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[POV'S YUNA]

Abri meus olhos e arfei bruscamente ao me sentar no lugar onde, anteriormente, eu estava deitada. Eu estava nua, mas não foi por isso que me desesperei, e sim, porque todo o meu corpo estava intacto, como se eu nunca tivesse sido esmagada por aqueles blocos enormes de concreto.

— Funcionou... PUTA MERDA, FUNCIONOU. — Ouvi alguém dizer.

Eu dei um grito, recuei e me encolhi na mesa de alumínio. Meus olhos corriam desesperadamente pelo local que parecia ser uma espécie de laboratório.

QUEM É VOCÊ? O QUE FEZ COMIGO? — Gritei.

Argh, como você é barulhenta! — Ele pressiona suas mãos nos próprios ouvidos.

O que está acontecendo?! Onde estão minhas roupas?!

— Vem aqui, eu vou colocar você para dormir até Kaito-sama chegar! — Ele segura uma seringa nas mãos e vem na minha direção.

Eu chuto sua mão, fazendo-o soltar o que estava carregando, em seguida, acerto outro chute em sua mandíbula e ele cai sentando no chão.

FIQUE LONGE DE MIM! — Me encolhi novamente enquanto as lágrimas se acumulavam em meus olhos.

— Mas que droga! Sua vagabund-

— Oye, oye... não use esse tipo de vocabulário! Não percebe que a jovem está apenas assustada? — O homem de cabelos platinados e cicatriz no rosto entra na sala de forma serena, aproximando-se de mim.

— Q-quem são vocês? — Questionei.

— Eu sou Kaito e este é Ni. — Ele aponta para o homem ainda no chão, afagando o lugar onde eu tinha dado um chute. — Onde estão as suas vestes?

E-eu não sei...

O homem tira o haori azul que estava sobre seus ombros e coloca sobre os meus.

— Fique com isto. — Ele arruma o mesmo em mim, me cobrindo devidamente.

Eu aperto o tecido contra o meu corpo trêmulo. Suas mãos seguram gentilmente meu rosto e seus polegares passam pelas minhas pálpebras, numa tentativa de recolher as lágrimas alí acumuladas.

— Nos perdoe por assustá-la. — Ele diz. — Por que choras tanto, minha cara?

D-desculpe.

— Também não há necessidade de se desculpar. — Ele solta um pequeno riso gentil. — Não há vergonha alguma nisso. É atribuído aos olhos a função de liberar os excessos da alma.

Eu o encarei, ainda sem saber o que estava acontecendo. Minha cabeça dava voltas e voltas em busca de alguma justificativa plausível para toda a situação, mas eu só ficava cada vez mais confusa.

— Kaito-sama, o que devemos fazer com ela? — Ni questionou. — Podemos começar os testes com ela? Ou mandá-la para o treinamento?

— Perdeste o resquício de sua lucidez? — Kaito me soltou e se virou bruscamente para o outro homem. — Não consegue ver o estado em que ela se encontra neste momento?!

— Perdão, Mestre! — Ele se curva lentamente.

— Venha, senhorita. Pode me acompanhar? — Kaito se virou para mim novamente e estendeu sua mão, tal qual segurei com hesitação.

Saímos do laboratório e eu o acompanhei em silêncio até uma sala onde o mesmo me entregou um conjunto cinza de moletons. Em seguida, após me vestir, o acompanhei pelos corredores.

Polisipo -  [Aizawa] | BNHOnde histórias criam vida. Descubra agora