Entre ballet e karatê | CONCLUÍDO |

Capítulo 25 - Bem vinda a Beacon Hill

O despertador tocou às seis da manhã, eu desliguei e fiquei encarando o teto por longos minutos até ter coragem de levantar.

O dia estava com uma aparência péssima, estava frio e ventando, o céu estava nublado e um tanto escuro, indicando que logo cairia uma tempestade.

Tomei um banho rápido e vesti uma roupa quente, coloquei as últimas coisas na mala e me preparei para levar tudo para o carro.

Antes de trancar o apartamento e ir embora eu me encostei no batente da porta e admirei todo o trabalho que eu e Robby fizemos, quem diria que foi tudo em vão.

Peguei a caixa de comida que eu tinha arrumado, coisas que não poderiam esperar o Robby voltar e as levei até o apartamento da Jess. Toquei a campainha e esperei que ela abrisse.

— Bom dia — Sorri ao vê-la.

— Luna, está bonita, quer entrar?

— Não, eu já tenho que ir, só vim trazer algumas comidas, elas vão estragar se ficar no meu apartamento pra sempre — Ela riu e pegou a caixa — Moose está?

— Sim, ele está terminando de se vestir. Bom, então boa viagem querida — Ela colocou a caixa na mesa e voltou para me abraçar. Logo Moose apareceu no corredor, ele fez biquinho quando me viu.

— Vai me visitar, não é? — Ele perguntou se aproximando.

— Toda semana — Disse sorrindo e abrindo os braços para um abraço.

— Miami e Nova York estarão à sua espera — Ele disse se afastando um pouco.

— Estou ansiosa para conhecer seu grupo.

— E você vai até fazer parte dele. Você vai ver — Nós sorrimos  — Boa viagem Luna.

— Obrigada, me avise quando chegar em Nova York.

— Pode deixar.

Reseda já estava longe o suficiente para não pensar mais nela, agora planejava meu futuro em Beacon Hill ao lado de Isaac. A música da rádio já era um pequeno eco na minha mente repleta de possibilidades novas.

Quando cheguei na cidade o sol ameaçava sair de cena e dar espaço a apresentação das estrelas e da lua naquele teatro fantasioso que era o céu azulado da Califórnia.

Parei num sinal vermelho na entrada da cidade, meus dedos batiam rapidamente no volante, estava ansiosa, já era a terceira vez que me mudava de cidade, as duas primeiras foram muito ruins, Beacon Hill poderia ser diferente, mas mudanças nunca foram fáceis para mim.

O sinal abriu e eu arrancou rapidamente, porém algo atingiu o parabrisa, ou melhor, alguém. Desci do carro rapidamente e corri até o garoto jogado no chão.

— Ai meu Deus! Me desculpa — Disse me ajoelhando perto dele e tocando sua testa machucada.

— Não foi sua culpa, tá tudo bem — Ele disse se levantando e gemendo de dor.

— Como não foi minha culpa? Eu te atropelei, você surgiu do nada, mas eu devia estar atenta — Falei me certificando que ele tinha todas as partes do corpo intactas.

— Relaxa, eu tô bem — O garoto insistiu. Não pude deixar de notar que ele era bonito, mesmo com sangue no rosto.

— Não, entra no carro eu te levo pra um hospital — Disse indo até o veículo. Com um olhar de culpa o convenci a aceitar a ajuda.

— Você está saindo de Beacon? — Ele perguntou ao ver as caixas e malas no banco de trás.

— Chegando na verdade, e parece que já comecei a fazer amigos —  Falei irônica — Tem algodão e água oxigenada no porta luvas, coloca nisso aí.