Capítulo 4-Segredos de CEO.

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Antes de terminar o meu dia, eu me encontro na sala da Fitscher. Isso acontece muito, quando suas reuniões terminam, eu a encontro aqui. Eu entro devagar na sala mergulhada pela escuridão. Ela está ao telefone. De pé, ela anda em volta de sua mesa, indo e voltando enquanto ela fala com seu interlocutor. Ela me faz um sinal para que eu espere mais um pouco. Eu a observo. Parece concentrada, as palavras são sempre cônscias, ela vai direto ao ponto. É uma mulher que não se permite estar em discussões sem objetivos. Assim que terminou, ela volta para sua mesa e anota algo em seu computador, antes de mergulhar seu olhar no meu.

-Senhorita Moore...

-Senhora... Venho lhe entregar o projeto solicitado.-Eu coloco a pasta do Arnolds em sua mesa e observo sua reação. Ela olha a pasta por um instante.

-Tudo bem. Obrigada.-O clima é estranho... Como um tipo de bloqueio hipócrita entre nós.

-Eu suponho que você esteja satisfeita.-Ela se ajeita em sua cadeira, passando as costas das mãos devagar em seu queixo.

-Esse projeto não era tão importante.

-Oi!?-Ela está brincando, não é? Eu coloquei em risco a minha relação com um setor inteiro da empresa por nada!?

-Era sobretudo um teste. Eu queria saber se você era capacitada a conseguir as coisas de colegas seus, quando se há prazos apertados. Eu quis te colocar em uma situação delicada, para você e para seus colegas terem consciência da amplitude de suas novas responsabilidades. Você obteve sucesso. Eu sabia que poderia encontrar em você os meios necessários.-Ela me fala em um tom linear, enquanto que a minha raiva sobe de maneira arriscada por mim. Eu a olho contraindo a testa.

-Espere... Você quer dizer que eu quase briguei com um recém-colega que ainda mal tive tempo de conhecer por causa desse projeto, só mesmo para passar em um tipo de... Teste?

-Foi um mal necessário.-Necessário...? Mas por quê? Ela me viu conversar com o Arnolds no horário de almoço de quarta mas não tinha absolutamente nada haver com o projeto. Será que ela sentiu que estávamos tentando enrolá-la? Agora minha relação com o Arnolds nunca mais será a mesma! Tudo isso para participar de seu pequeno desafio...

-Eu não te entendo...

-Você precisava deixar as coisas bem claras para seus colegas. Você não pode agir de bom coração com todos. E o pior dos erros seria fazê-los acreditar nisso. Da mesma forma, você deve assumir sua promoção de maneira plena. Não deixe que os outros tirem proveito de algum tipo de falta de auto confiança que você possa ter.-Eu respiro fundo. De novo essa história sobre fraqueza! É uma verdadeira obsessão para ela!

-Eu entendo que eu devo sair da minha zona de conforto para que a empresa avance, mas me recuso a fazer isso simplesmente para te satisfazer em seus joguinhos...-A Fitscher respira fundo e apoia seus cotovelos em sua mesa.

-Não distorça minha proposta. Eu te fiz um favor, mas você simplesmente ainda não consegue ver.-É uma loucura como a percepção das coisas podem ser diferentes entre uma pessoa e outra...

-Oh...? Então você só fez isso com o objetivo de aperfeiçoamento? Talvez eu devesse agradecer a você?

-Sem dúvidas, né?-A sua expressão mostra uma calma sem precedentes. Ela não está altiva nem insolente. Dá para dizer que ela realmente acredita no que diz. Há alguma coisa muito importante que nos coloca em oposição.

-Me permita por um instante, duvidar de toda essa magnanimidade. Eu acredito que para você, as pessoas são produtos. Pequenas coisas a acertar para que sejam eficazes, que passem pelo teste de seu controle de qualidade.-Ela dá uma risada super sincera.

Secretária | ⚢Onde histórias criam vida. Descubra agora