Quem é Você?

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Lily Ballard

Eu nem saí direito do hospital e já estava aqui, minha cabeça sempre ficava voltando para o mesmo canto.

Só vim aqui para saber se ele estava bem, qualquer pessoa boa viria aqui para ver se ele estava bem.

Toco a campainha e espero que ele esteja aqui, coloco as mãos dentro do casaco enorme e azul que eu levo para o hospital.

Engulo em seco e a porra abre, parece que eu voltei no tempo, talvez eu tenha voltado no tempo.

A pessoa que está parada na minha frente é exatamente igual a Thomas por alguns detalhes e é claro, os cabelos loiros.

Ele me observa e eu percebo que estou parada sem dizer nada, logo tento sorrir ou fazer alguma coisa.

-Quem é você?- pergunto.

-Quem é você?- ele fala em tom irritante.

-Lily.- franzo as sobrancelhas.- Onde Thomas está?

-Ele saiu.- explica.- Bem apressado.

-Ele saiu?- tento pensar em algo.- Disse para onde ia?

-Não.- ele balança a cabeça.- Você é o que dele?

-Eu sou...- nem sei quem é ele.- O que você é dele?

-Sou o filho dele.- fala normalmente.- Ou sei lá.- ele balança os ombros.

-Thomas tem um filho?- arregalo os olhos.

-Aparentemente.- ele suspira.- Você vai entrar ou alguma coisa?

-Não, eu vou...- preciso falar com Thomas.- Vou esperar.

Ele abre espaço para mim e eu passo por ele, deixo minha bolsa em cima da mesa e tiro meu casaco.

Observo o jeito dele de andar e fico impressionada o quanto ele anda parecido com ele.

-Você é médica?- ele pergunta.

-O que?- levanto os olhos até os dele. Iguais o de Thomas.

-Médica.- ele aponta para minha roupa.

-Ah, sim.- assinto.

-É médica dele?- parece preocupado.- Ele tem algum problema?

-Não, não...- eu coloco o cabelo atrás da orelha.- Ele está bem?

-Desculpe, eu não entendi, por que está aqui?- ele estava me irritando.

-Eu preciso falar com ele.- senti no banquinho da bancada.

-Você tem quantos anos?- ele pergunta.

-Você é curioso, não?- levanto as sobrancelhas.

-Só estou tentando entender por que você está aqui.- ele balança a cabeça.- Tenho algumas ideias.

-Ah, você tem ideias.- sorrio com raiva.

-A primeira era que você era uma médica particular.- ele explica.- Mas você é bem acomodada na casa....

-Que observador.- falo na defensiva.

-E você agora parece preocupada com ele.- a cabeça dele pende para o lado.- Então são próximos.

-Qual é o motivo da sua visita mesmo?- tento desviar o assunto.

-Você vejo do trabalho para ver ele e não aparece se importar de que ele a veja com sangue no pescoço.- ele toca o próprio pescoço.

Franzo as sobrancelhas e limpo o sangue com a manhã do casaco, estou começando a ter raiva dele.

-Deve ter no máximo vinte e cinco.- ele murmura.- O que é metade da idade dele...

A Segunda Filha - Livro 4Onde histórias criam vida. Descubra agora