décimo.

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Louis estava entrando em desespero.

Era óbvio que estava, quem não entraria em uma situação dessas?

Seu coração lhe alertava sobre seu estado, seu cérebro fazia questão de lembrá-lo a todo segundo que ele estava fodido.

Louis caminhou até sua mochila, até então seca por estar embaixo da tampa da caixa d'água, guardando as garrafas vazias dentro da mesma e chacoalhou sua cabeça por conta da água, que escorria para as pontas de suas mechas castanho-escuro.

Tomlinson estava fodido. Seja lá o que ele resolvesse fazer deixaria sua situação na mesma merda que estava passando no momento, senão até pior.

Ele desceu as escadas, escutando Carter parar para conversar com um monitor, esbravejando e salivando ao falar, como ele sempre fazia.

O acastanhado comemorou aquilo internamente, talvez se ele fosse um pouco mais rápido conseguiria se safar.

— Não é possível que esses infelizes subiram até a caixa d'água, Pergy... Ande, suba lá! - Carter ordenou o homem parado no corredor, sendo protegido pela lona, ele assentiu para o pedido do diretor, retirando seus óculos e os entregando para o mais velho.

Louis desceu as escadas depressa, soltando suas mãos por um descuido escorregadio, apoiando seus pés e joelhos nos degraus, sentindo uma dor aguda afetar sua pele.

— Merda. - Sussurrou, chacoalhando sua cabeça novamente e correndo sob a chuva, xingando mentalmente toda aquela situação. Ele não podia ser pego, não agora. Ele não podia deixar Harry sozinho na instituição.

Louis procurou um lugar para se esconder, um lugar para que, pelo menos, pudesse se proteger da chuva, enquanto seus cílios pesavam pelas grandes gotas de chuva que os pequenos fios seguravam ali, tentando fazer com que a água não caísse em seus olhos.

Não havia lugar algum para tentar escapar de uma merda posterior além do corredor. Carter ainda estava lá, impaciente, aguardando o monitor tomar coragem de sair na chuva e se molhar, apenas para verificar se havia alguém na caixa d'água.

Tomlinson encheu seus pulmões de ar, resolvendo caminhar para a porta de alumínio do vestiário, tentando abri-la, mas percebendo a mesma estar trancada.

— Porra, porra, que droga. - Ele socou a mesma, praguejado diversas vezes e se martirizando por ter certeza de que seria expulso da escola.

Louis estava exposto, qualquer um poderia vê-lo ali, ao menos precisavam procurar, apenas um inclinar de cabeça e lá estava ele, como um animal indefeso sendo encharcado pela chuva fria e repentina que caía sobre a cidade de Wassed.

— O que foi? O pessoal está tomando banho. - Um garoto abriu o vidro da porta, e Louis suspirou aliviado.

— Me deixe entrar.

— Não, caralho, ficou maluco? Você nem estava na aula.

— Eu 'tô com vinte dólares na carteira. Abre logo essa porra enquanto o dinheiro não molha.

— Se você não me pagar eu te deduro. - O garoto loiro abriu a porta, ele usava apenas uma toalha em sua cintura, deixando sua linha "V" aparente, até demais.

Tomlinson, talvez, nunca se sentiu tão aliviado em sua vida.

Mas quando as coisas parecem estarem dando certo. Elas decaem.

O professor.

Louis retirou o dinheiro – semi-molhado – de dentro de sua carteira, o entregando para o garoto, que sorriu e lhe deu leves tapas no ombro.

When you met me in detention.Onde histórias criam vida. Descubra agora