que gosta de andar de skate e assistir Maze Runner — Falei um tanto alto — Aquele Robby tentou me jogar da escada, quase matou o Miguel, depois desapareceu e me deixou sozinha por duas semanas. Aquele Robby... Não é o meu irmão — Eu entrei pra dentro ignorando os chamados da mulher.

Entre ballet e karatê | CONCLUÍDO |Onde histórias criam vida. Descubra agora