sétimo.

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Harry nunca se sentiu tão bem vingando uma ação.

Ao chegar em casa na mesma noite em que Louis Tomlinson o surpreendeu com um cupcake de morango e uma velinha de aniversário, Harry encontrou seus pais ainda sentados nas cadeiras da mesa de jantar, tudo estava como antes. O bolo sobre a mesa, juntamente a faca que Scott usava para cortá-lo, as sacolas de supermercado estavam sobre a mesa também, e ambos mexendo em seus próprios celulares, enquanto tinham seus cenhos amarfanhados e os lábios franzidos.

Eles tentaram conversar com o filho, embora tenha sido em vão. Harry apenas os ignorou, porque estava machucado o suficiente por seus pais.

No entanto, aquilo não estava sendo fácil para si também, Harry nunca pensou que um dia ignoraria seus pais, sequer pensou em tal possibilidade, era como viver em um universo totalmente paralelo. Quase impossível de acreditar.

E ele realmente cumpriu com sua promessa, descia para comer apenas nos horários quais tinha certeza de que eles não estariam sentados à mesa e jantava durante a madrugada.

O mais surpreendente – nem tanto – eram suas reações. Eles não pareciam se importar com a distância do filho.

Aquele provavelmente foi o pior final de semana da vida de Harry. Ele preferia os que ficava sozinho em casa.

. . .

— É impossível achar que Guns N' Roses é melhor banda de rock quando se tem Incubus. - Dizia o mais novo encostado na soleira da janela da cabine de Daniel. — Eu não gosto de coisas famosas.

— Mentiroso. Com certeza você deve gostar de Nirvana e Red Hot Chili Peppers. - Ele sorri, digitando algo em seu celular enquanto Harry revira os olhos.

— Gostar eu gosto, mas não vou dizer que são as melhores bandas. The Offspring 'tá aí 'pra isso.

— O quê?

— Ah, Daniel! - Franziu o cenho irritadiço, virando seu corpo para o rosto do homem e descansando suas mãos sobre sua cintura.

— Tenha paciência, 'tô combinando um encontro. - O ruivo sorri para a tela do celular e Styles dá de ombros, girando seus calcanhares no chão e deixa a cabine.

O Sol está o derretendo, ele sabe que seu rosto está mais vermelho do que nunca, o que o faz querer sorrir, porque ele gosta de chamar atenção.
Seus longos cachos estão presos em um coque, pouco bagunçado, que mesmo assim, deixava boa parte de seu pescoço exposto.

O paletó do uniforme está entre seus dedos, sendo apertado pelos mesmos – que agora suam incessantemente –, enquanto sua gravata está justa e suas mangas estão emboladas acima de seu cotovelo.

Harry usava a mesma saia que usou no primeiro dia de aula em seu primeiro ano do ensino médio, estava curta, porém menos curta do que o usual entre as estudantes. Ele tinha uma meia branca em seus pés e calçava um par de All-Star branco.

Ethan o encarava com um belo sorriso no rosto, tirando sua atenção dos jogadores que, provavelmente, bolavam um plano para ganhar do time adversário. O mais velho piscou, colocando sua língua entre os dentes e Styles sorriu, voltando a caminhar pacientemente até a escadaria da escola.

Haviam alguns alunos sentados nos degraus, encostados no apoio dos corrimãos, aguardando até que o sinal soasse e os alertasse que deveriam ir para suas aulas.

Harry passou os olhos pelo Hall de entrada, como se procurasse por algo, até mesmo ficou nas pontas de seus pés para enxergar para além da janela, mas não encontrou.

Ele bufou descontente, andando com rapidez até o corredor onde se encontravam os armários. Era claro que ele percebia os olhares dirigidos a si, talvez as pessoas tivessem trazido sua reputação de "mascote" à tona novamente. Mas de que se importava? Ele não havia voltado a ser aquilo. Como Edward mesmo já concretizou em seu pensamento, "muitas pessoas acham muitas coisas de si", e ele não precisa explicar cada passo que dá para elas. Soa bobo, como alguém acabando de descobrir sua independência ou alguma merda assim, mas ele estava okay com isso.

When you met me in detention.Onde histórias criam vida. Descubra agora