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A dor aguda em minha cabeça me fez abrir os olhos. Pisquei algumas vezes para me acostumar com o ambiente claro e logo reconheci a estrutura hospitalar. Me sentei na cama, percebi a faixa enrolada em minha cabeça e o gesso que envolvia meu braço direito, que parecia estar quase curado totalmente.

Não me lembrava o motivo de eu estar aqui, toda a operação do meu estágio era apenas um borrão em minha memória. Porém, além da dor física, eu sentia uma grande dor emocional... mas não sabia exatamente o porquê.

— Você finalmente acordou... — A voz de Yamada soou pelo ambiente e só então que eu percebi a presença do garoto, sentado no sofá do quarto de hospital. O garoto se levanta e se aproxima de mim. — Estava com medo de perder você também...

O que você está falando? — Afaguei minha nuca que ainda doía um pouco.

— Oh, você não se lembra de nada? Eu vou chamar o médico! Eu volto logo, fique aqu-... — Ele para de falar de repente. — Ei, Aizawa...! Você está chorando?

Eu levo minha mão ao meu rosto e só então eu percebo as lágrimas alí presentes.

Yamada, me diga o que aconteceu. —Pedi com austeridade.

— Eu vou chamar o méd-

ME DIGA! — Gritei com toda a força existente em meus pulmões fazendo Yamada sobressaltar com o tom.

— A Miya-chan... — Ele abaixa sua cabeça melancolicamente. — Não conseguimos salvá-la...

E, como num flash, as lembranças de todos os acontecimentos voltam em minha memória.

Não... Eu me recuso a acreditar!

— Você quase morreu também... mas, você saiu voando de lá pelo propulsor, bateu a cabeça em uma árvore e desmaiou. O prédio acabou demolindo ainda mais após isso. Então o cheiro de gás ficou mais forte...

Ela me salvou... — Falei e comecei a andar, com o objetivo de sair do quarto de hospital. — Eu quero vê-la! Onde ela está?! Só aceitarei sua morte quando eu ver seu corpo com meus próprios olhos.

— Não há corpo algum, Aizawa! — O loiro agarrou meus braços. — Tivemos que tirar todo mundo de perto dos prédios por causa do gás... Pouco tempo depois de evacuarmos a área... Tudo explodiu. Não sobrou nada... Eu sinto muito, eu realmente sinto muito...

Eu fico atônito por longos segundos e finalmente me afasto de suas mãos, com um semblante impávido estampado em meu rosto.

Que tipo de herói não consegue nem salvar seus amigos...? — Iniciei. — Por que eu continuo perdendo as pessoas dessa forma...? O que há de errado comigo? Ela disse que me amava... Eu ao menos pude dizer que a amava de volta...

— Aizawa, não diga isso... — O loiro murmura com os olhos marejados.

Primeiro foi Shirakumo e, logo em seguida, Miyazaki.... E eu não consegui fazer nada em nenhum dos casos.

— Foi um acidente! Ambos morreram por causa de acidentes! Foram apenas fatalidades e você não deve se culpar por isso! — Ele insiste. — Não há culpados, então não tínhamos como fazer nada.

— Aizawa! — A voz de Narita soa pelo ambiente.

Yamada e eu nos viramos para trás e avistamos a garota parada na porta do quarto, ela corre até nós e eu fico um tanto confuso ao vê-la com roupas hospitalares.

— Oh, você acordou! — Yamada diz ao olhar para a garota.

O que aconteceu com você? — Questionei enquanto limpava minhas lágrimas e tentava me recuperar.

Polisipo -  [Aizawa] | BNHOnde histórias criam vida. Descubra agora