Capítulo 16 - Coyote Creek

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Novamente fui acordada pelo som irritante do celular, atendi meio sonolenta e ainda com os olhos fechados.

— Hoje é o seu dia de brilhar como uma estrela — Ele disse.

— Que horas são hein? — Perguntei irritada.

— Sete da manhã — Kreese respondeu.

— Não podia me ligar depois das nove?

— Não. Quero você atenta hoje. Vamos ao Coyote Creek, você vai ser do meu time — Eu revirei os olhos.

— Tá legal. Mas da próxima vez só mande uma mensagem — Desliguei e joguei o celular para o lado. Cochilei por um tempo até que o despertador tocou.

Tomei um banho morno para despertar de uma vez. Vesti uma legging preta, uma regata básica e um coturno baixo. Fiz duas tranças no cabelo e preparei o café da manhã. Meu telefone começou a tocar assim que Johnny saiu do quarto.

— Senhorita Keene? — A voz feminina perguntou.

— Posso ajudar? — Perguntei servindo meu café na caneca.

— Fico feliz em informar que o seu apartamento já está disponível para uso. Precisamos apenas que seu responsável assine os papéis do aluguel e você já pode se mudar hoje mesmo — Eu sorri de orelha a orelha e meu pai fez uma careta.

— Certo, obrigada então. Mais tarde eu vou até o seu escritório — Eu desliguei e comecei a dar pulinhos de alegria enquanto bebia o café — Tenho uma novidade.

— Não me diga — Johnny falou sarcástico e eu ri.

— Aluguei um apê. Preciso que você assine os papéis já que eu sou menor — Ele me olhou com a sobrancelha erguida.

— Não gosta de morar aqui? — Ele fez uma carinha triste.

— Eu gosto, mas quero o meu canto. E também quero voltar a ficar perto do Robby. Desde que eu vim morar aqui a gente tem se visto tão poucas vezes — Peguei uma torrada e fiquei séria — Eu consegui um trabalho como professora de ballet e com o salário do restaurante eu vou conseguir me bancar muito bem. E se o Robby for morar comigo ele com certeza vai ajudar no aluguel.

— Tá legal. Eu te apoio, vai ser legal. Pode me convidar para jantar toda semana — Eu gargalhei — Vamos para o dojo, depois eu assino os papéis — Ele ainda não fazia ideia do que o Kreese estava aprontando.

Quando chegamos na floresta fomos separados em grupos. Alguns formaram duplas para derrotar os adversários mais rápido. Vi que o Miguel se juntou com a Tory, eu fiquei com o Falcão.

— Qual é a do Arraia? — Perguntei segurando o riso enquanto me lembrava do novo aluno.

— Ele apareceu no dojo. É um fracassado que mora no porão da casa da mãe — Eu balancei a cabeça e ri.

— Você mora na casa da sua mãe — Ele olhou e riu.

— Mas não sou um fracassado — Completou — Ela acha que você é legal, que devia ir lá em casa mais vezes — Eu fiquei quieta me lembrando das mensagens do Demetri.

— Ela também é legal. Deve se dar muito bem com a Moon — Ele não conseguiu esconder o incômodo. Ia falar alguma coisa, mas um aluno do time preto apareceu.

Quando nos viu ele correu, Falcão foi atrás dele e eu contornei uma árvore grande o mais rápido que consegui. Subi num tronco caído e quando o garoto passou eu pulei nas suas costas. Ele caiu comigo por cima e fez uma careta, tentou me derrubar e correr, mas eu soquei seu nariz e peguei sua faixa.

— Ela ainda não conhece a Moon — Falcão surgiu atrás da gente. Eu levantei e comecei a andar novamente — Eu gosto dela, mas a verdade é que no dia do torneio…

Entre ballet e karatê | CONCLUÍDO |Onde histórias criam vida. Descubra agora