"Mantenha-se firme
Se você olhar no horizonte, há uma casa sobre a colina
Guiando como um farol
É um lugar onde você estará seguro para sentir nossa graça
Porque todos cometemos erros, se você perdeu seu caminho
E vou deixar uma luz acesa"
-Leave a Light on, Tom Walker
O bom filho a casa torna, ou se quiser algo mais popular, quando o mel é bom a abelha sempre volta, andei sumida por aqui, digamos que as coisas ficaram meio ruins e esse não é o tipo de conteúdo que eu costumo trazer pra cá.
Quando criei o livro estava em um momento totalmente diferente da minha vida, estava feliz, reconstruindo minha auto estima, acredito que foram os meus anos dourados (até agora, porque pretendo voltar à algo parecido um dia), eu estava acreditando mais em mim, atingindo objetivos, até que a onda veio e derrubou meu castelinho de areia.
Bom, o que posso dizer é que foi tombo atrás de tombo (*pode inserir alguns risos aqui*, seja lá como a minha voz e a minha risada soem na sua imaginação), foi tudo demais para mim e tive que voltar a estaca zero.
As crises de ansiedade voltaram, os remédios apareceram pela primeira vez e não me assustam tanto quanto me assustavam anos atrás, depois veio o pânico e o isolamento total, eu com medo do mundo e a insônia, os remédios que usava pra tentar pegar no sono, mesmo nenhum deles servindo pra isso. Eu tinha medo de sair de casa, como iria até a psiquiatra pra conversar sobre esses ¨pequenos¨ problemas que estava tendo?
(Aliás, vou deixar aqui uma nota de que isso não é vergonha nenhuma viu pessoal? Eles são os profissionais mais amáveis que já conheci na vida, (não vão te julgar por nada, não se forem profissionais que realmente amam o que fazem) acho que ver tanta dor na sua frente acaba te amaciando um pouco pra vida, talvez até te torne mais grato a ela).
(nota-parte 2: eu sei que é mais fácil falar que não é nenhuma vergonha que realmente se sentir assim e tá tudo bem, é tudo um processo, em casos assim a melhor coisa é respeitar seu próprio tempo <3 e não desistir, se não gostou de como um profissional te atendeu, não tome isso como a regra, continue procurando até encontrar alguém com quem se sinta confortável e bem tratado).
Eu não queria falar sobre isso, nem escrever sobre isso, até que eu pensei: porque não?
Quer dizer, eu descobri o verdadeiro sentido desse livro aqui: evolução.
Acho uma ideia ousada alguém expor sua evolução de forma aberta como as vezes faço aqui, quer dizer tudo que escrevo aqui é 100% real, mesmo que não tenha muita gente lendo é desafiador (ousada, como eu sou engraçada, se qualquer outra pessoa estivesse fazendo isso eu chamaria ela de louca), não tô me achando não viu gente? Até porque eu nem tenho auto estima pra isso, como eu citei anteriormente de forma brilhante.
Mas a questão é que eu queria tanto trazer algo positivo mesmo estando em uma fase nem um pouco positiva da minha vida, isso me fez questionar até onde eu estava deixando a positividade tóxica fazer parte da minha vida ( O que é diferente de gratidão tá galera? A gente vai chegar lá), pra quê essa necessidade louca de estar sempre bem ou aparentando estar bem? De se privar da dor, da tristeza, quer dizer, eu sei que ninguém quer estar triste, mas isso é necessário também, faz parte de tudo, nos faz valorizar de verdade os momentos de alegria, porque sabemos como é viver sem eles, damos mais importância e somos mais gratos.
Então é isso gente: EU NÃO ESTOU BEM.
Vocês não imaginam o quanto é libertador escrever isso aqui, as vezes ter que fingir é a pior carga que alguém pode carregar.
E está tudo bem eu não estar bem (já dizia Jessie J, se ela falou tá falado hein), porque isso não vai durar pra sempre e eu quero deixar registrado aqui que eu nem sempre me sinto assim, esperançosa sobre o futuro, mas no fundo, bem no fundo de mim, eu sei que é só uma fase.
Vai passar.
E chegamos a questão da gratidão que eu disse antes: Depois que descobri ter transtorno de ansiedade* eu passei a valorizar coisa muito simples: nem sempre tenho vontade ou disposição pra sair da cama, as vezes as crises me deixam presa à cama, chorando por motivo algum e eu me odeio porque me pergunto qual é o motivo de tudo isso, então eu passei a valorizar os dias que levanto da cama sorrindo e dançando, quando consigo ser produtiva, valorizo cada sorriso e risada que eu consigo dar com os meus amigos e família, porquê as vezes eles são bem mais raros que as lágrimas e não me importo de ser escandalosa (minha risada é meio gritada), que o mundo saiba que a Ana acordou bem e VIVA hoje, passei a valorizar o sol e o vento batendo no meu rosto, porque as vezes tudo o que tenho forças pra fazer é ficar em um quarto escuro.
Então é isso.
Não estou escrevendo isso pra que vocês tenham pena de mim, porque acreditem, eu não tenho.
Eu só achei que tinha que fazer isso, as pessoas tem que saber que não estão sozinha as em suas dores, queria deixar esse momento registrado pra contrastar com quando eu estiver novamente radiante.
*ALERTA DE FRASE BREGA COM ALTOS NÍVEIS DE FALA DE NOVELA DAS SETE*
Porque todo quadro é assim: composto por cores tão gritantes de vivas e outras pálidas, bem murchinhas e isso é o que faz dele algo bonito, o contraste entre ambos.
(eu avisei).
Escrito em 25/02/2021
*Na época em que escrevi este capítulo os psiquiatras acreditavam se tratar de um transtorno de ansiedade mas conforme eu fui fazendo acompanhamento fixo com um profissional, acompanhando meus sintomas e humores descobrimos que na verdade meu diagnóstico é Transtorno Borderline, foi difícil de encarar, mas isso é história para outro capítulo ;)
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Pensamentos ao vento.
RastgeleTudo que se sente deve ser dito, do fundo do coração. Não importa se como o suspiro de uma brisa tranquila ou como a tormenta de um furacão, abrir o coração e ser quem somos é essencial. venha comigo, seja você e eu serei eu.