vigésimo segundo.

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oiii, aceito comentários! mwah!

•••

Harry ainda sentia sua garganta fechada por um nó interno e dolorido, apropriadamente dolorido. Apenas por não querer desabar ali, no abraço reconfortante de Louis. Aquilo tudo permanecia sendo algo quase inaceitável para si. Ele não achava possível que alguém pudesse verdadeiramente gostar de si. Era óbvio que ele tinha em mente que os garotos gostavam de seu corpo e de sua boca para satisfazê-los, ele também gostava de jogar daquela maneira, apenas não achava que havia outro tipo de jogo, levando em consideração o estado destruído que a pequena caixa de baralho de encontra...

Tomlinson, por sua vez, afagava a cintura do outro, ouvindo a respiração falha e chiada do mesmo próxima ao seu ouvido, tentando – de alguma maneira – acalmá-lo com seu toque carinhoso.

— Tudo bem? - Questionou preocupado, enquanto sentia as mãos de Harry, que estavam apoiadas em seu peitoral, espalmarem o local, e seu corpo ser afastado com suavidade.

O ar que os rodeava ainda era quente, fazia com que o rosto de Styles se tornasse ainda mais corado do que o usual.

O garoto tinha seus olhos inchados, mas ainda assim relutava contra o choro, segurando as lágrimas e lubrificando suas orbes esverdeadas, as mesmas que poderiam ser julgadas como pedras esmeraldinas recém polidas.

Louis sorriu calmamente, demonstrando sua seriedade, e segura a mandíbula de Harry, deixando um beijo carinho em sua testa febril.

— Isso é... Novo. - Styles diz, quase pausadamente, afastando-se um pouco mais de Tomlinson, e abraçando seu próprio corpo, ainda friorento. — Eu ainda tenho medo de destruir tudo.

— Você não vai, ninho. Eu prometo que não. - Ele toma as mãos de Edward com cuidado, sentindo as palmas suarem. — Mas caso você o faça, podemos reconstruir, não? Sempre arrumamos a porra de um jeito.

— Você é tão idiota...

— E é por isso que você gosta de mim. Porque eu sou idiota como você. - Louis brinca, roçando seu nariz gélido na pontinha aquecida do nariz de Harry, fazendo-o envesgar os olhos e recuar em reflexo.

Louis sorri divertido, acompanhado do sorriso envergonhado de Styles, que segue vagarosamente para a cozinha, enchendo uma chaleira de água filtrada e a colocando sobre as grades do fogo.

— Você gosta de chá? - O cacheado pergunta enquanto abre as portas dos altos armários na cozinha, retirando uma caixa de chá de limão e voltando a fechar as portas de madeira.

— Gosto. Com açúcar se puder. - Sentou-se na banqueta abaixo do passa-pratos, apoiando seus cotovelos no mármore preto.

Harry não lhe dirigiu a palavra mais, parecia extremamente concentrado na produção dos chás que se quer deu conta de quanto tempo passou sem piscar. Louis percebia as mãos do garoto tremerem, e ele parecia fazer desenhos imaginários no alumínio da pia, enquanto mordia seu lábio inferior e batia seu pé – calçado por uma meia colorida – no chão.

Seu rosto ainda permanecia molhado pelas lágrimas, enquanto ele parecia lacrimejar cada vez mais, apoiando suas mãos na extremidade da pia. Louis resolveu deixá-lo quieto, porque Harry realmente parecia querer permanecer em silêncio, encarando através da janela embaçada de sua cozinha.

— Eu quero te mostrar algo. - Edward diz, determinado, deixando uma das xícaras na frente de William, perguntando a si mesmo se havia colocado açúcar no chão do mais velho.

Harry limpa suas bochechas rosadas, secando as lágrimas que trilhavam um caminho molhado em seu rosto molhado.

Louis o assiste subir as escadas, bebendo vagarosamente seu chá, também assoprando o líquido quentíssimo dentro de sua xícara. Ele acompanha Styles com calma pelos degraus, chegando ao primeiro andar e logo repara na rotação dos calcanhares de Harry no assoalho do corredor.

When you met me in detention.Onde histórias criam vida. Descubra agora