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Eu não consegui dormir.

Não tinha certeza se era por medo de mais alguém aparecer no meio da noite ou se era por causa do que Shi havia me dito.

Além disso, ontem a noite, acabei dizendo o nome de Kaito inconscientemente. Não sei dizer se lhe chamei por querer que ele viesse ao meu socorro... ou se eu achava que era ele que estava fazendo aquilo comigo...

Sobressaltei e me encolhi na cama de imediato quando previ a chegada de Shi, que entrou no meu quarto segundos depois.

— Bom di-... Ué, por que está encolhida aí? Oh, é claro, é aquela sua individualidade irritante.

O que você quer?

— Hoje é o primeiro dia de seu treinamento. Levante-se e me acompanhe.

O que vai fazer comigo? — Questionei me levantando e recuando, ficando cada vez mais longe dele.

— Você quer mesmo saber? — Ele disse seriamente. — Vou apagar suas lembranças inúteis. Toda a sua existência até aqui será deletada de sua memória. Esquecerá de tudo e de todos.

POR QUE?!

— Não precisamos de suas memórias, elas são inúteis aqui e só servirá como um empecilho! 

Eu não vou deixar! — Falei com convicção. — Me machuque o quanto quiser, mas não vou deixar que me façam esquecer de quem eu sou. Eu não sou fraca, não me subestime.

O homem mantém o silêncio, anda até mim em passos firmes e desfere dois socos em minha direção, mas eu bloqueio ambos. Ele tenta chutar minha barriga e consigo segurar sua perna. Em seguida, tento chutar sua mandíbula, porém ele agarra o meu pé, apertando o meu tornozelo com força.

Começo a usar minha individualidade para ver versões do futuro onde minhas ações resultam em algum tipo de vitória.

— Você não é tão ruim quanto eu pensei que fosse. — Ele disse.

Eu começo entrar em desespero ao perceber que em nenhuma versão do futuro eu consigo ganhar dele.

M-me solte. — Pedi ao soltar sua perna, mas ele continuava segurando meu pé.

— Mas você ainda tem muito o que aprender. — Ele disse antes de dar um soco tão forte em meu rosto que me fez perder a consciência no mesmo instante.

— Ei, acorde. Ei, ei, ei, ei, ei! — A voz crescia em minha cabeça cada vez mais.

Pare de falar, isso é muito irritante. — Afirmei ao abrir meus olhos lentamente.

— É que você estava demorando para acordar.

Me sentei na cama de alumínio e olhei ao redor, reconhecendo o laboratório.

Quem é você? — Perguntei ao homem de jaleco.

— Eu sou Ichi e você?

Ah, eu... eu... Eu não me lembro. — Afaguei minha nuca, sem entender porquê não lembrava de nada. — O que aconteceu?

— Um momento! Vou olhar em meu computador! — Disse ele antes de se dirigir ao aparelho.

Como eu vim parar aqui...? Como eu vim parar em baixo daqueles escombros...?!! Quem eu era...? Que porra estava acontecendo?!

Além disso, há várias partes de minha estadia aqui que eu não consigo me lembrar...

— Ítem 2-0-7. Esse é o seu registro. — Ele diz. — De agora em diante você atenderá pelo seu nome de registro.

Polisipo -  [Aizawa] | BNHOnde histórias criam vida. Descubra agora