Lily Ballard
-Está preso mesmo?- pergunto checando pela segunda vez.
-Eu sei prender uma cadeirinha, Lily.- Daniel fala divertido.
-Se esse avião pousar e ela cair da cadeirinha?- levanto as sobrancelhas.
-Não vai acontecer.- ele me puxa para sentar ao lado dele.- E então, já pensou no que vamos falar?
-De verdade?- o encaro.- Ainda não sei como vou contar a eles.
-Eles devem estar preocupados, faz dias que não ligamos.- ele fala enquanto deito a cabeça em seu ombro.
-Não sei o que esperar.- falo de verdade.
-Então falamos o que der na hora.- ele acaricia meu ombro.
Levanto a cabeça e Daniel segura meu queixo enquanto eu o beijo, a bebê tinha cansado a ele e a mim, esse era o primeiro beijo descente que dávamos.
Os dedos dele acariciam minha bochecha e minha mão entra nos cabelos dele enquanto quase estou no colo dele.
-Não consigo fazer isso.- sussurro.
-Por que?- ele acaricia minha coxa.
-Parece que ela está encarando.- explico e ele ri olhando para a bebê.
-Ela está dormindo.- ele me puxa para seu colo.
-E se ela acordar?- pergunto enquanto ele beija meu pescoço.
-Ela acabou de dormir, vai demorar um tempo pra ela acordar.- ele acaricia minhas costas.
-Não sei...- falo enquanto ele desce os beijos até meu peito e começa a descer a blusa de alcinhas.
O meu celular começa a tocar e Daniel bufa, sorrio sentindo a respiração dele entre meus seios e saio do colo dele.
Ajeito minha blusa e pego o telefone antes que acorde a bebê, vejo que é minha mãe e logo me preparo.
"-Oi, mãe.- apoio meus cotovelos nos joelhos.
-Oi, querida, desculpa não ligar antes, aconteceu tanta coisa.- ela explica.
-Aconteceu muita coisa aqui também.- tento não deixar ela preocupada.
-Sarah teve o bebê há uma semana.- ela não se contém.- Ele é lindo, Lily.
-Ah, é?- sorrio.- E como ele está? O peso certo? Já tomou as vacinas?
-Está tudo certo, ele é igualzinho a Sarah.- ela parece bem feliz.- Mas os olhos são de Andrew.
-E já escolheram um nome?- olho para a cadeirinha e vejo aquela coisinha.
-Chris.- ela explica.- O nome do pai de Sarah.- então minha mãe fica em silêncio.- Mas e vocês?
-Ah, nós...- comprimo os lábios.- Nós estamos bem.
-Aconteceu alguma coisa ou correu tudo como o previsto?- ela pergunta e eu suspiro.
-Vai ser melhor se eu explicar quando chegarmos.- falo baixo.
-Ah, me dê logo isso aqui.- meu pai pega o celular.- Você está bem, Lily?
-Sim, estou...
-E Daniel?- ele pergunta e eu não contenho o sorriso.
-Não acredito que fez a mamãe ligar só para saber como Daniel estava.- falo com um sorriso nos lábios.
-Eu não...
-Você ligou sim para saber dele.- o interrompo.- É uma pena...
-Aconteceu algo com ele?- meu pai pergunta.- Lily..."
Dou o celular para Daniel e ele começa a falar com meu pai, sempre escondendo as partes que foram um fiasco.
Olho para a bebê e sorrio pensando comigo mesma que agora eu sou tia, eu tenho um sobrinho.
Preciso ver ele quando tudo isso se acalmar, ficamos mais dias do que o planejado no Alaska por causa do bebê.
Daniel ainda está falando com meu pai quando levanto e vou até a cadeira em que prendemos a cadeirinha.
Me agacho e coloco o dedo na mãozinha dela, a bebê aperta com os dedinhos pequenos e sorrio.
-Você vai ter um amiguinho.- murmuro.- Filho do meu irmão, Chris.
Ela faz um negócio com a boca e eu sorrio achando aquilo a coisa mais linda do mundo, como algo pode ser tão interessante?
Eu já tinha passado meu tempo na obstetrícia e nunca tinha sequer achado um bebê tão interessante assim.
Muito menos na pediatria, onde eles só vomitavam e ficavam doentes, crianças e bebês não eram meu forte.
Mas tinha algo naquela menininha que eu não conseguia descobrir o que era, ela parecia forte, ela era forte.
-Seu pai levou um susto.- Daniel fala depois de desligar.
-Ele vai ficar bem.- falo distraída.
-Lily?- ele me chama.
-Oi?- continuo observando ela.
-Vamos adotar ela.- ele fala e viro a cabeça.
Daniel se mantém firme e vem até mim, eu ainda estou paralisada quando ele fica de joelhos ao meu lado.
-Ela precisa de pais.- ele explica.- E você e eu somos médicos, quem melhor para cuidar dela?
-Você realmente quer fazer isso?- pergunto surpresa.
-Sim.- ele assente.- Sei que também sentiu uma conexão por ela, você está completamente apaixonada por ela.
-Não exagere.- tento esconder.
-Diria até que ama mais ela que eu.- ele brinca e sorrio.- É sério, Lily, vamos adotá-la.
-Você já viu como eu sou com as crianças do hospital.- explico.- Elas choram, fogem de mim, uma até bateu um travesseiro em mim...
-Ela não vai fazer isso, Lily.- ele parece estar se divertindo.
-E se formos horríveis nisso?- levanto as sobrancelhas.
-Até agora ela não reclamou.- ele coloca meu cabelo atrás da orelha.- Sei que não queria ter filhos, mas ela precisa de nós.
-Ok.- falo de repente e ele parece não acreditar.
-É sério?- ele pergunta.
-Sim.- assinto.
Ele segura meu rosto e me beija, seus lábios avançam tão rápido contra os meus que eu não tenho reação a não ser abrir passagem.
Passo meus braços pelos ombros dele e sinto suas mãos em minha cintura, ele se afasta apenas para beijar meu rosto inteiro.
-Ela não tem um quarto.- seguro os ombros dele.
-Damos um jeito nisso...
-Não fizemos aula de como cuidar de bebês.- me desespero.
-Somos médicos, Lily.- ele se diverte com meu pânico.
-Precisamos ver uma escola...- eu me levanto.
-É só daqui a seis anos.- ele levanta comigo.
-E o bairro que eu moro é perigoso...
-Vemos outro bairro.- ele vai resolvendo.
-Eu não sei cozinhar, Daniel.- dessa vez me desespero.- Mães fazem biscoito e bolos e eu não sei cozinhar....
-Ei.- ele segura meus braços.- Você não precisa fazer biscoitos e bolos.
-Mas mães fazem isso.- falo me acalmando.
-Vamos ficar no primeiro ano de vida dela, ok?- ele acaricia minha bochecha.- Um dia de cada vez, certo?
-Um dia de cada vez.- concordo.
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A Segunda Filha - Livro 4
RomanceA segunda filha de Judith e Gabriel é Lily, que se destaca por ser forte e respondona, Lily também é considerada um pouco mais afastada que os outros dois irmãos, Andrew e Laura. Ela é focada na carreira médica dela e sempre que pode está no hospita...