Capítulo 17 - Sonhos

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Acordei às seis e meia com a maior preguiça do mundo. Estava sozinha e coberta no sofá e conseguia escutar o ronco do Johnny sem muito esforço.

Depois de me arrumar e vestir uma roupa simples, larga e confortável eu peguei um táxi para a minha nova casa.

Robby já estava lá a todo o vapor preparando a tinta para a parede. Sorri ao ver ele distraído, me aproximei e abracei o pescoço dele.

— Achei que não vinha — Ele sorriu.

— Sabe que acordar cedo não é o meu forte, mas eu faço um esforço — Brinquei.

— Pega o pincel no quarto — Ele falou, eu larguei minha bolsa no balcão da cozinha. Revirei as sacolas no chão do quarto. Quando enxerguei aquele bicho — ROBBY!!! — Gritei e sai correndo chutando tudo o que via pela frente.

— O que aconteceu?! — Ele veio ao meu encontro branco com o susto que provavelmente dei nele.

— Tem uma aranha na sacola! — Gritei indo até a sala.

— Fez todo esse escândalo por uma aranha? — Ele me olhou com a sobrancelha erguida.

— Cala a boca e vai lá matar aquele demônio! — Falei irritada, ele riu. Fiquei apreensiva enquanto ele não voltava do quarto, depois de alguns minutos ele apareceu com um pedaço de papelão e a aranha morta em cima.

— Era pequena — Ele falou gargalhando enquanto jogava o corpo do aracnídeo pela janela.

— Do tamanho do meu susto — Falei debochado — Vamos limpar tudo antes de aparecer uma barata — Falei sarcástica, Robby morria de medo de baratas.

— Trouxe aquela caixinha de som? — Ele perguntou quando eu voltei do quarto, finalmente com os pincéis e os rolos.

— Tá na minha bolsa — Apontei e dividi a tinta em dois potes. Logo o apartamento foi preenchido pelo som baixo de Bruno Mars.

— I know you're somewhere out there

Somewhere far away

I want you back, I want you back

My neighbors think I'm crazy

But they don't understand

You're all I have, you're all I have.

Nós dois cantamos no mesmo tom. Eu me distraí com uns respingos de tinta que caíram na minha camisa. Tentei limpar, mas fui completamente atrapalhada pelo Robby cantando.

— At night, when the stars light up my room

I sit by myself

Talking to the moon

Trying to get to you

In hopes you're on the other side, talking to me too

Or am I a fool, who sits alone, talking to the moon? Oh.

Eu gargalhei quando ele fez gestos com a mão se entregando totalmente a música com os olhos fechados.

Quando ele terminou de fazer o show nós deixamos a playlist tocar e começamos a pintar a parede. Perdi as contas de quantas vezes meu irmão corrigiu a forma de como eu usava o pincel, com a desculpa de que eu estava fazendo errado, mas na verdade ele só queria fazer comigo o que o senhor LaRusso fez com ele e eu me divertia com aquilo.

Terminamos a parede da sala e da cozinha antes do almoço, conseguimos limpar toda a bagunça antes de pedir comida chinesa.

— Você quer me dizer alguma coisa — Falei colocando um sushi na boca, Robby negou — Eu sei, você quer falar então fala — Insisti.

Entre ballet e karatê | CONCLUÍDO |Onde histórias criam vida. Descubra agora